domingo, 27 de novembro de 2011

O fim dos Grilhões (Parte I)


Estamos em um tempo de relativa paz. As guerras na Europa se concentram na Ibéria e o resto dos reinos experimenta um período de tranquilidade e disputas internas.
As grandes batalhas parecem ter morrido com Carlos Magno e as Cruzadas não interessam mais tanto quanto no passado.
Esta paz deve acabar.
Eu mesmo procurei as estátuas, uma por uma. E aquele acontecimento com a maga insana que dizia vir do futuro me deu as informações que eu precisava para decidir se as usaria ou as destruiria. Lady Saliana foi gentil em me devolver a que tiraram de meu refugio, afinal um Dragão verde não é visto o tempo todo em Paris, ainda mais na sacada do Castelo Carmesim. Os inquisitores adorariam saber quem trouxe aquele ser magnifico para a cidade, assim como os magos, os lupinos e até as fadas...
A gehenna é uma realidade. Nossos fundadores estão prontos para despertar e devorar a cada um de nós, mas não no sentido alegórico que o livro de nod diz de forma tão poética.
A gehenna é a guerra dos Príncipes. Os fundadores mesmo em seus sonos negors incitam suas crianças a guerrear e a destruirem a si mesmas. Esse é o verdadeiro sentido do termo devorar. Nós cainitas devoramos uns aos outros, o tempo todo, por toda a eternidade.
O Despertar dos antigos apenas aceleraria o processo, assim como seus filhos diretos estão fazendo pela Europa, levando caos e a cruz assassina para todos os antigos e jovens.
Percebi que aquilo que fiz a minha senhora, foi um prenuncio. Aquilo me fez ver a verdade e o que não é uma verdade senão uma mentira bem contada?
Procurei aqueles que achavam ter encontrado a verdade e fiz com que eles acreditassem na propria mentira.
Hoje somos a Espada de Cain e não mais escravos dos antigos.
O tempo de abusos acabou, o tempo dos grilhões não existe mais. Existe apenas o sangue e a guerra.
Reuni as estátuas, as Guardiãs de Cain, servas com mais poder até que os antidiluvianos, mas no entanto, escravas da sede e da dor. Levei ao pai de minha espécie, Mekett, o Tizmisce, senhor dos vermes.
Logo sua sede se aguçou e ele despertou, pronto para devorar aqueles seres de tanto poder. 
Mas havia um guardião e enquanto nós esperávamos do lado de fora do castelo, as luzes douradas e os urros de ódio podiam ser vistas de muito longe. O ser celestial fez seu serviço, destruiu as servas de Cain, mas estava fraco e foi mandado de volta ao paraiso, mas não sem antes deixar nosso Pai a beira da destruição. Era nossa chance.
Mesmo ferido, aquele vampiro era formidável e mandou muitos de nós para o inferno. Chego a ter remorso por destruir um ser tão magnifico, mas era preciso, nossa existência dependia deste crime tão hediondo. 
Por fim, Lugoj, a quem dei todos os meios necessários para governar e liderar a revolta, teve seu prêmio e bebeu do coração do ancião. Eu apenas observei e sorri.
Aquelas estátuas, segundo a pobre menina do futuro, causariam a gehenna e provocariam uma guerra sem tamanho entre os antidiluvianos.
Eu os destrui, mas nem por isso evitei tal guerra.
A diferença é que agora não somos mais soldados enviados para a morte e sim generais com interesses proprios.
Falando em interesses próprios, devo levar o pó daquele toreador para sua filha. Ela deve saber a quem agradecer no futuro.
Espero que os outros clans, inspirados por meus atos possam trazer a todos o retorno daquilo que nós, cainitas, mais gostamos, a chance de matar uns aos outros. A Guerra.

sábado, 26 de novembro de 2011

Eldrake - A Descoberta dos Ciclos


O sol brilhava forte e aquecia demasiadamente esta manhã, Eldrake despertava de seu sono, onde havia sonhado com uma grandiosa ave, que um dia tentara voar até as estrelas. Ele se sentiu revigorado recebendo o calor do sol em seu cabelo vermelho e molhando sua face e sua nuca com a água gélida do rio que corre perto de sua casa. A vila esta movimentada, todos estão desempenhando seus papéis, ou seja, poderia dizer que está tudo normal, se não fosse o décimo sétimo aniversário de Eldrake. Durante este momento de reflexão algumas jovens da vila passaram olhando para o agora quase homem de cabelos ruivos e cochichando entre elas, Eldrake era muito bonito, o tipo de homem alto com longas mechas vermelhas e uma barba da mesma cor, porém melhor cuidada que o cabelo. O rapaz nem percebera os risinhos e continuou seu caminho, afinal ele tinha algo importante a fazer, encontrar o ancião de sua vila e pedir para ele sua benção para se tornar adulto naquele dia. Andou um caminho largo e enfeitado até a casa do ancião que vivia no centro da vila e era requisitado para tudo, porém neste dia, ele seria apenas requisitado pelo aniversariante. Pedindo licença o jovem adentra a casa e se depara com um velho de longas barbas brancas, sobrancelhas enormes e escassos cabelos, os olhos azuis do velho possuíam uma profundidade nunca vista por Eldrake, profundidade esta que apenas os anos trariam para os olhos dele. O ancião logo foi até o aniversariante e deu-lhe um abraço de parabéns junto com um pequeno cristal em forma de um círculo.O velho sorriu para Eldrake e disse que para que ele o reconhecesse como adulto, o jovem teria que descobrir um segredo que ele mesmo apenas descobriu a pouco tempo. Eldrake ficou atordoado, todos sabiam que o ancião era a pessoa mais sábia da vila e que se apenas agora aquele ser tão sábio descobriu algo novo, seria impossível para qualquer outro descobrir. Com os ombros caídos e já desanimados Eldrake escutou atentamente o pedido do velho. –“Garoto, eu quero que você descubra o porquê dos círculos em nossa vida e como eles influenciam em nossa morte.”
Eldrake lançou um olhar assustado ao velho, como ele iria descobrir tal segredo se nem conseguia compreender a pergunta? O velho lhe lançou um sorriso e disse que quando voltasse com a resposta, ele seria considerado adulto na vila. Eldrake estava arrasado, nunca seria um adulto, afinal, quem diabos seria louco o suficiente para entender uma pergunta tão vaga e tão estranha, ele nem sabia que os círculos faziam parte da vida e da morte, só se forem impulsionando carroças e outras coisas. Ainda abatido o jovem se colocou a realizar seus afazeres, todos na vila o olhavam interessados esperando pela pintura em seu corpo que demonstraria que ele era conhecido adulto, porém não encontraram. Tudo estava indo de mal a pior, todos quem ele questionava não conseguiam dar sequer uma luz da interpretação da pergunta. Os dias foram passando e quanto mais ele pensava a respeito menos ele tirava conclusões, até que tomou coragem e foi falar com o velho ancião. Entrou enfurecido na casa do velho, porém com respeito. Logo se colocou de joelho para ele e implorou por outro teste, aquele, ele nunca descobriria. O ancião com olhar desapontado sorriu calmamente e disse: - “ Cada um tem suas limitações, saiba reconhecer as tuas e quando conseguires, volte para se tornar um homem”. Eldrake agora levantou animado, agradeceu o velho que apenas sorriu e foi-se alegremente pelas ruas da vila procurar por suas limitações. O rapaz começou indo realizar a caça de um cervo sozinho, dois dias depois ele voltara com o animal. Em seguida distribuiu a carne do animal e ficou com uma parte para tentar cozinhá-lo. Obviamente foi um desastre, mas o rapaz se colocou a comer o grande pedaço assim mesmo, agüentando até quase o fim. Depois descansou o máximo que ele conseguia ficar sem fazer nada e após isso ajudou e trabalhou o máximo que ele conseguia sem descansar. Cortejou as moças da cidade ao máximo e também após isso as evitou ao máximo. Eldrake se considerava pronto, tudo o que importava para ele já havia sido visto e foi quando teve esse pensamento que algo lhe ocorreu, falta uma coisa, falta descobrir a pergunta do velho, será que ele seria capaz? Afinal teria que tentar novamente. Eldrake decidiu caminhar nos locais fora da cidade e reparar nas coisas, passou uma semana reparando no céu, nas árvores, nas águas, nos animais e em si mesmo. Reparou como as coisas funcionam em sua vila quando ele estava de fora apenas olhando e entendeu a pergunta. O mundo é feito de ciclos, cada busca é algo que lhe dá uma resposta, mas te leva a novas perguntas te colocando sempre no patamar inicial, as criaturas são seres que nasceram para aprender, para questionar e para achar novas perguntas e respostas, então como esses ciclos se aplicavam na vida na morte das pessoas? Na vida ele tinha acabado de descobrir, mas e na morte? Neste momento ele se lembrou da cena de um grande animal negro das florestas sendo comido por outro ainda maior, não entendera de onde havia vindo essa lembrança, mas ela estava lhe dando a resposta, o ciclo da vida, é também o da morte, afinal Tudo tem um início e um fim.  Achou estranho o pensamento e continuou a desenvolvê-lo chegando a conclusão de que hoje ele é Eldrake, mas o que ele foi em seu passado? Não importava agora, ele havia descoberto a pergunta e estava voltando feliz para sua vila com a resposta dos dois enigmas do velho, o da sua limitação e o do ciclo. Chegando a casa do velho, seu pai estava lá em vez do ancião. Assustado, Eldrake ouviu o relato de seu pai, de como o velho ancião havia morrido de velhice e como antes disso entregou um pergaminho para que fosse entregue a Eldrake quando este voltasse de sua jornada, no pergaminho dizia: “ Estou certo de que encontrou as respostas e estou certo que se repetir o que descobriu para seu pai agora, ele que é o líder bélico da vila lhe dará meu título de sábio como é minha vontade.” Assim Eldrake fez: “- Pai, o sentido de nossa existência é de que somos todos interligados, somos todos um, e todos nós fazemos ciclos de evoluções constantemente. A vida, não é nada além de mais um destes ciclos, para que um dia, todos nós sejamos apenas um novamente e este um tenha o conhecimento de todos. Nossa limitação, é apenas uma, nós mesmos.”
O pai do rapaz assustado se ergueu de seu assento e colocou no agora adulto a pintura da passagem dizendo que agora ele era adulto e também entregando o cajado do ancião para ele, disse que agora ele era também o sábio da vila e que deste dia em diante ele teria que obter a iluminação máxima para que pudesse ajudar a vila a se desenvolver. Com isso um sentimento cresceu forte dentro de Eldrake, enfim, eles iriam aprender com ele e ele aprenderia mais com tudo. ( Continua )

Caos mascarado.


Ano de 1230, Canterbury

Ao meu querido pai, Lord Mithras.

Pai,

Parece que fazem anos que não nos vemos, morro de saudade de ti e não vejo a hora de nos reencontrarmos. Tantas coisas que tenho a lhe dizer, algumas coisas tão importantes que não vou poder esperar nosso reencontro, precisei lhe escrever.
A primeira das coisas é que Canterbury consegue ser um caos maior a cada noite mas os Lasombras estão em guerra civil desde que Lucian foi morto pelo tal Gratiano segundo os rumores. Existem aqueles que querem ver Montano morto e estão tentando matar sua prole na cidade, mas Letiziah  parece ter cobertura de um outro matusalém Lasombra que se encontra, meu pai, em sua querida Londres, achei melhor avisá-lo antes que eles se movam e você não estando na cidade perca seus domínios para os vermes do abismo.
Outra coisa é que eu estou realmente preocupada com o grau de aliança de Lord Gerlack, ele mandou espiões atrás de Sir Rômulo em sua viagem e desde que saímos de Dover uma presença estranha vem nos seguindo e cercando, Safiya acredita que seja um demônio e que tem profundas desconfianças que ele pode estar sob comando de Lord Gerlack, mas são apenas suposições, já coloquei Safiya para investigar melhor.
Lord Hannibal está saindo da Croácia, parece que aquele velho problema voltou a atormentá-lo e ele terá que sair de Zagreb, então, meu coração está aos cacos pois terei que enviar Nichola para nossa querida terra. E tenho para mim, que a Croácia entrará em guerra com a Romênia, desde que soubemos que o antidiluviano Tzimisce está morto nós estamos profundamente curiosos para saber a situação do vojvodato, talvez seja hora de arregaçar as mangas e tirar os soldados do tédio e varrer os Tzimisce de uma vez por todas da face do leste europeu.
Ah, meu pai, estou tão ansiosa para lhe mostrar minha mais nova bonequinha, seu nome é Aletha e ela será minha sucessora na política, menina dedicada, atenciosa e inteligente, a amo tanto que tenho medo de causar ciúmes em Sebatjan, e quero muito apresentá-la a você. Faremos uma grande festa na cidade para apresentar meu testa de ferro na cidade, se você pudesse vir seria ótimo.
Pai, fique atento a Haderstadt, ele está reunindo seus exércitos, matou a senhora de Sir Rômulo e está marchando para a Bretanha e nós seremos alvos desse ataque, não sei se poderemos contê-lo, Canterbury só tem os inquisidores a mando dos Lasombra que estão aderindo às guerras de seus senhores. Temo que seremos esmagados pelas forças dele, infelizmente eu ainda não tenho homens o suficiente para conter as hordas da Cruz Negra. Já alertei Nichola sobre Sisak e ele vai deixar a Croácia de prontidão caso a Cruz Negra decida por tentar um golpe em Zagreb.
Espero que você esteja bem, estou muito preocupada com a situação dos Ventrues, se analisarmos friamente, só temos você e eu para cuidar de todos esses problemas, espero não estar te sobrecarregando.

Com amor e muita saudade,

Leona de Notreville, Lady da Croácia e Príncipe de Cartebury.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A História repete a si mesma


Minhas proles estão bem. Luanna eu sei, pois foi ela quem me tirou do Vedharta´s Pride antes que ele afundasse á beira da destruição. Temos nossas diferenças, eu e ela, mas no fim sei que fiz uma escolha certa ao traze-la para a noite. Já Gabir, este vem me surpreendendo positivamente há um bom tempo. Confesso que meu lado sínico me fez abraçá-lo quase como uma piada, mas ele vem mostrando que será uma prole dedicada e promissora. É um bom homem e um formidável guerreiro. Fiquei feliz ao perceber que ele despertou do torpor sem mais problemas.
Lucian está morto. A história se repete milênios depois, como na segunda cidade. O Patricídio generalizado agora se espalha pelo Mundo todo. Antes foram os da segunda geração, agora os da terceira. Sério mesmo que os da quarta e os da quinta se julgam seguros?
O amor. Sentimento proibido por Cain em sua amaldiçoada sabedoria, é ele quem nos deixa vulnerável. Amamos nossas proles, amamos outros cainitas e há ainda os que ainda amam os mortais.
Eu também amo. Amo Luanna, por mais que ela me odeie. Amei Letizia, por mais que agora a odeie.
O Movimento Anarquista está avançando pela Europa como Laurence previu. Caçando anciões por onde passa, bebendo do sangue do coração de qualquer um que caia. Mas creio que por enquanto, Canterbury está a "salvo". Pelo menos do caos e do fogo que esses delinquentes neófitos espalham por onde passam. era óbvio que a Espanha e a Romênia fossem os primeiros lugares a explodir. Os Assamitas estão loucos sem seu Ancião. E os jóvens Lasombra e Tzmisce não poderiam deixar de aproveitar a situação para acabar de uma vez com milênios de opressão e abusos.
Meu caminho agora é continuar meu trabalho.
Muitos me odeiam por ser um vassalo de um Ventrue. mas agora podem perceber que desse modo, nenhum Lasombra compete comigo, pelo meu domínio. É muito mais prático viver uma pós vida de conforto moderado, do que um inferno sendo caçado por sua posição invejada.
Agora minha querida e bela Luanna terá que me ajudar a escolher bem as palavras. Sei que Lady Leona chegará até a sorrir quando eu disser que o Vedhartaás Pride afundou...Já Lord Mithras....

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Preço das Palavras


Tarde da noite. Me preparo para dormir com a cabeça cheia de cantos e salmos intermináveis. Aquela madre deve ser muito frustrada por Deus ter feito com que ela nunca tivesse conhecido um homem e resolvera dedicar sua vida a atormentar noviças como eu.
Eu já estava com a cabeça no travesseiro, aliviada por ainda não ter que dormir no convento graças a um pedido de meu pai. Ele queria fazer uma ultima tentativa com aquele nobre Irlandês asqueroso. 
No entanto, o que parecia ruim começou a piorar. Ouvi os latidos insistentes de Lyla, minha querida cadela. Eram latidos diferentes e rosnados. Lyla era dócil, nunca rosnava. Havia algo errado mas meu pai não era sagaz o suficiente para certos detalhes e apenas esbravejou para que ela se calasse. E assim a pobrezinha o fez, em meio a pequenos rosnados de protesto.
Quando me dei conta, tudo estava escuro. Ouvi apenas o som da janela se abrindo e logo senti o cheiro forte entrando por minhas narinas e me fazendo perder os sentidos.
No ultimo segundo, tive tempo de pensar. "Perdão pai, finalmente minha língua me traiu, como o senhor bem me avisou."
Acordei com o trepidar barulhento da carruagem. A cabeça doia, as mãos estavam amarradas e um saco na cabeça. Céus...Que Deus me mate antes de começarem. Se serei torturada pela inquisição, muita dor me aguarda. 
Segurei o choro o máximo que pude, já que a ponta da adaga sutilmente encostada na minha costela era um aviso para que eu não gritasse.
Fui obrigada a andar por um longo tempo, desequilibrada. O homem que me amparava tinha um perfume suave, isso já me dizia algumas coisas. Primeiro não era um ladrão barato nem um cigano. Eles fedem como porcos. Segundo não era um padre, pois eu podia sentir a pele do braço dele encostar nas minhas mãos, e estava nua. Quando eu começava a calcular possibilidades, fui gentilmente atirada em cima de um colchão macio. Minhas mãos foram desamarradas e uma voz gentil disse em tom baixo que se eu me comportasse continuaria livre e poderia tirar o capuz. Eu acenei positivamente, afinal que outra opção eu tinha? Ele retirou o capuz e eu vi o luxuoso quarto, cheio de luminárias e a cama digna de uma princesa.
Perguntei quem era ele, o que queriam de mim...Ele apenas disse para que eu dormisse, pois a noite de amanhã seria longa.
Minha razão se acabou ali. Chorei, gritei, esperneei, chutei a porta e soquei as paredes.Mas cai no sono.
Acordei e continuei meu espetáculo até que uma jovem serva entrou no quarto com comida e vinho. Me senti como Lyla, pois aquele cheiro era puro instinto. Eu estava tão faminta que se tivesse um rabo, estaria abanando para meus captores. 
A noite chegou, o homem que me raptou entrou no quarto e fez uma pergunta. "preciso vendar você, mas é por pouco tempo, você virá comigo sem resistir?" Era hora da tortura. DEUS! eu tinha que lutar por minha vida. Seria inutil mas eu tentaria. Tentei socá-lo, mas não tive forças. "resposta errada" ele disse enquanto me dominava como se eu fosse de brinquedo e me amarrava as mãos. Fui levada aos berros por corredores frios, e já imaginava a dor dos primeiros grilhoes atravessando meus pulsos...
Mas ao invés disso a venda foi tirada e as mãos soltas, fui sentada em uma cadeira e vi na minha frente a criatura mais angelical e doce que já vira em toda a minha existência. E o pior, eu a conhecia.
Minha língua enfim tinha me traido mesmo. Seria ela um anjo mandado pelo proprio Deus para calar minha boca? Não eu não sou tão importante. Seria ela uma nobre com algum plano escuso? È, mais ou menos.
A bela ruiva com ar francês tagarelou por horas sobre poder, riquezas e governos. Mas quando o assunto chegou em vampiros, tive medo de estar no lugar errado.
Mas uma coisa que aprendi com meu pai é que tudo na vida tem um preço e que você deve aproveitar a vida, pois ela é curta demais, e que ele precisava de dinheiro para aproveitar a dele, logo, me vendeu.
Se me ver livre dos cantos e salmos, poder usar belos vestidos como o da ruiva, e poder beijar quantos homens quiser, além de ser jovem, bela e imortal pro resto da vida tem um preço, me parece interessante paga-lo.
Sei que não é barato, pois como ela disse, há algum ônus.
No entanto, meus anos de noviça também me ensinaram uma coisa. Se a igreja proibe, é por que é bom. Se a igreja caça, é por que é melhor ainda. E se a igreja teme, é isso que eu quero ser.
Vamos lá ruivinha, me mostre o que é ser esse tal de Vampiro.

domingo, 20 de novembro de 2011

Zephus- O Segredo do Céu


O amanhã é sempre uma grande surpresa e foi com este sentimento que Zephus abriu seus olhos e vislumbrou o local onde se encontrava. Era nítido para ele, um novo ciclo havia começado, por mais que não se lembrasse de seu último, sabia que tinha encontrado algo grande, algo majestoso ao qual não se lembrava, mas que agora não fazia importância alguma, afinal toda aquela vista de montanhas gélidas com ao longe pastos verdes  e águas transparentes jorrando das grandes montanhas realmente era tão grandioso quanto qualquer sentimento que pudesse ter. Zephus se pôs de pé e percebeu o quanto era forte. Suas asas eram enormes com plumagens negras e algumas penas brancas nas pontas, seu bico e garras eram poderosas, seus olhos viam coisas a uma distância que ele mesmo quase não acreditava. Como ele era formidável e como era gostoso voar por aquelas montanhas se colocando acima de outras aves menores e caçando seus alimentos tanto no ar, na água ou em terra. O novo agora parecia mais bonito para Zephus e ele desejou que aquele ciclo nunca passasse. Nos dias mais frios se esquentava em seu ninho apenas indo voar para caçar e nos mais quentes voava praticamente o dia todo para se exercitar e combater outros que queriam entrar no que ele chamou de seu domínio. Muitas outras criaturas do novo queriam o domínio de Zephus, porém ele mantinha habilmente os invasores longe do qual chamou de domínio dos céus. Parecia para ele que as próprias montanhas se curvavam em sua homenagem quando passava e que todos os seres que ali estavam ou entravam deviam respeito a ele, e quando não apresentavam este respeito, ele impunha com toda sua magnífica força. O tempo passou, Zephus encontrou uma parceira, outra ave de sua espécie para que pudesse ter seus herdeiros. Tudo estava indo perfeito se não fosse um sentimento crescente de que ele havia se desviado de seu caminho. O novo havia tomado conta de tudo e os ciclos não mais eram decisões de zephus ou de qualquer outra criatura. Em uma bela manhã quando Zephus abria suas asas para voar de seu majestoso ninho ele se deu conta dos pontos luminosos à cima dele, Zephus ficou furioso, pois algo ousava voar mais alto dele e de seu domínio, logo se colocou a voar, sempre subindo para que pudesse ver e confrontar o que voava acima dele. A majestosa ave brilhante ainda estava muito longe quando Zephus perdeu suas forças e seu fôlego e começou a cair. O novo girava a cada rodopio aéreo que Zephus dava com a pressão da queda que o jogava para baixo, ele estava exausto, o seu domínio já não o deixava confortável e suas asas agora cansadas já não batiam. Zephus se viu em grandes problemas, porém em um de seus rodopios percebeu algo azul no fundo do vale gelado, algo que corria sem parar e que ele fazia uso para caça, a água. Como era magnífica, tanto quanto o seu domínio dos céus, ou aquele verde ao longe.Percebeu então que na verdade estes lugares não pertenciam a ninguém e sim os seres que moravam neles que pertenciam a esses lugares. Com uma frustração tremenda ele se pôs a tentar bater suas asas assim que conseguia respirar novamente, começou a se estabilizar e em vez de fazer força como sempre, apenas planou junto com o vento vendo como ele era apenas mais um no meio do domínio dos céus que obviamente não pertencia a ele e sim do próprio céu. Depois de muito planar com o vento conseguiu voltar a seu ninho. Começou a procurar mais por onde o vento soprava, quando estava mais forte ou mais fraco, quando fazia curvas ou ia reto. Começou a reparar em todos os elementos, a água, a terra e todos os outros seres, assim como sentia que já havia feito tantas vezes. Procurou em seus filhotes a resposta da pergunta que nem ele havia imaginado em fazer, mas que não saia de sua mente. Por quê? Então novamente percebeu que tudo é um e um é tudo. Ekbath na verdade são todos e todos são Ekbath. Todos os seres deste novo eram vindos dos elementos, todos os seres foram tocados pela escuridão e pela luz para se formarem e principalmente todos os seres formaram sentimentos próprios assim como ele os tinha no domínio dos céus. A pergunta agora era, e qual o grande segredo? O que ele ainda buscava? Neste instante Zephus se deparou com algumas criaturas que nunca havia visto criaturas de poucos pelos em seus corpos, grandes, andavam de duas patas e usavam outras duas para caçar, criaturas magníficas, esquisitas, mas magníficas. Quando se preparou para fazer uma volta no céu e observar novamente, descobriu como que em um estalo aquilo que vinha procurando, o segredo do céu é que no meio de toda aquela liberdade, no meio de todo aquele Todo, a sua única limitação, é as que você coloca para você mesmo. Neste instante pousou próximo aos desconhecidos e desejou ser exatamente como eles, afinal seu ciclo pelo visto já estava no fim. Os homens vieram ver aquela magnífica criatura e ao invés de tentar aprender com ele como Zephus havia planejado, tinham necessidades mais importantes, como, as de defender seu domínio daquela criatura magnífica. Assim, morto nas mãos dos seres que desejava ser, Zephus ficou feliz, pois sabia o que se tornaria em seu próximo ciclo. Muitos e muitos anos se passaram e um dia em uma vila bem mais avançada do que a que Zephus  se deparou, nascia Eldrake, um humano. (continua)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cansada...

Cansada... essa palavra já está ultrapassada em relação ao todo. Sozinha... tenho me sentido assim desde que cheguei a Canterbury. Saturada... já estou corroída antes mesmo de se passar o primeiro ano.
A minha cabeça é um turbilhão de pensamentos, problemas, chateações, frustrações, as noites começam bem, terminam mal ou vice-versa. Tenho escutado humilhações, broncas, desaforos, de todos... São tantos próximos e tão poucos fazendo algo realmente útil, Canterbury é o lugar mais nojento da face dessa Europa e eu devo arrumá-la...
Maldito fantasma de Mithras, ele assombra os meus de forma tão intensa que chega a me assustar, desde que viemos para a Bretanha, ele dita as ordens e eles passam por cima de mim, com medo de que ele faça algo contra eles... Eu já não agüento esse porão bem iluminado... TUDO está sendo horrível e dentro desse lugar e não tive sequer um segundo de sossego, não posso sair, hordas caem sobre minha cabeça, não posso ficar, hordas caem sobre minha cabeça.
Lá fora são inquisidores, lasombras, peste... aqui dentro é meu marido, meu filho, minhas amigas e Miros... Não tenho paz para pensar em como solucionar problemas, não tenho tempo para treinar combate, não tenho gente para contar na hora da ação, não tenho meios de entrar na cidade... A idéia do conde é boa, mas até quando? Os Murneau logo vão querer saber quem é, de onde veio e o que quer e creio que quando isso acontecer ele estará em perigo.
Lasombras comandam a Igreja, a inquisição e os próprios ninhos, me seguem feito as sombras que eles tanto endeusam, agora estão começando a se mostrar, ainda não entendi como aquela barata do abismo conseguiu escutar toda minha conversa com Calebros e matá-lo sem que sequer UM mortal a visse, pior, sem que UM simples inquisidor pudesse sentir aquela aura grotesca e nefasta e bastou Mihaela descontar um milésimo de sua raiva em um pequeno grupo que TODA a ordem já sabe que se trata de uma mulher com os trejeitos dela.
Estou esgotada... as minhas forças estão ruídas há mais tempo do que eles pensam, eu já pensei coisas horríveis a meu respeito, inclusive de ir embora e largá-los todos aqui, foi um pensamento egoísta ainda mais que eu os amo tanto, mas infelizmente, a situação precisa mudar, se eu não puder contar com eles, vou contar com outros, todos nós estamos fatigados, mas acho que se eles não forem meus alicerces, nenhuma construção dessa cidade vai permanecer de pé, não sob o comando da príncipe fraca de Canterbury, Leona de Notreville. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Castigo Silencioso


Ano de 1230, Canterbury


Ao meu querido Senhor Josef Brandley


Meu Pai. Venho por meio desta dar-lhe uma triste notícia. Tua Prole mais nova, Antoniette, foi destruida de forma brutal e sem chances de defesa.
No entanto, não se trata dos homens da Igreja, como o senhor havia nos alertado. Antoniette foi destruida por outro cainita.
Tudo aconteceu no baile que ela deu em nosso refugio meu mestre. Eu disse a ela, que aquela quantidade de humanos era exagerada, que não haveriam tantos cainitas assim para beberem de todo aquele sangue e que expor os infelizes nus e sangrando como se fosses cascatas de vinho seria de péssimo tom, principalmente para um Toreador.
Mas tu sabes como era tua querida. Teimosa e temperamental.
Durante o baile, havia um belo homem, com certeza um cainita, de sorriso largo e confiante, e usava uma máscara de baile, talvez por engano, acreditando se tratar de um baile de máscaras, mas mesmo que eu a avisasse da presença do estranho e que estava desconfiada de suas intenções, ela estava extasiada demais com todo aquele sangue, toda aquela orgia...
Pouco antes do fim do baile, ouvi gritos histéricos vindos do quarto de Antoniette, o que julguei normal, afinal ela era adepta da luxúria e fazia questão de que todos na mansão soubessem quando havia alguém em sua cama.
Os gritos cessaram abruptamente, e por instinto corri até o quarto dela. Encontrei sobre o lençol de cetim apenas o corpo decrepito e apodrecido da outrora bela Antoniette, e em cima dele, a máscara que o estranho usava, com um pequeno bilhete.
"Silêncio"


Espero que possas suportar esta perda meu pai, e aproveito para avisa-lo de que estou voltando para a França. Canterbury não é, definitivamente um lugar seguro para cainitas e espero que me aceite de volta em vosso refugio.


Com amor, Sua Filha.


Gabrielle Lacanster

Movimentos de Guerra



Ano de Nosso senhor de 1230, Canterburry


A todos os Advogados em nome de Deus, Membros do Santo Ofício


Fui informado, no fim da noite de ontem que um valoroso grupo de nossos cavaleiros foi brutalmente assassinado por hordas demoníacas enquanto tentava, em nome do Senhor, destruir umas das criaturas do cavaleiro da peste, a qual os senhores já sabem, trouxe a doença e a morte para nossa cidade.
Alguns deles eram Santos Homens Iluminados pela luz de Deus, e possuiam o dom da Teurgia. Mas o demônio era forte demais, assim como os tantos outros que chegam e saem de nossa cidade, disfarçados entre os peregrinos de St Thomas Beckett, louvado seja.
Segundo um dos abençoados com o dom do Sophia Patris, levado ao local do massacre, o demônio a ser encontrado é uma mulher, de traços exóticos e olhos estranhos, que ele não soube precisar exatamente como eram. Só sabemos que é uma bela e jovem mulher portadora de duas espadas e com excelente pontaria no arco. Uma guerreira formidável.
Por isso, venho através desta carta alerta-los para qualquer tipo de mulher que ande pela noite, sozinha e usando armas, é recomendável que por via das dúvidas, sejam presas e aguardem a chegada de um vidente para confirmar se se tratam mesmo do demônio que levou a vida de nossos valorosos paladinos.
Estamos mais uma vez em guerra meus irmãos! Deus nos pune com a peste, mas ao mesmo tempo nos testa, para saber se somos dignos de seu reino! E a forma de mostrar isso a ele é varrendo as hordas de Satanás dessa cidade sagrada!
Em breve lhes escreverei novamente com as diretrizes do Grande Expurgo! Um ato que nos livrará enfim do inferno e trará a paz novamente para nossa cidade!


Deus seja Louvado!


Em Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Sir Abraham Emirad, Juiz do Santo Ofício em nome de Deus

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nekhan - O Sentido da Existência

Ali estava ele, Nekhan, com seu pelo negro e seus olhos brilhando ao escuro da noite. Um novo ciclo começou e o agora ser do novo estava pronto para vivê-lo tão plenamente quanto ao ciclo passado do qual se lembrava vagamente. Ele começou a correr pela floresta maravilhado com tudo o que tinha ajudado a moldar e tornar vivo. Suas patas eram rápidas e ele grande e forte, sua agilidade alta e sua ferocidade muito extrema no momento da caçada. Tudo era novo para Nekhan, tudo havia se transformado e a única coisa que via de seu velho ciclo era pontos luminosos no céu.  Agora, no entanto, vinha uma sensação diferente no então felino, o céu não mais estava ao seu alcance, os elementos não mais se dobravam a sua vontade, a vida não mais se unia em luz com seu desejo e nem a escuridão não se adensava ao seu comando. Nekhan agora era apenas mais um dos muitos novos moradores deste vasto novo e isso o deixou entristecido e cabisbaixo. O novo agora estaria trilhando um caminho desconhecido a Nekhan sendo que inicialmente este apenas gostaria de uma coisa, ver o novo e guiá-lo ao melhor caminho. Andou dia e noite sem a menor vontade de caçar, apenar de sua barriga doer de fome, sua língua se ferir de cede e seus olhos arderem de tanto derramarem lágrimas, Nekhan acabara de conhecer a tristeza e o sentimento de falha pela primeira vez. Tudo ficou diferente, a belíssima floresta estava mais escura, retorcida e feia, nada mais chamava a atenção, nem mesmo uma tenra e apetitosa lebre. Pouco a pouco foi ficando mais e mais debilitado até que nem andar conseguia mais o grande felino. O que mais havia sido criado? Nekhan se perguntava, o que mais estou perdendo? Quais as modificações que ocorreram neste novo no tempo que estava finalizando meu próprio e maravilhoso ciclo? Todas essas perguntas não deixavam sua mente ao menos descansar. Logo estava se perguntando se este ciclo seria tão curto e acabaria tão sem sentido quanto parecia, o que afinal ele estava fazendo ali? Por que afinal ele havia feito tantos atos inconseqüentes?   Nekhan não conseguia lembrar-se das respostas. Foi então que viu uma pequena formiga a levar um imenso pedaço de folha. Todas aquelas criaturinhas em fila, disciplinadas a carregar e viver daquela forma? O que as motivava? Se ele um ser tão grande, feroz e belo não tinha sentido neste novo, o que elas sabem que deu a elas o sentido de não desistir? Nekhan em uma última tentativa abriu seus olhos ao máximo, farejou todos os cheiros a seu redor e deixou todos os seus instintos fluírem, ali estava, aquela era a resposta, ele não conhecia, mas ele era. O que Nekhan descobriu é que tudo aquilo, era ele e que ele era tudo aquilo. Sua vontade ficou impregnada no novo de forma que ele seguisse o percurso que foi lhe designado por Ekhbath. A diferença é que nem ele e nem suas outras partes sabiam qual era esse sentido. Nekhan então juntou todas as suas forças e se levantou, foi até o rio e bebeu de suas águas, foi até animais e comeu de suas carnes, dormiu então um belo sono com toda sua consciência tranqüila, afinal havia descoberto o sentido de sua existência, vivenciar os desejos que um dia tivera, porém sem ficar tedioso sabendo do fim ou do amanhã, sem ficar confortável sem ter que enfrentar nenhuma dificuldade, afinal, ele já havia feito isso antes, buscou por todo o vazio para que enfim criasse o novo. Enquanto Nekhan dormia, um predador ainda maior que ele o encontrou e fez dele seu jantar, afinal ainda não tinha se recuperado de toda aquela fraqueza em que se afundou. Nekhan então antes de morrer percebeu que havia cumprido mais um ciclo e que neste ciclo descobriu o sentido de sua existência nova e que este seria provavelmente o desafio de todas aquelas criaturas. Mais um ciclo havia terminado menos tranqüilo que o anterior, mas de forma tão sublime quanto. Não havia forma de quantificar o tempo que se passou, mas se sabe que ele renasceu entre as montanhas com um novo nome, agora ele era Zephus. (Continua) 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Fúria



Ano de 1230, Londres


Para Lady Leona di Nottreville, Filha de Mithras, Filho de Vedharta, Lady da Croácia e Baronesa de Canterbury.


Minha Filha.


Meu coração ainda chora pelo caos e tristeza que causei a ti e a teus próximos com toda esta situação no baronato.
Minhas andanças me revelaram muita coisa, dentre elas uma conspiração contra mim e meus aliados vinda diretamente de alguns de meus mais confiáveis Barões. Tudo estava sendo arquitetado por uma aliança nefasta que envolvia lupinos dos Senhores das Sombras, Seguidores de Set, Forças de Montano, o Voivodato e uma Guilda de Demônios antigos. Todos eles escondidos por trás das paredes das catedrais por toda a Bretanha, infiltrados sob o nome de uma infame religião denominada Heresia Cainita.
Sob o comando de Montano e do Próprio Lucian, eles usaram as influências entre os membros do clero para minar meus templos, descobrir informações sigilosas e preparar um grande ataque em massa que destruiria a mim, minhas proles e meu Baronato para sempre.
Mas você sabe que se jogar um grande pedaço de carne no meio de hienas, elas vão começar a lutar umas contra as outras e se matarem até que apenas uma saia vencedora, mesmo que ferida de morte a ponto de não conseguir devorar o prêmio. E foi isso que aconteceu. Desavenças tiveram início e enquanto os demônios e os Setitas começaram a agir sozinhos, Os Lasombra e os Tizmisce criaram uma sociedade secreta dentro da própria Heresia cainita, a qual denominaram Espada de Cain.
Como eu sei disso tudo? A mente de Stefanos se tornou um livro muito interessante, lido noite após noite.
Venho dizer que mesmo a duras penas, aqueles nos quais eu pude confiar me salvaram a pós-vida. Primeiro Anack, que ao destruir Sanjaya, fez com que a conspiração perdesse seus agentes de campo e suas tropas de choque. O novo Sanjaya, por sorte deve favores a Lord Hannibal, e agora, mais um entra para a lista dos que eu devo a ele. 
Montano e seus vermes preferiram observar de longe e incitaram os demônios a darem o primeiro passo, já que era deles o maior interesse.
A estratégia deu certo e os Baali infestaram Londres com seus ataques e atentados, mas os Lasombra não contavam que suas marionetes na Inquisição se virassem contra eles e resolvessem atacar tudo e qualquer coisa que se movesse na noite, e os baali se tornaram seus alvos prioritários por razões óbvias. Minha Londres agradece.
Os lupinos minaram minhas influências políticas, caçando meus lacaios e os repondo com seus parentes. Lentamente meus baronatos estavam cheios de senhores das sombras tramando contra cada mortal sob minha influência. No entanto, eles também não contavam que para o Rei Presa de Prata, era preferível uma aliança temporária com um "ser da Wyrm" como eu do que ter o trono de Carvalho usurpado pelos Senhores das Sombras.
Você pode se perguntar. E Stefanos? E canterbury? e Eu?
Stefanos foi corrompido por uma setita de nome Nenofar. Meus conhecimentos dizem se tratar de uma Hierophante com poderes inimagináveis, que fez com que minha prole mais velha caisse como um pato por seus encantos. Nada que justifique sua fraqueza nem abrande a punição que dei a ele, mas pelo menos encontrei a origem de tudo aquilo. 
Por fim, todos os meus inimigos queriam apenas uma coisa. Um poderoso artefato conhecido como Guardiãs de Enoch. Eu o julgava uma lenda, que dizia se tratarem das três irmãs-esposas de Cain, a quem ele tornou as primeiras carniçais que se tem notícia e que eram as guardiãs de nosso criador e de suas proles. 
Quando Enoch caiu, elas foram aprisionadas dentro de três estátuas perfeitas, e entregues aos antidilvianos para serem escondidas ou destruidas. Uma foi entregue a Arikel, outra a Saulot e a Ultima a Vedharta.
Sim, exato. Todo esse caos, conspiração e loucura não tinham nada, absolutamente NADA, a ver comigo. Eu simplesmente estava no caminho e era um obstáculo. Seu objetivo era meu Pai. Guardião do artefato que queriam. Eles planejaram tudo, despertaram Tiamat, e guiaram sua fúria até meu pai. Ela o feriu no coração com sua espada maldita, ele tombou e eles levaram o que queriam.
Nosso pai não foi destruido. Os conspiradores fizeram tudo de forma perfeita, mas não sabiam que antes de se trancafiar em sua tumba, Tiamat procurou o único cainita que já recebeu do proprio cain a alcunha de Juiz. Ela criou um encantamento na espada para que apenas ele e seus descendentes pudessem usar seu poder supremo. Seu nome era Haquim e ele aceitou a tarefa. Apenas nas mãos de um assamita esta espada é verdadeiramente mortífera.
Para terminar minha amada criança. Como disse a ti, ha cinco noites reuni um grupo de cainitas absurdamente poderosos. Eu, Lord Hannibal, Lady Evidakia, Helena de Troia, Lord Etrius e ajudados pelo Rei dos Presa de Prata Edigar Morningkill e pela Rainha das Fadas, Walleria Asfin, usamos a pedra que sua prole providencialmente nos trouxe, invadimos o covil dos demônios, os destruimos e recuperamos a espada e a estátua.
Nossa situação agora minha querida, é de guerra declarada. Teus afazeres em Canterbury continuarão como o planejado, com o adendo de que agora, precisa descobrir, sabotar e destruir todo e qualquer vestígio daquilo que chamam Heresia Cainita. 
Voltarei para Londres e reconstruirei o Baronato. Mas estarei observando e de prontidão para qualquer necessidade que você tenha.


Espero ter esclarecido algumas dúvidas minha criança.


Esperançoso de que possa me perdoar e um dia celebrar nossa vitória junto a mim, teu Pai.


Lord Mithras, filho de Vedharta, Lord do Baronato de Avalon.

Noites de Caos e Lágrimas


Foi um mês conturbado e de acontecimentos inesperados, mas nada me faria desconfiar de que seria um mês tão sangrento e trágico. Minha mãe agora chora pelos cantos, como se tudo estivesse perdido, mas ao mesmo tempo com um ódio no olhar que me é estranho, um ódio carregado de revolta e tristeza, como se tudo fosse um único sentimento. Ela age normalmente demonstrando sua força e segurança como sempre, mas sinto um quê de reclusão. Não sei se é apenas paranoia da minha parte, mas só sei que tudo o que eu mais queria é que voltássemos para Zagreb e começássemos tudo outra vez. Mas isso não será permitido.
A queda de Vedharta, a destruição de Félix, a viagem de Mihaela e Safiya...Tudo parece ter sido um plano maligno muito bem arquitetado, e o pior, um plano orquestrado por minha própria mãe. Acho que no íntimo de sua alma ela nunca poderia imaginar que algo tão certo pudesse dar tão errado.
Pobre Mihaela. Passei a admirá-la ainda mais depois que ela estendeu a mão para me erguer do chão, me oferecendo ajuda vinda de onde eu menos poderia imaginar que viria, de um Brujah. Félix era outro, um guerreiro formidável e irrepreensível. Sei que ele nutria uma raiva contida de mim por tudo que o fiz passar quando cometi meus atos impensados, mas eu gostava dele. Os dois iriam se casar, céus, a condição cainita é mesmo uma maldição, as palavras de Cain sobre o amor para nós devem ser verdadeiras...Aconteceu comigo, aconteceu com Mihaela e agora temo por minha Mãe e meu Pai. Se o amor entre cainitas é amaldiçoado, qual dos dois ele levará primeiro? Ou os dois?
Ainda tem aquele Tzmisce. Não consigo confiar nele, e de umas noites pra cá, sinto-me ofendido quando ele olha e sorri para me cumprimentar, sem a menor razão, claro, mas algo me diz que meu pai tem muita razão sobre o que diz sobre ele. Por outro lado, minha mãe tem tanta razão quanto...afinal ele nunca nos fez nada...confesso que estou confuso mas por via das dúvidas não dou as costas para ele.
Estamos no meio do inferno, com o Diabo afiando o tridente do lado de fora e sem podermos ir para frente ou para trás. Se meu avô tem um plano espero que seja rápido, não suporto mais ver minha mãe aos prantos e quero enfiar logo minha espada no coração do maldito que destruiu Félix e nos dificultou tanto a pós-vida.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Baile Começa



"Nunca deves revelar a aqueles de fora do sangue tua verdadeira natureza, ao fazer isso, renunciarás a meu pacto"


Cain foi bem claro ao dizer isto. É o que os sete cainitas reunidos naquela câmara fria de Canterbury pensam e é este pensamento que os une naquela noite.
Os primeiros a concordarem foram Laurence Mc Pierce, do clan Ventrue e sua amante, Adana de Sforza, do clan Brujah. Juntos eles vagaram pela Europa, observando as atrocidades e abusos cometidos por vampiros e como os mortais cada noite ficavam mais atentos, mais precavidos.
Relatos de camponeses fartos de tanto abuso invadindo castelos sombrios durante o dia e levando velhos cainitas para suas mortes finais estavam cada vez mais comuns, mas ainda havia um senso crítico, um instinto de auto-preservação que fazia destes cainitas incautos minoria.
Mas então, alguém iniciou a Guerra dos Príncipes. Agora não importava mais quantos mortais seriam sacrificados, quantas guerras de faxada seriam travadas em nome de seus senhores sangrentos, o que importa agora é a destruição de seu inimigo, nem que para isso banhos de festins de sangue tenham que ser feitos debaixo dos narizes dos reis e da igreja.
Laurence e Adana encontraram em seu caminho um membro do Clan Gangrel,Milov Petrenkov, um aristocrata abraçado por vingança, mas que abraçou seu clan e os segredos da besta, ele tinha em si a chama da busca por conhecimento aliada ao mais apurado instinto de sobrevivência. Como Adana, ele era um Prometean, e esse grupo de cainitas liderado pela antiga Ecaterina, a sábia, espalhou pela europa em tempos antigos a idéia de respeito, igualdade e cautela para com os mortais. Nesta época estes ideais eram ridicularizados. Hoje, o medo faz com que muitos passem a pensar duas vezes.
cainitas como o Nosferatu Josef Von bauren, que entende que mesmo seus poderes de ocultamento não são eficazes contra cavaleiros cheios de fé verdadeira e visão clara, a Malkavian Camila Banes, que se diz farta das irresponsabilidades e abusos feitos por seu clan em nome de uma suposta loucura, a Tremere Natasha Lopan, que sabe que mesmo seu jovem clan, que sobreviveu ao expurgo tzmisce a á caçada da Ordem de Hermes, não será páreo para uma horda de mortais que caçam Vampiros e bruxas durante o dia, principalmente quando se é os dois.
Finalmente, o clan que mais tem laços com os mortais resolveu se pronunciar na figura do notório Rafael de Corazon, sobrevivente dos massacres e ataques insanos do agora nomeado Movimento Anarquista e testemunha do caos e horror que tomou a Espanha nas ultimas noites e que caminha a passos largos para se espalhar pela europa como fogo em um palheiro.
A luta será árdua, e Laurence espera buscar entre os de seu clan, cainitas sensatos e poderosos para que evitem esta catastrofe que pode levar a raça dos cainitas a extinção.


A reunião termina com os planos traçados. O Le Masquerade partirá para a luta, e que Cain guie seus passos.

domingo, 6 de novembro de 2011

Ekhbath - O tudo e o nada.


Não escrevo essas palavras para que julguem a si mesmos ou a seres que andam pela noite ou dia, escrevo apenas para mostrar o quão vermelho se encontra o mundo. Sim, vermelho, um mundo manchado do sangue de vários seres. Alguns muito fracos, outros, deuses lendários e imortais. No fim, todos nós sangramos e todos nós necessitamos de sangue. Como pode os que se julgam sagrados detestarem aqueles que trazem a dor e a destruição ao mundo se é justamente nós que trazemos a prosperidade dos mesmos sagrados? Não se engane o mundo pode se retorcer, contorcer, morrer, reviver e as coisas continuarão iguais. O dito Bem versos o dito Mal. Memórias antigas dizem que tudo começou muito antes de um deus único ou de vários deuses, tudo começou no vazio onde uma sentelha se esbarra na outra e cria algo neste vazio que não pode mais se chamar de vazio e para compensar se chama de escuridão. O que foi criado? A luz. Não se enganem, assim como nesta era inimaginável, a luz de hoje só é possível por alguma escuridão de outrora. A história que vou contar é sobre uma pessoa, não, um ser de pura escuridão que no final se tornou pura luz. Nada é eterno, nem os imortais, nem as paisagens, nem o céu ou as estrelas e como eles, este ser também mudou, morreu e renasceu muitas e muitas vezes. Quando me recordo de seus inúmeros nomes me repreendo perguntando se algum dia saberei de todos ou se em algum momento poderei conseguir passar para o amaldiçoado que estiver lendo estas palavras um pouco do que sei ou do que vi. Assustado? Sim, amaldiçoado é o que és, visto que podes saber da verdade, uma verdade falsa como todas as outras, porém mais antigas do que o céu ou o inferno. Seu primeiro nome é Ekhbath. Sim, SEU. Intrigado? No final destas palavras saberás porquê SEU nome.
Ekhbath andava distraído em mais um ciclo de sua existência, se via neste instante entre as estrelas e a escuridão. Andou mais um pouco e achou mais estrelas, andou mais e achou ainda mais estrelas até que se entediou de todo aquela escuridão com pontos luminosos. Ekhbath dirigiu-se então a uma busca que ele intitulou primordial. Sim, ele estava atrás de algo diferente, algo que ele reconhecesse como ele e como tudo a sua volta, porém diferente. Passou por muitos ciclos vendo-os morrer e renascer, afinal, o tempo também não é único e muito menos imortal como se acha. Lançou-se para locais longínquos, porém próximos de seu toque, desabrochou luzes ainda encasuladas e confortou aquelas que já estavam no fim. Quando já estavas para desistir descobriu que o que ele procurava estava em lugar algum e em todo lugar. Esta era a resposta e Ekhbath meditou sobre ela chegando a uma única conclusão, que deveria unir a luz de diferentes formas com pitadas de escuridão, Sim! O contrário de tudo em um local e tudo da mesma forma em volta deste local. Logo começou seu trabalho que durariam ciclos e mais ciclos incansavelmente, porém percebeu que o tudo já estava pré disposto a realizar o desejo de Ekhbath. Logo se via algo diferente diante os olhos de Ekhbath, algo novo, feito apenas de luz e escuridão, porém algo extremamente novo. Diante de seus olhos a maravilha se formava oceanos, terras, montanhas, rios, desertos, gelo, fogo, florestas, porém, todos mortos. Estava feio aos olhos de Ekhbath  e ele meditou quanto a isso até que achou a resposta, ele mesmo devia enfrentar o final de seu ciclo. Depois de sua conclusão, Ekhbath se jogou dentro do novo e se deparou com uma junção completa de sua luz com a escuridão do novo e de sua escuridão com a luz do novo. Logo percebera que não afetava só aquele novo e sim a criação de mais novos por todo o vazio que se expandia mais para que não se tornasse cheio. Assim foi o final de seu ciclo e o início de outro onde ele acorda em plena floresta e se autodenomina Nekhan...
Logo continuarei estes contos ou morrerei antes de terminá-los, afinal, todos temos nossos ciclos.

Nova Era


Finalmente em algumas décadas, desperto mais otimista. Não que eu achasse Laurence desagradável, ou como muitos insinuam, incompetente. Na verdade, ele fez até muito com o pouco recurso "humano" do qual dispunha.
Agora enfim, teremos alguém realmente bem armado. Uma Lady de linhagem forte. A mesma de Laurence, é verdade, mas uma coisa é lidar com um dos netos, a outra é lidar com A Filha preferida.
Canterbury, tenho certeza, é um pedacinho do próprio inferno que o demônio resolveu expurgar por rivalizar sozinha com todos os outros nove círculos.
No entanto creio que Lady Leona tem um diferencial que os outros governantes deste baronato nunca tiveram. Coragem e autonomia. Laurence até tentou. Suas idéias de discrição e união entre Alto e baixo Clans me agradam muito, mas ele esbarrava em seu senhor, Lord Stefanos. O velho além de não valorizar a própria cria, não o deixava tomar as medidas necessárias para diminuir a influência dos caçadores na cidade e vivia o convocando para solenidades inuteis e estúpidas enquanto uma guerra civil quase eclodia em seus domínios.
Agora, temos uma governante que transformou um pedaço de nada, terra, e nada em um país, próspero e forte. Creio que ela e seu grupo de senescais e guardiões poderão enfim, equilibrar as noites e dar aos cainitas desta cidade um pouco de paz.
Eu, mesmo estando aqui apenas por um motivo, que é trazer o belo corpo de minha linda prole com uma enorme estaca atravessada em seu coração para vê-la queimar em Madrid, terei prazer em conhecer e ajudar aqueles que trazem os ventos da mudança.
Lady Leona di Notre Ville, eis aqui Señor Gonsalo de Mondragon, seu vassalo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nas horas mais Negras, Nas noites mais sombrias...


Que o portador deste texto sagrado seja protegido por Deus e seus anjos, e que sobre ele nenhum mal se abata. Que a espada do Arcanjo Miguel esteja sempre a seu lado e que o Sol brilhe nas Horas mais negras e nas Noites mais sombrias.


O que são Vampiros:


Vampiros, Vampyr, Strigoi, Lamiai, Nosferatu, são seres vindos do inferno que tomam o corpo de um desafortunado pecador na hora de sua morte e andam nele, como se fosse um cavalo. Para sustentar esse estado de danação, eles necessitam beber o sangue dos vivos, para assim voltarem a cometer seus atos excusos e a desafiar as forças do céu.
Mas não se enganem. Esses seres andam entre nós como se fossem vivos, falam conosco nas tavernas, se deitam na cama com as prostitutas e o pior, nos governam sentados nos tronos dos nobres sem que nem sequer tenhamos a menor desconfiança.
Por isso a Ordem de Murneau distribui aos senhores e senhoras um manual para que possam entender, identificar e ajudar a destruir de uma vez por todas esses seres do inferno. Jesus Cristo está conosco.


Como identificar um Vampiro?


Vampiros andam apenas a noite, tu nunca encontrarás um durante o dia, pois são amaldiçoados a dormirem quando o arcanjo Rafael rege o céu. Por isso, este é o melhor momento para destrui-los, quando repousam com a barriga cheia de sangue em seus caixões. No entanto não se enganem, a maioria deles não dorme em caixões e sim em lugares escuros e muito bem guardados, em camas, assim como eu e tu.


Vampiros não respiram, não comem comida nem bebem liquidos. Sua unica fome e sede é do sangue. O seu sangue. Muitos conseguem fingir que estão comendo, respirando ou até mesmo em casos estranhos, fazendo sexo. Basta um pouco de observação.


Vampiros são pálidos como se mortos há pouco tempo. Tu não notarás o rubor de saude em seus rostos, nem o suor, ou os cheiros que qualquer ser humano possui. Podem ficar anos sem tomar banho e ainda assim não irão exibir mau cheiro se trocarem de roupa.


Vampiros não envelhecem. São condenados a uma não vida eterna e a permanecerem como estão para o resto de sua existência maligna. Se tu conheces um nobre que em anos não apresenta nem uma pequena ruga ou cujo cabelo não cai. Ou uma mulher que não engorda, nem perde os dentes. Desconfie.


O que eles temem?


Os vampiros são seres malignos, mas seu criador, satanás, fez deles o maior desafio a Deus. Eles não temem a santa cruz, pelo menos a maioria deles, nem sentem remorso ou medo de entrar em uma igreja. São seres debochados e rirão se exconjurá-los em nome de Deus sem ser um sacerdote de fé verdadeira. A ùnica coisa que eles temem por natureza é o fogo e a luz do sol. Alho, ervas, água benta, nada disso salvará tua vida se um deles quiser teu sangue.


Como Matar um Vampiro:


A melhor forma é procurar um padre ou membro da igreja, de preferencia um santo cavaleiro, quando souber ou desconfiar que alguém é um vampiro. Enfrentá-los é buscar pela morte. No entanto se fores obrigado a enfrenta-los sabia que espadas o ferirão da mesma forma que ferem a um de nós, inclusive se decepá-los as mãos ou os braços gritarão de dor. No entanto são capazes de coisas medonhas como fechar um corte profundo diante de teus olhos. Se temes por tua vida, mire logo no pescoço. A forma mais segura de destrui-lo é arrancando a cabeça. Desta forma ele não voltará. No entanto, se lutares com ele e ele cair, morto, mas o corpo ficar ali, não se engane. Ele não está morto. Cloque fogo e só saia quando restar dele apenas as cinzas. Porém se desferires um golpe e este virar cinzas diante de teus olhos ou apodrecer como um cadaver muito velho, agradeça a Deus, tu enviaste mais um demônio de volta para o inferno.
Um pequeno detalhe não pode escapar. Uma estaca feita inteiramente de madeira, cravada exatamente no coração do demônio, não irá destrui-lo como se acredita, no entanto irá deixa-lo paralisado. Basta se aproximar e corta-lhe a cabeça e o serviço estará terminado.


Apenas os Vampiros são ameaça?


Não. Existem outras hordas do inferno que são tão poderosas quanto. Lobsomens, Bruxas, Duendes, Demônios. Caso queiras saber mais, procure a Ordem de Murneau e receberás uma cópia de um manual como este para cada ser infernal que poderás encontrar.


Estamos no juizo final, e é nosso dever defender nosso Mundo das hordas de satanás em nome de Deus. faça tua parte e o céu será vossa casa e a salvação estará garantida!


Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Miros Moarte

Meu nome é Nystul Monderkainen e tive a chance de conhecer um ser no mínimo estranho. Comecemos na vila de um dos grandes voivods romenos, onde nasceu e cresceu essa pessoa. Apenas para situá-los, este ancião do clã Tzimisce, tinha uma aliança com uma tribo de garous russa chamada senhores das sombras, e nesta vila estavam sendo feitas algumas miscigenações de parentes com revenantes. Claro, vocês devem se perguntar agora que espécies de garous permitiriam isso, não é verdade? A resposta é simples, aqueles que já se encontram corrompidos pela espiral. Voltando ao nosso protagonista, ele foi crescendo entre esse caos, onde vitae cainita e a fúria dos lobos podiam ser sentidas a qualquer hora da noite ou do dia. Destacou-se entre os moradores do vilarejo, pois afrontou abertamente o voivod. Depois de muitas punições de várias formas diferentes, o ancião acabou vendo uma espécie de utilidade naquele homem, afinal de todos da vila ele fora o único a herdar mais partes da mística lupina e vampírica do que todos. O grande Voivod logo pediu para sua senhora, a voivod dos voivods para abraçar o jovem, e assim foi feito. Desde o começo o agora jovem tzimisce abraçou sua maldição a qual chamava alegremente de presente da noite. Seu senhor o ensinou o caminho dos elementos, pois era um ferrenho seguidor do demônio Kupala. Durante longos anos o jovem seguiu à risca as ordens de seu senhor, até que em uma noite os garous não corrompidos pela Wyrm invadiram o território e mataram a todos, ou quase todos. O ancião entregando sua prole à morte conseguiu escapar, o que ele não esperava era que os garous não conseguiriam matar sua jovem prole que fugiu com a ajuda de sua irmã de maldição. Esta irmã chamada Relne, também era prole deste ancião e foi ela quem armou tudo para que este morresse. Tudo estava indo bem, até que o ancião conseguiu escapar das garras dos garous e quase matar Relne. O que o impediu foi a interferência da prole mais jovem, que junto com a mais velha venceram o ancião. Relne desejava o amaranto e imprudentemente o cometeu logo em seguida do torpor de seu senhor. O jovem, não gostou e querendo para ele o sangue de seu agora odiado senhor, enfiou uma estaca no coração deslocado de sua irmã e completou o amaranto em seu senhor. Na noite seguinte foi fácil entregar Relne para a Voivod dos voivods alegando ser ela a grande pecadora. Alguns parentes confirmaram a história afinal, ela havia armado tudo. Depois da destruição de Relne nas mãos de sua “avó”, o jovem Tzimisce, sem posses começou a viajar pela Romênia. O que ele fazia era questionar as crenças dos Voivods e levar problemas para o Voivodato, afinal, ninguém quer um questionador em meio aos tradicionalistas. Logo mandaram matar o jovem, que conseguiu persistir aos ataques. Nesta altura ele já havia ganhado o apelido de Miros Moarte, pois exalava um cheiro de sangue característico. Muitas foram as vidas ceifadas por este “monstro”. Nesta altura, a voivod descobriu a verdade sobre quem matou sua prole, afinal os poderes demonstrados por Miros eram maiores do que se poderia ter. Assim a caçada começou a ficar mais intensa, até que deixar a Romênia fosse a única solução de Miros. Rastreá-lo era simples, afinal onde passava havia um rastro de destruição e morte característicos. Na Bretanha foi onde a perseguição terminou, onde ele encontrou seu fim, não na mão de um tzimisce, mas sim, na mão de caçadores. Assim se achava até hoje, quando de sua tumba saiu mais uma vez Miros Moarte, conhecido apenas por seu falecido senhor por Nystul Monderkainen.