domingo, 20 de novembro de 2011

Zephus- O Segredo do Céu


O amanhã é sempre uma grande surpresa e foi com este sentimento que Zephus abriu seus olhos e vislumbrou o local onde se encontrava. Era nítido para ele, um novo ciclo havia começado, por mais que não se lembrasse de seu último, sabia que tinha encontrado algo grande, algo majestoso ao qual não se lembrava, mas que agora não fazia importância alguma, afinal toda aquela vista de montanhas gélidas com ao longe pastos verdes  e águas transparentes jorrando das grandes montanhas realmente era tão grandioso quanto qualquer sentimento que pudesse ter. Zephus se pôs de pé e percebeu o quanto era forte. Suas asas eram enormes com plumagens negras e algumas penas brancas nas pontas, seu bico e garras eram poderosas, seus olhos viam coisas a uma distância que ele mesmo quase não acreditava. Como ele era formidável e como era gostoso voar por aquelas montanhas se colocando acima de outras aves menores e caçando seus alimentos tanto no ar, na água ou em terra. O novo agora parecia mais bonito para Zephus e ele desejou que aquele ciclo nunca passasse. Nos dias mais frios se esquentava em seu ninho apenas indo voar para caçar e nos mais quentes voava praticamente o dia todo para se exercitar e combater outros que queriam entrar no que ele chamou de seu domínio. Muitas outras criaturas do novo queriam o domínio de Zephus, porém ele mantinha habilmente os invasores longe do qual chamou de domínio dos céus. Parecia para ele que as próprias montanhas se curvavam em sua homenagem quando passava e que todos os seres que ali estavam ou entravam deviam respeito a ele, e quando não apresentavam este respeito, ele impunha com toda sua magnífica força. O tempo passou, Zephus encontrou uma parceira, outra ave de sua espécie para que pudesse ter seus herdeiros. Tudo estava indo perfeito se não fosse um sentimento crescente de que ele havia se desviado de seu caminho. O novo havia tomado conta de tudo e os ciclos não mais eram decisões de zephus ou de qualquer outra criatura. Em uma bela manhã quando Zephus abria suas asas para voar de seu majestoso ninho ele se deu conta dos pontos luminosos à cima dele, Zephus ficou furioso, pois algo ousava voar mais alto dele e de seu domínio, logo se colocou a voar, sempre subindo para que pudesse ver e confrontar o que voava acima dele. A majestosa ave brilhante ainda estava muito longe quando Zephus perdeu suas forças e seu fôlego e começou a cair. O novo girava a cada rodopio aéreo que Zephus dava com a pressão da queda que o jogava para baixo, ele estava exausto, o seu domínio já não o deixava confortável e suas asas agora cansadas já não batiam. Zephus se viu em grandes problemas, porém em um de seus rodopios percebeu algo azul no fundo do vale gelado, algo que corria sem parar e que ele fazia uso para caça, a água. Como era magnífica, tanto quanto o seu domínio dos céus, ou aquele verde ao longe.Percebeu então que na verdade estes lugares não pertenciam a ninguém e sim os seres que moravam neles que pertenciam a esses lugares. Com uma frustração tremenda ele se pôs a tentar bater suas asas assim que conseguia respirar novamente, começou a se estabilizar e em vez de fazer força como sempre, apenas planou junto com o vento vendo como ele era apenas mais um no meio do domínio dos céus que obviamente não pertencia a ele e sim do próprio céu. Depois de muito planar com o vento conseguiu voltar a seu ninho. Começou a procurar mais por onde o vento soprava, quando estava mais forte ou mais fraco, quando fazia curvas ou ia reto. Começou a reparar em todos os elementos, a água, a terra e todos os outros seres, assim como sentia que já havia feito tantas vezes. Procurou em seus filhotes a resposta da pergunta que nem ele havia imaginado em fazer, mas que não saia de sua mente. Por quê? Então novamente percebeu que tudo é um e um é tudo. Ekbath na verdade são todos e todos são Ekbath. Todos os seres deste novo eram vindos dos elementos, todos os seres foram tocados pela escuridão e pela luz para se formarem e principalmente todos os seres formaram sentimentos próprios assim como ele os tinha no domínio dos céus. A pergunta agora era, e qual o grande segredo? O que ele ainda buscava? Neste instante Zephus se deparou com algumas criaturas que nunca havia visto criaturas de poucos pelos em seus corpos, grandes, andavam de duas patas e usavam outras duas para caçar, criaturas magníficas, esquisitas, mas magníficas. Quando se preparou para fazer uma volta no céu e observar novamente, descobriu como que em um estalo aquilo que vinha procurando, o segredo do céu é que no meio de toda aquela liberdade, no meio de todo aquele Todo, a sua única limitação, é as que você coloca para você mesmo. Neste instante pousou próximo aos desconhecidos e desejou ser exatamente como eles, afinal seu ciclo pelo visto já estava no fim. Os homens vieram ver aquela magnífica criatura e ao invés de tentar aprender com ele como Zephus havia planejado, tinham necessidades mais importantes, como, as de defender seu domínio daquela criatura magnífica. Assim, morto nas mãos dos seres que desejava ser, Zephus ficou feliz, pois sabia o que se tornaria em seu próximo ciclo. Muitos e muitos anos se passaram e um dia em uma vila bem mais avançada do que a que Zephus  se deparou, nascia Eldrake, um humano. (continua)

2 comentários:

  1. É muito legal, ver os ciclos de Ekbath, muito bacana mesmo, ele sempre morre de forma trágica HAUHAUHAUHAUHAUHAUA

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  2. Muito bom, é algo filosofico e muito interessante, mas concordo com a maninha, é sempre trágico T.T Tava gostando da ave...

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