segunda-feira, 21 de novembro de 2011
O Preço das Palavras
Tarde da noite. Me preparo para dormir com a cabeça cheia de cantos e salmos intermináveis. Aquela madre deve ser muito frustrada por Deus ter feito com que ela nunca tivesse conhecido um homem e resolvera dedicar sua vida a atormentar noviças como eu.
Eu já estava com a cabeça no travesseiro, aliviada por ainda não ter que dormir no convento graças a um pedido de meu pai. Ele queria fazer uma ultima tentativa com aquele nobre Irlandês asqueroso.
No entanto, o que parecia ruim começou a piorar. Ouvi os latidos insistentes de Lyla, minha querida cadela. Eram latidos diferentes e rosnados. Lyla era dócil, nunca rosnava. Havia algo errado mas meu pai não era sagaz o suficiente para certos detalhes e apenas esbravejou para que ela se calasse. E assim a pobrezinha o fez, em meio a pequenos rosnados de protesto.
Quando me dei conta, tudo estava escuro. Ouvi apenas o som da janela se abrindo e logo senti o cheiro forte entrando por minhas narinas e me fazendo perder os sentidos.
No ultimo segundo, tive tempo de pensar. "Perdão pai, finalmente minha língua me traiu, como o senhor bem me avisou."
Acordei com o trepidar barulhento da carruagem. A cabeça doia, as mãos estavam amarradas e um saco na cabeça. Céus...Que Deus me mate antes de começarem. Se serei torturada pela inquisição, muita dor me aguarda.
Segurei o choro o máximo que pude, já que a ponta da adaga sutilmente encostada na minha costela era um aviso para que eu não gritasse.
Fui obrigada a andar por um longo tempo, desequilibrada. O homem que me amparava tinha um perfume suave, isso já me dizia algumas coisas. Primeiro não era um ladrão barato nem um cigano. Eles fedem como porcos. Segundo não era um padre, pois eu podia sentir a pele do braço dele encostar nas minhas mãos, e estava nua. Quando eu começava a calcular possibilidades, fui gentilmente atirada em cima de um colchão macio. Minhas mãos foram desamarradas e uma voz gentil disse em tom baixo que se eu me comportasse continuaria livre e poderia tirar o capuz. Eu acenei positivamente, afinal que outra opção eu tinha? Ele retirou o capuz e eu vi o luxuoso quarto, cheio de luminárias e a cama digna de uma princesa.
Perguntei quem era ele, o que queriam de mim...Ele apenas disse para que eu dormisse, pois a noite de amanhã seria longa.
Minha razão se acabou ali. Chorei, gritei, esperneei, chutei a porta e soquei as paredes.Mas cai no sono.
Acordei e continuei meu espetáculo até que uma jovem serva entrou no quarto com comida e vinho. Me senti como Lyla, pois aquele cheiro era puro instinto. Eu estava tão faminta que se tivesse um rabo, estaria abanando para meus captores.
A noite chegou, o homem que me raptou entrou no quarto e fez uma pergunta. "preciso vendar você, mas é por pouco tempo, você virá comigo sem resistir?" Era hora da tortura. DEUS! eu tinha que lutar por minha vida. Seria inutil mas eu tentaria. Tentei socá-lo, mas não tive forças. "resposta errada" ele disse enquanto me dominava como se eu fosse de brinquedo e me amarrava as mãos. Fui levada aos berros por corredores frios, e já imaginava a dor dos primeiros grilhoes atravessando meus pulsos...
Mas ao invés disso a venda foi tirada e as mãos soltas, fui sentada em uma cadeira e vi na minha frente a criatura mais angelical e doce que já vira em toda a minha existência. E o pior, eu a conhecia.
Minha língua enfim tinha me traido mesmo. Seria ela um anjo mandado pelo proprio Deus para calar minha boca? Não eu não sou tão importante. Seria ela uma nobre com algum plano escuso? È, mais ou menos.
A bela ruiva com ar francês tagarelou por horas sobre poder, riquezas e governos. Mas quando o assunto chegou em vampiros, tive medo de estar no lugar errado.
Mas uma coisa que aprendi com meu pai é que tudo na vida tem um preço e que você deve aproveitar a vida, pois ela é curta demais, e que ele precisava de dinheiro para aproveitar a dele, logo, me vendeu.
Se me ver livre dos cantos e salmos, poder usar belos vestidos como o da ruiva, e poder beijar quantos homens quiser, além de ser jovem, bela e imortal pro resto da vida tem um preço, me parece interessante paga-lo.
Sei que não é barato, pois como ela disse, há algum ônus.
No entanto, meus anos de noviça também me ensinaram uma coisa. Se a igreja proibe, é por que é bom. Se a igreja caça, é por que é melhor ainda. E se a igreja teme, é isso que eu quero ser.
Vamos lá ruivinha, me mostre o que é ser esse tal de Vampiro.
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NOOOOSSSAAAA AMEI ELA!! ELA É LINDA, INTELIGENTE, SAGAZ e FOGOSA HAUAHUHAUHAUHAU AMEI MESMO DE PAIXÃO O NOVO BRIQUEDINHO DA LEONA!!
ResponderExcluirAUHAUHAUHAUAHUAHUA a moxi falando parecia que falava de uma cadelinha mesmo! uahuahuahauha
ResponderExcluirEstou me perguntando qual seria o pior destino para essa mocinha, e acredite, virar vampiro comparado aos outros dois, não eh nada! uahuahuahuaha