sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Despertar de um Horror


Ano de 1230

Minha Mestra:

Estou desesperada de medo! Apenas tu podes me dizer o que fazer.

Desde que me ordenastes, monto guarda no sarcófago de Tiamat, vigilante e preparada. Mas as coisas estão fora de controle minha ama, eu diria que aconteceu um desastre.
Tudo corria como o planejado. Os Sanjayans entraram sem problemas no território da Bretanha e os aliados deles que aqui estão, aguardam calmamente a chegada de seu lider a Londres.
Mas parece que um incauto lacaio foi pego, e levado pelas forças de Mitrhas até a catedral de St. paul. isso não deveria ter acontecido e creio ter o dedo sujo daquela bruxa nisso. Agora não sabemos exatamente o que Mithras sabe e o que não sabe. Se está preparado para os acontecimentos ou não.
Um ponto positivo, porém, é que tenho quase certeza de que ele acredita ser o alvo de um ataque direto e isso está fazendo com que ele aja. As estradas na saída e entrada de Londres estão cheias de Lacaios patrulhando enquanto os ciganos estúpidos pagam com as próprias vidas por algo que nem sabem que está acontecendo.
Porém alguma coisa fez com que nosso alvo despertasse mais cedo do que o planejado, minha mestra! Sabemos que a espada segue sua criadora, e está trazendo sanjaya direto ao covil de Tiamat. No enatanto, a velha bruxa está disperta. Sim! ela está ativa em sua tumba, mas fraca demais para se movimentar. Até quando eu não sei. Mas, ainda não se trata dela. Nosso alvo despertou, pude sentir como um soco no estômago. Algo tirou Vedharta de seu refugio e o Antigo agora anda pela noite e é questão de tempo até chegar a sua prole mais velha! Será que foi ela quem o invocou? estou confusa e apavorada demais para pensar com a lógica. Neste momento a lua se torna avermelhada, e todos sabemos o que isto significa.
Por favor minha mestra! Rogo por teu auxilio! Não suporto mais tanto medo!

Aguardando por vossa misericórdia, sua serva

Liliel


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Diante dos Olhos


Alguns sentiram os tremores a milhas de distância da Catedral de St Paul. Outros se esconderam debaixo das cobertas acometidos por um medo irracional. A Verdade é que o Deus na Terra estava furioso como não ficava há alguns séculos.
Como é possível que sua prole mais antiga pudesse trai-lo assim debaixo de seu próprio nariz? Como ele se livrou de séculos de laços de sangue e lealdade recompensada? Será que três baronatos para si e outro para sua prole não eram suficientes? Que tamanha ganância se apoderou assim de Stefanos a ponto de conspirar contra seu senhor e mestre de forma tão baixa e arrogante?
Mithras agora sabe que nem o passar dos séculos são capazes de evitar que a maldição cainita corrompa e nuble a mente dos mais velhos.
Mal despertou na noite seguinte e o matusalém ordenou a seus lacaios mais próximos que enviassem cartas a seu círculo interno. Trata-se de um grupo de Barões e Servos que o acompanham há séculos e que até o presente momento nunca falharam nas crises mais agudas. seria o momento de traçar uma emboscada para os conspiradores, algo tão violento e incontestável que os outros matusaléns ao redor do Mundo pensariam duas vezes antes de direcionar seus olhos para a Bretanha.
Lady Diolinda Figarus, Baroneza de St Andrews, Lord  Juan Blackside, Barão de Dublin, Lurd Vurghen Blackside, Barão de Albertawe, Anack, seu fiel guarda-costas Assamita e agora, substituindo Stefanos, sua Querida Lady Leona, Baronesa de Canterbury.
Esta noite o destino do Baronato será novamente traçado. E será ainda mais Glorioso. nem que seja necessário abdicar de sua divindade para trazer o inferno sobre seus inimigos.

domingo, 25 de setembro de 2011

Reforços


Ano de 1230, Vulcovar

Minha Querida Mãe:

Venho por meio desta avisá-la que recebi vossa carta e prontamente estou enviando a ti o que me pediste e fazendo minha mudança para Zagreb, como ordenaste.
Como ainda deve receber a carta de Sir Félix, apenas adianto que ele seguirá para Londres com a fada e a setita que requisitaste. 
Eireen veio a mim tão logo recebeu vossa carta e me apresentou a bela Lilliane Bardakci. Disse que sua prole é versada nas artes da política e da espionagem, além de ser talentosa em todas as artes da sedução e manipulação. Ela imagina que se tu precisas de uma setita, deve ser, certamente com essas caractarísticas. Diz também que aguarda ansiosa por relatórios sobre o comportamento e o desempenho de sua criança.
Já a fada, trata-se da indicação de um velho amigo que fiz durante aqueles fatídicos anos em busca do Reino das Fadas. Segundo esse meu aliado, o guerreiro que mandarei para ti minha mãe, é um legítimo defensor dos códigos da cavalaria, um guerreiro honrado e conhecido entre os seus como caçador de monstros. No entanto, o código de cavalaria das fadas é um tanto deturpado, mas imagino que seja muito próximo daquele que minha mãe considere ideal.Dentro dos parâmetros faéricos, acredito que foi o melhor que pude arranjar. Seu nome é Sir Beomyr Frozenbigtoe e caso ele se apresente em sua forma faérica, o reconhecerá por um diminuto anão de barbas brancas e cabeça lustrosa, sem cabelos. Ele possui o reconhecimento dos dele como um cavaleiro, então sugiro que minha mãe o reconheça desta forma. Isso facilitará as coisas.
Por fim, desejo toda a sorte do mundo e me coloco a disposição para qualquer outra tarefa minha querida mãe. Ficarei ao lado de Lord Sebastjan e darei minha vida por ele se necessário.

Morta de saudades. Sua Filha

Gaal

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pilar de Resistência



Ano de 1230, Vulcovar

Minha Querida Filha Mihaela Mac.

Serei breve nesta carta. Sabes que não tenho o hábito de fazer muitos rodeios e vou sempre direto ao assunto. Creio ser esta uma de minhas qualidades da qual goste mais.
Sei do ocorrido no Castelo de Dálmata e sinceramente me compadeci do "jovem" Sebastjan. Os malditos ladrões esperaram apenas a saída de Lady Leona e sua comitiva para colocarem seus planos em prática. Mas felizmente ninguém foi destruido e acredito eu que aquilo que foi roubado pode ser recuperado.
O que venho lhe dizer nesta carta no entanto são duas coisas. A primeira: Receberei em Vulcovar uma velha aliada. Seu nome é Dramiah Shir. Ela é uma matusalém Ravnos com sérios problemas de relacionamento com seu próprio clan e inimiga mortal de sua admiradora secreta, aquela que quer você a todo custo. 
Ela veio me oferecer um acordo sobre um suposto artefato que Sanjaya roubou, imagino se tratar da Espada de Leona, que me pareceu valiosa demais para que os Sanjayans se arriscassem daquele jeito. Então, espero que não se importe que a receba e seus domínios minha criança. Prometo não fazer bagunça.
A segunda: desde que eu e Lady Saliana retiramos um enorme artefato das mãos dos Baali e dos Tzmisce naquela batalha em Bucareste há alguns séculos, venho notado que a minha admiradora secreta parou de me seguir. Tal não foi minha surpresa ao descobrir que o que impede aquela criatura de se aproximar é na verdade o que está preso dentro do artefato. Logo, enquanto eu tiver comigo aquele pequeno terço de contas vermelhas, a maldita não se aproximará.
Por isso, resolvi sentar meu traseiro milenar em Vulcovar e aguardar seu retorno minha amada criança. Desta forma, garantirei que nenhum engraçadinho tente uma nova invasão, darei algumas aulas ao príncipe, e Lord Mithras definitivamente ficará satisfeito em me dever um novo favor. Espero que não se importe. No mais, desejo sorte em sua empreitada nas ilhas britânicas. Cuidado com os lupinos. Mithras tem uma richa milenar com eles e se eu fosse você providenciaria o máximo de prata que puder derreter e forjaria algumas armas. Só por precaução.

Um abraço cheio de saudades.

General Hannibal de Cartago.

Oportunidades


Então quer dizer que Sanjaya tem um brinquedo.


Foi o que passou pela mente de Dramiah Shir quando ela abriu as cortinas de sua bem guardada tenda em meio a viagem perigosa até Vulcovar. Ela iria se encontrar com Lord Hannibal, um velho conhecido de Cartago e um ótimo negociante. 
Os outros cainitas tendem a subestimar a astúcia dos Brujah, mas é impossível ignorar o fato de que ele, ainda em vida, quase derrotou os romanos sozinho. Não se pode subestimar um homem com tal capacidade.
Dramiah Shir vive em meio a um grupo de fadas. Os seres se fartam em seu sangue exótico, visto que segundo ela mesmo conta, pertencia a nobreza de Arcádia quando a fundadora dos Ravnos a trouxe para a noite com suas promessas de uma realidade a ser dominada.
Hoje Dramiah Shir é uma lenda entre os Ravnos mais antigos e um demônio para o povo faérico. A menção de seu nome faz com que Lords do Verão coloquem a postos seus exércitos Changelings em busca de qualquer coisa que se mova e tenha cabelos verdes. Dramiah se delicia com a situação e não é dificil ouvir relatos de vilas faéricas inteiras nos confins das florestas da Irlanda sendo destruidas e se tornando acampamentos noturnos para seus novos habitantes Ravnos. Muitos príncipes já ouviram falar da praga Ravnos que ataca as florestas, com dezenas de recém-criados de quinta geração devastando vilas em festins de sangue frenético como gafanhotos em uma plantação de trigo.
Mesmo com tudo isso, Dramiha sorri de forma doce ao lembrar que sua grande inimiga, Ásdis Jain, a auto intitulada Rainha da corte de Marfim, tem em mãos um brinquedo tão perigoso e em posse de um cainita tão idiota. Tudo que ela precisa é oferecer o acordo certo a Lord Hannibal e tudo será feito como ela desejar.
A Comitiva chega a Vulcovar. O ar é frio e seco. Lord Hannibal e sua bela filha Vérica a esperam como o combinado. Vamos ver do que este Brujah é feito, ela pensa antes de enfim saltar da carruagem e caminhar com toda sua graciosidade em direção do general. Esta é a noite onde os Sanjayans mudarão para sempre. E para melhor.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Lendas e Tesouros



Fragmentos das anotações e pergaminhos de Lady Evdokia, filha de Malkav


Existia nas terras distantes da primeira cidade fundada pelo homem, Ur, na Suméria, uma jovem e bela feiticeira. Seu nome era Lantla. Lantla era de uma beleza sem igual, comparável apenas aos anjos e deuses. As fadas a invejavam e os demônios a desejavam.
Lantla se tornou uma maga poderosa, capaz de prender demônios e fazer coisas que, naquela época eram impensaveis até para uma bruxa. Mas Lantla era ambiciosa e desejava tomar o lugar de sua mestre, a velha feiticeira da tribo que a ensinara tudo o que sabia e que era o único ser mais poderoso que ela.
Uma noite, depois da destruição da primeira cidade, Vedharta em sua amargura chegou a Ur, e conheceu Lantla. Ele se deixou seduzir pela beleza da jovem e tentou tomá-la em seus braços e traze-la para a noite, mas ela recusou e impôs uma condição. Que o senhor dos Ventrue matasse sua mestre. Obviamente Vedharta podia tomar o sangue de Lantla a força, mas não era de seu feitio e ele havia gostado da personalidade da jovem bruxa. Assim ele fez. destruiu a velha e maligna bruxa e Lantla cumpriu com sua parte no acordo, tornando-se a filha mais velha de Vedharta. mas o sangue do neto de cain, por mais forte que fosse, enfraqueceu os poderes da bruxa e isso a deixou furiosa.
Vedharta partiu com seus irmãos e deixou Lantla para governar a cidade. mas ela fez muito mais.
Para ela, o vampiro havia feito aquilo de propósito, para amaldiçoa-la e evitar que ela ficasse poderosa a ponto de poder destrui-lo. Pois então a bruxa buscou por um demônio. E pediu a ele o segredo para destruir Vedharta e toda a espécie Cainita. esse demônio era chamado de Draconskir e prontamente atendeu seu pedido. No entanto, houve um preço. Lantla deveria mudar de nome e de rosto, pois Draconskir queria sua beleza para si. Assim ela aceitou, seu nome agora era Tiamat e sua beleza havia sumido para sempre.
Draconskir ensinou a ela como forjar uma arma mortífera. Uma espada, a qual ela chamou de Espada de Null. Assim ela o fez e o demônio disse que ela seria mortal para todo o cainita que sua lâmina tocasse o coração, mesmo que do lado de fora do corpo. Draconskir se foi e Tiamat governou pelo medo. No entanto nunca havia usado sua espada, que além de mortífera para cainitas, era um artefato mágico inigualável.
Séculos se passaram, Ur foi destruida e Tiamat teve inumeros inimigos, até resolver entrar em torpor longe dali, em terras secretas ao sul onde nenhum cainita havia pisado. Foi quando ela dormiu que o Demônio revelou sua trapaça. Ele usou o corpo da matusalem como refugio e sem que ela soubesse, caminhou pelas noites cuidando de seus planos.
Dizem as lendas que hoje, milênios depois, Tiamat dorme em algum lugar da Europa, e que se arrependeu tanto do que fez que decidiu selar seu corpo em um sarcófago impenetrável, em um refugio intransponível, para que Draconskir nunca mais saisse de lá. Ela seria sua prisão eterna.
No entanto, dizem que a espada de Null foi perdida por ela durante sua ultima batalha contra os inimigos e que não há a menor pista de onde ela poderia ter parado. Dizem que grandes reis e imperadores portaram a espada e que a eles ela deu glória suprema e mortes violentas.
Tudo o que se sabe é que há vampiros dos quatro cantos do Mundo buscando pela Espada de Null e que aquele que a encontrar e despertar seus verdadeiros poderes, será capaz de destruir toda a raça cainita.

Frustrações...

Ano de 1230, Canterbury

À Sebastjan Kreshmir.

Meu querido filho, venho por meio desta comunicar que conforme seu pai previu minha estada na Bretanha será muito maior do que esperávamos. Terei de assumir o Baronato de Canterbury e é com muita tristeza no coração que revelo a ti minhas frustrações. Convoque todos os nossos aliados mais próximos para que essa ordem seja lida apenas uma vez.

Fica explícito que sem mim nas terras da Croácia ela poderá ser tomada a qualquer momento, não por falta de força, mas pela falta que “a prole de Mithras” não se encontra mais nelas, triste dizer isso, mas acabo de perceber que a minha “fama” evitou muito dos problemas que teríamos, então, eis a minha ordem:
Que cada um de vocês defenda essas terras com suas almas, mas que não entreguem suas vidas por ela, suas vidas são mais importantes para mim do que para a Croácia. Fica ordenado que se em algum momento você perceberem que não há chance de manter o país quero que partam para Canterbury imediatamente, tragam apenas o necessário , o que é valioso e as pessoas importantes.

Sebastjan, se caso isso vier a acontecer, traga Viktor até mim.

É, para mim, dificílimo escrever essas palavras, mas tenho para mim que, infelizmente, eu fui arrancada de minhas conquistas para conquistar as dele, Canterbury é uma cidade abandonada ao gosto amargo dos Lasombra e das peregrinações intermináveis, é extremamente suja e fétida, o povo é frio apesar do clima ameno e vou sentir falta da minha Croácia, mas creio que não terei como administrá-la, são tantos problemas na Bretanha e Mithras deposita esperança e confiança de que eu serei a única capaz de resolvê-los.
Em hipótese alguma arrisquem suas vidas na Croácia, eu não quero carregar essa culpa. Por favor, eu imploro que se algo acontecer, venham para a Bretanha, não é um ótimo lugar, mas juntos poderemos fazer por ela o que fizemos pela Croácia.

Quanto à espada, meu querido, por favor tentem reavê-la, além de um objeto imbuído de poder mágico ela é de grande importância sentimental para mim. E, Sebastjan, pare de se culpar por erros, poderia acontecer comigo aí, não se lastime, AJA! Eu confio nas suas capacidades e não foi nem um pouco decepcionante ler em sua carta o quão forte você é.

Eu enviei Fadia para fazer valer minhas ordens, ela arrancará todos vocês à força se necessário for. Por favor, não fiquem de teimosia.

Com muita tristeza e saudades de casa e de vocês,

Leonna de NotreVille, filha de Mithras, Neta de Vedharta, antiga Lady da Croácia e Baronesa de Canterbury.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Prova de Fogo


Ano de 1230, Zagreb


A Lady Leona De Notreville, Filha de Mithras, Filho de Vedharta, Lady da Croácia


Minha Querida Senhora:


Parece até que vossos avisos foram proféticos, ou seria, me pergunto, fruto de uma ação e reação óbvia? De qualquer forma, venho por meio desta e com o pesar de ter que preocupá-la com assuntos de casa estando vós tão distante e tendo deixado a mim como responsável pela manutenção de vosso reino, que poucas semanas após vossa partida, fomos alvo de um infame ataque.
Ao que tudo indica, os Sanjayans estão por trás da ação, mas não havia sinais do bandido em si, mas de seus lacaios.
Foi um ataque furtivo e muito bem arquitetado, não houve confronto direto nem grandes perdas. No entanto alguns cainitas e lacaios, os quais imagino serem Ravnos e outros baixo-clans, invadiram o Castelo de Dálmata usando de subterfúgios desprovidos de honra, como diria Mihaela. Eles porém não tinham um alvo especifico entre nós Cainitas ou nossos Lacaios, e sim, vosso tesouro minha senhora. Sobretudo aquele que recebeste há alguns séculos, vindos da Germânia e que meu pai disse apenas se tratar de heranças de vossa época de Mortal. 
No entanto, as defesas do Castelo e os mecanismos Mágicos feitos por Safiya enfraqueceram os subterfúgios dos invasores e fomos capazes de combate-los, eu mesmo matei quase todos eles, mas creio que pelo menos dois conseguiram fugir levando alguma peça de vosso tesouro, que depois de alguma pesquisa viemos a descobrir que a única peça a ser levada foi uma espada de bronze velha, com um crânio esculpido no cabo.
Reuni meus conselheiros e pedi a Marco Baldassari que usasse seu dom de ter com os mortos para rastrear os ladrões. Não me deixei enganar pela simplicidade do item roubado. Se se deram a ousadia de arriscar a pós-vida para tirá-lo debaixo de nossos narizes, é por que de alguma forma é muito valioso.
Marco me reportou que uma das almas penadas que enviou para caçar os ladrões, reportou que os mesmos foram assassinados assim que entregaram o item ao Próprio Sanjaya e que ele, neste momento segue na mesma direção que a senhora. Isso mesmo, Sanjaya está com vossa espada roubada indo para a Bretannha.
Termino esta carta dizendo que para mim, a prova de fogo foi severa, e creio que falhei contigo minha senhora, pois não fui capaz de prever o ataque. No entanto, lutei até o fim para expulsa-los e espero que meu esforço tenha sido de vosso agrado. Se não o foi, peço envergonhadamente por perdão e prometo não descansar até que este item seja recuperado. Espero que esta carta seja de alguma serventia e que tu e meu pai possam fazer alguma coisa de onde estão. Enviei uma carta a Lady Vérica contando o ocorrido e ela enviará Capitão Félix para reforçar nossa segurança em Zagreb. Viktor soube do ocorrido, mas os invasores nem chegaram perto de seus aposentos, no entanto, recorri a uma pequena mentira para obriga-lo a se dedicar a seus estudos, dizendo que um dos objetivos deles era sequestra-lo. Espero que a senhora não me desminta.


Com saudades.


Sebastjan Kreshmir , Filho de Leona de Notre Ville, Filha de Mithras, Filho de Vedharta e Príncipe de Zagreb

Sussurros que Chegam pelo Vento


Ano de Nosso Senhor de 1230, Monastério de Erciyes


A Loreean Badem, Sumo Sacerdotiza das Lamias do Templo de Bagdad 


Minha querida serva. Como tem passado?


Como sabes, durante séculos nosso clan tem tentado auxiliar nosso querido pai a descobrir os segredos da morte e da vida além túmulo. É sabido que estivemos bem próximos daquilo que ele nos ordenou buscar, embora eu, uma mera serva de Cappadocio, acredite que algo nublou a mente de nosso ancião, visto que tomar o lugar de Deus é uma blasfêmia sem igual somente em pensamento, quem dirá em atos.
Mas quem eu estou tentando enganar não é? Tu mais do que ninguém sabes que meu manto negro e a cruz que carrego no pescoço são meros adornos teatrais e que minha missão é levar nossa família a seu lugar de direito.
Como também sabes, recentemente e contra minha vontade e a de Japheth, nosso pai trouxe ao sangue uma família de bruxos venezianos de nome Giovanni. E é de um deles que venho por meio desta, lhe falar.
Seu nome é Rômulo. Apesar de o sangue que o trouxe a noite ter sido o do patriarca Augustos, fui eu quem conduziu o ritual, o que em termos técnicos faz de mim sua mentora, mas em termos emocionais, sua senhora.
Ele é um valoroso Cavaleiro Cinzento, cuja retidão na trilha do Cavaleiro é exemplar. E recentemente eu mesma cuidei para que ele fosse aceito entre os candidatos na Ordem do Cálice.
A intenção desta carta é simples. Quero que você deixe tudo, sim, tudo o que está fazendo em Bagdad e siga para Canterbury, na Bretanha. pare um pouco de matar assamitas e nosferatu e prepare-se para matar lasombras minha querida. Sua missão será servir a ele como Guarda-costas. Ah sim! Não ligue para o escudeiro dele. Um infeliz mixto de Lacaio Assamita com Lasombra muçulmano aspirante a cavaleiro. (hilário não?)
O motivo é simples. Lord Mithras, sim o homem em pessoa, está ciente do ocorrido com o falso Lord Hardestadt e finalmente ouviu meus avisos. Foi preciso uma matusalém Malkavian despertar de seu sono para que ele acreditasse, vá entender. Agora, como eu era a segunda, e no momento sou a Primeira na Hierarquia do Feudo da Cruz Negra e na Ordem dos Cavaleiros da Cruz Negra, ele quer me bajular e agradar e eu, não me farei nem um pouco de rogada e aceitarei seus gracejos.
Minha primeira atitude foi enviar esse doce cavaleiro aos cuidados do Deus na Terra. Assim terei alguém proximo do olho do furacão mas com uma grande chance de sobreviver para contar o ocorrido.
è Provavel que Mithras e seus aliados, sobretudo a jovem e simpática Lady Leona da Croácia tentarão de tudo para contornar os estragos do falso Hardestadt e eu com certeza os ajudarei, afinal isso é de meu profundo interesse.
Mas um aviso. Entre a comitiva onde minha jovem prole está, existem membros a serem observados e com os quais tu deves ter cuidado. Uma Assamita feitiçeira aprendiz de uma Tremere do Círculo Interno (sim pasme) nem um pouco boba e uma Brujah, guarda-costas pessoal da própria Lady Leona, cujos talentos militares correm os quatro cantos da europa e dizem até as lendas, que já esteve nas terras proibidas do oriente e voltou para contar e não só isso, ainda trouxe lembranças. (Montano que o diga) e como se não bastasse, é prole de Hannibal, o matusalém Brujah que humilhou Japheth naquele episódio cômico na Hungria.
 Então minha cara, seja discreta, silenciosa e só interfira se for necessário. Quero mais seus olhos e ouvidos em ação do que sua espada. Se for necessário, proteja a todos. Se não, fico satisfeita que apenas meu filho saia caminhando.
Enfim, já me delonguei demais. Enviarei uma carta a ele dizendo sobre sua chegada e apenas mais uma coisa. Ignore os protestos dele e nunca, jamais insinue que ele PRECISA de proteção. Você poderá ser gentilmente convidada para um duelo.


Encarecidamente.


Lady Constancia, Filha de Cappadocio e Senhora da Ordem dos Cavaleiros da Cruz Negra.

domingo, 18 de setembro de 2011

Amores e Mágoas


Confesso que em tantos séculos e noites, há muito tempo não sentia vontade de chorar.
Fui treinada para ser uma assassina cruel e uma feiticeira inescrupulosa, e apesar do que Mihaela acha ou deixa de achar, tenho orgulho disso.
Aprendi a não me importar com as pessoas. Aprendi que sou apenas um instrumento, uma arma na mão de meus mestres e deuses e que ninguém deve ser maior que eles.
Mas não é engraçado que ando fazendo justamente o oposto daquilo para o qual fui treinada?
Há muito tempo o que tenho feito é me importar. Me importo com Leona, a quem amo muito além do vínculo de senhora e serva, me importo com o que Mihaela diz, mesmo sabendo que não deveria. Me importo até com o segredinho que tenho com Leona e me arrisco a dizer que sinto uma ponta de remorso pelo que fiz.
Mas de tudo isso, há uma pessoa com a qual me importo mais do que tudo. Meu amado Gabir.
Ele me feriu em meu ponto fraco. Ele sabia que sendo quem eu sou, meu coração e meu amor estavam reprimidos e escondidos. Quando ele pediu para me cortejar eu relutei, não por não deseja-lo, coisa que sempre o fiz em segredo, mas por que sabia que minha missão seria venenosa para nosso casamento.
Mas não resisti e o resto de humanidade em minha alma sucumbiu ao desejo de felicidade ilusório e me casei com ele, sob os olhos desconfiados de todos os cainitas invejosos, que levam a risca as palavras de Cain sobre o amor entre seus filhos. Salvo alguns verdadeiros amigos.
Mas as palavras do pai se mostraram sábias. E meus temores se solidificaram como gelo. Gabir me feriu onde doi. Em minha fidelidade.
Mihaela pode achar que não existe honra em meus atos, e pode até estar certa. Mas fidelidade é algo para o qual eu nasci. Um Assamita infiel a seus deveres é nada. E Gabir abriu mão disso por sua religião, pela interpretação de um profeta que se julga superior a tudo e a todos, assim como seu suposto deus único.
Hoje, após séculos, eu chorei ao ver Gabir. Ao beija-lo e sentir seu abraço.
Será que uma vez mais, mesmo depois de tantas lições, meu amado, agora um Lasombra e um Cavaleiro Das Cinzas, irá duvidar de minha fidelidade, censurar minhas vestes e criticar minhas risadas? Será que eu devo abrir mão de certas coisas por ele?
Posso vestir uma seda mais volumosa e fechada quando estiver a seu lado, Mihaela me mostrou que é possivel ser bela sem mostrar nada mais além de um sorriso. Posso deixar que ele fale antes de mim em uma conversa contanto que minha opinião seja respeitada, mas não me curvarei ao deus dele, e me vestirei com as vestes de meu povo nos momentos de celebração, dor e batalha. Gritarei mais alto que ele se isso for em seu beneficio e não deixarei de ser a Safiya que todos conhecem.
Que se dane. Só sei que estar nos braços dele agora me basta.
Maldita seja você Safiya. Maldito seja essa sua mania de amar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Ira da Filha do Deus



Pensar no momento do embarque me faz querer jogar Sebrian aos tubarões...
“Não existe nada mais seguro do que o Vedharta’s Pride, nem em nenhum lugar da Terra”
Malditos Lasombras, me fizeram odiar mais aquela viagem, mais aquele navio e mais aquele país. Se ao menos o Maris Obscura tivesse jogado ao nosso convés a figura desacordada de Petar Kreshmir, talvez minha fúria seria um tanto aplacada, mas ao invés disso eles mergulharam nas sombras e levaram para aquele maldito ancião seu precioso navio com apenas alguns danos. Vedharta’s Pride tinha força para esmagá-lo, mas toda aquela “Parma mágika” evitou também que contra-atacássemos com magia, nenhuma arma causou mais estrago a não ser aquela infame disciplina que aqueles filhos do abismo possuem e a tal “magia” Brujah que Mihaela trouxe do oriente. Maldito navio mal preparado para um ataque, infelizmente tenho que culpar em silêncio à fraqueza do meu clã em achar que só porque carrega o nome deles é invencível, indestrutível e não precisa de mais nada, a maioria das quinquilharias dependuradas naquele monstro marinho NÃO foram de NENHUMA utilidade. Eu tive que me submeter à cela dos escravos, pois as cabines não eram guarnecidas... A MINHA CARROÇA DE VIAGEM É MAIS BEM EQUIPADA PARA UM ATAQUE DO QUE ESSA JOÇA!
Graças a Cain estamos são e salvos nessa terra nevoenta e cheirando a peixe que é a Bretanha... espera... ECAAAA! Esse cheiro de peixe é em mim...
Submeti meu amado Nichola à péssima sensação de que os meus queridos antepassados não devem ter NUNHUMA NOÇÃO de boa recepção para com os convidados e meu coração quase saltou para fora só de pensar que ele ou que as minhas lindas Mihaela e Safyia poderiam sair seriamente machucadas DESSA PORCARIA DE NAVIO MAIS SEGURO QUE A ARCA DE NOÉ!
E agora? O que eu vou dizer para Mithras? “Sebrian foi um exímio capitão, meu amado senhor, a culpa foi do seu RÍDICULO navio de guerra F-A-J-U-T-O!”
Agora eu entendo porque os malditos Lasombras detém o posto de senhores do mar, nem meu amado avô conseguiu CHEIO DE PARAFERNALHAS QUE NÃO SERVEM PARA NADA MANTER ESSA PORCARIA COMO PIONEIRA EM NAVIOS DE GUERRA!! E não me venha com a desculpa de que é muito antigo, porque não me pareceu, me pareceu uma GERINGONÇA sem o mínimo de capricho para com seus passageiros, SOMENTE!
(...)
Ah... agora que a raiva passou, podemos seguir para a “linda” cidade de Londres, onde eu poderei apenas sorrir com as indagações do Deus Mithras sobre os acontecimentos.

Ira do Demônio


Diz a lenda que nos mares sombrios, todo navio que afunda se torna um espírito atormentado que vaga pelo abismo. Este espírito encontra redenção no Maris Obscura, que segundo a lenda, então, é a união de todos os navios afundados nas águas do Feuda do Mar de Sombras.
Claro que esta lenda é contada por lacaios e piratas supersticiosos. Mas Lord Montano sabe que ela é quase verdadeira.
O plano era simples. Pegar uma informação dada por um espião, traçar a rota pelo abismo e emboscar o Vedharta´s Pride de uma forma que o traidor Lasombra não tivesse como contornar. Assim chegariam a filha mais nova de Mithras e a destruiriam, deixando o baronato em uma situação complicada e Mithras a beira de um colapso nervoso.
Mas Montano era um homem nobre e por sua sensibilidade atípica, ignorou pela ultima vez, segundo ele disse a si mesmo, os conselhos do todo poderoso Lucian. Fundador do clan Lasombra, moribundo de sono no castelo das Sombras mas relutante em dormir por causa de falhas estúpidas e inadmissíveis como a da ultima noite.
O conselho foi simples. "Se tu insistires em deixar uma mulher no comando de teu navio, logo terás de aceitar que um homem deite em tua cama, Homem no leme, mulher na cama" mas Montano confiava em sua milenar prole. Paloma sempre foi impecável. Cumpriu de forma brilhante todas as missões dadas a ela, todas, menos a mais importante.
O Maris Obscura nunca sofrera uma derrota tão humilhante, aliás, nunca sofrera um única derrota.
Esta noite, ao invés de ouvir os gritos de agonia de Leona de Notre Ville nos calabouços do castelo das sombras, outra voz feminina em prantos será ouvida. Montano sofrerá em seu coração o preço da falha de sua querida prole, e é a vez de sua outra filha, Luccélia, assumir o comando das coisas. Mas desta vez, o leme ficará nas mãos de alguém preparado até que Paloma reflita seus erros por meio da dor. Luccélia sairá de sua cama, e assumirá sua espada. Chega de falhas.

Ira de Deus



A notícia havia chegado durante o dia. Os lacaios estavam reunidos no grande salão do trono, onde o sol ainda banhava a grande mesa de banquetes dos sumo sacerdotes que Mithras insistia em bajular para melhorar seus serviços e garantir fidelidade. estavam todos em pânico.
Como eles iriam dar a notícia de que o Fabuloso Vedharta´s Pride, o navio mais poderoso do Mundo, havia sido atacado em plena rota segura pelo rival Maris Obscura sem nenhuma explicação? Pior, sua preciosa pérola da França, sua prole mais nova estava abordo e segundo relatos, sofreu severos ferimentos e constrangimentos. Não fosse a Chefe Militar da Croácia e Príncipe de Vulcovar, Mihaela Mac e o Capitão do Vedharta´s Pride e Barão de Glasgow Sebrian Kyle, a situação teria sido trágica.
Decidiram por fim, enviar um infeliz lacaio até a cripta do Deus na terra, ainda durante o dia, dar-lhe a notícia na forma de um pergaminho, que deveria ser deixado em sua cabeçeira, perto de suas roupas e pertences. O Matusalém iria então, despertar a noite, encontrar a carta e le-la e se tivesse que sofrer a fúria vermelha estaria sozinho. nenhum lacaio morreria no processo.
Foram minutos de tensão quando o relutante infeliz desceu as escadarias infinitas para o refúgio de Mithras com o pergaminho. No entanto, o som surdo que fez a Cathedral de St Paul e a casa anexa onde ficava a sala do trono tremerem e os gritos de pavor e agonia que se seguiram ao rugido digno de um dragão fizeram com que uma nova pauta fosse colocada em votação entre os lacaios. Quem iria, depois do anoitecer, limpar os restos do infeliz sacrificado pela fúria do Deus Persa já que o plano havia falhado miseravelmente.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Águas Turbulentas



As infinitas câmaras secretas da catedral de Canterbury parecem mais escuras e silenciosas do que nunca. Desde que Santo Agostinho trouxe a fé e o poder da igreja para a cidade, os Lasombra fizeram dela sua fonte de segredos, intrigas e vigilia em relação ao quintal dos Ventrue e seus poderosos baronatos.
Letizia Brâmbani no entanto se difere das freiras em seus mantos negros e dos padres pançudos e velhos.
Ela nunca entendera por que os lasombra preferiam os de pior aparência. Talvez para que passassem sempre despercebidos entre o rebanho e que suas sombras escravas não fossem detectadas como obra de satã.
Mas não ela.
Letizia sempre foi bela e provocante. Não foi atoa que o velho Montano se encantou por seus dotes e a trouxe para a noite eterna por pura luxuria, ao contrario do que muitos dizem.
A fama dos Lasombra, assim como a dos Ventrue é trazer para sua família homens e mulheres brilhantes, poderosos ou especiais. Ela, até onde sabe, não é exemplo de nenhum dos três.
Mas a verdade é que uma coisa ela sabe fazer muito bem. Sobreviver.
Letizia odeia o mar e prefere seu refúgio cheio de velas. Nem por isso as sombras deixam de obedece-la, mas o fazem por medo, e não por amizade. Montano sabe que os ouvidos e olhos de Letizia são mais afiados do que qualquer lâmina que ela possa carregar e sabe que nas profundezas da santa catedral de Canterbury ela e seus lacaios pervertidos comandam os tentáculos do clan em silêncio. Ela é uma Lasombra infiltrada entre os Lasombras. obedecendo apenas a Montano, seu único senhor.
Sua beleza e diplomacia foram capazes de conquistar aliados improváveis durante os séculos, desde Ventrues influentes até alfas Lupinos furiosos.
Canterbury nunca foi uma cidade calma. Os Mc Pierce sempre governaram a noite como príncipes e os Lasombra nunca se importaram pois estava tudo tranquilo, quieto, cômodo.
Mas o Matusalém acordou e o sossego acabou.
Dizem os Nosferatu que a Ventrue caçula do tal Deus na terra está chegando para assumir algo grande e pelo Letizia sabe, o Maris Obscura mais uma vez se aproxima de águas britânicas.
Será que finalmente as duas peças mais importantes do tabuleiro da Guerra dos Príncipes resolveram fazer seus movimentos?
Tudo o que ela sabe é que sua chance chegará junto com a maré.

Calmo como uma Tempestade


Mithras despertou mais cedo de seu sono. Hoje era o dia no mês onde ele fazia sua aparição aos devotos. Os humanos e carniçais, além de alguns cainitas reverenciavam o Deus na terra com um touro. O animal era sacrificado e se fosse um touro bom, Mithras surgia em meio a névoa e erguia sua mão sobre os fiéis, os abençoando. Tudo era um tanto teatral, mas o matusalém, por mais que odiasse admitir sentia um ar de divindade vinda de si mesmo. O fato de não se lembrar de muita coisa de sua vida mortal a não ser as batalhas entre os persas e a vinda de Vedharta o incomodava, não podia negar que fora um deus pelo simples fato de não saber.
Essa noite também era especial, pois sua menina dos olhos chegaria. Ele sentia saudades daquele ser frágil, se é que uma vampira de meio milênio e senhora de todo um país podia ser chamada desta forma.
Ele sabia porém, que esta noite colocaria em risco toda a adoração e amor de sua prole lançando sobre ela o maior desafio de sua pós vida.
Ele precisava de alguém com o perfil de Leona, o matusalém nunca fizera nada sem nenhum planejamento e o abraço da filha bastarda de Carlos Magno não fora diferente.
Essa noite a bela flor da França receberia da boca de Mithras as palavras cobiçadas por tantos. "Te reconheço como Anciã" era, em tese, a confirmação de que aos olhos dos cainitas de todo o Mundo, Leona era uma igual a seu senhor, presa a ele apenas pelo respeito.
Canterbury é uma cidade icônica. Centro de peregrinação cristã que só perde para jerusalém e Roma. Onde Thomas Becket fora assassinado e se tornado um santo e onde os lasombra enrolaram seus tentáculos sombrios nos domínios do baronato graças a sua maldita influência na igreja. Leona sentará no trono que ainda é de Laurence, seu promissor neto. Este, porém pode não a receber bem, o que Mithras espera que não aconteça visto que também possui uma missão importante para ele, talvez tão importante quanto a de sua prole mais jovem.
As lacaias já estavam paradas na entrada da cripta apenas aguardando as ordens para entrar e banha-lo. Teria que fazer aquele teatro idiota mais uma vez. Era o preço da idolatria.
Mas até quando?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Novos Horizontes


Ano de 1230, Londres


A Laurence Mc Pierce, Barão de Canterbury, filho de Stefanos Mc Pierce, Filho de Mithras, Filho de Vedharta.


Meu querido Pai.


Meu coração se entristece cada vez que sou obrigada a escrever a ti de tão longe. Meu tempo com meu avô tem, sim, sido uma experência única de aprendizado e amadurecimento. Stefanos é brilhante, sua astúcia é algo inspirador e sua sabedoria me faz ter orgulho de pertencer a esta linhagem.
No entanto meu querido pai, me sinto dividida e isso machuca demais minha alma.
Sei que sou jovem demais para como diz o senhor, colocar minhas asas para fora e querer alçar voos mais altos. Respeito isso e espero ansiosa minha real oportunidade. Mas isso não me impede de colocar em prática minha fidelidade incondicional a vós, meu senhor, meu pai, meu Mestre.
Talvez por descuido ou por acreditar que não havia problema algum, ouvi oportunamente uma conversa entre meu avô e o todo-poderoso Lord Mithras. E pai, confesso que não gostei do que ouvi.
Não irei me delongar, afinal quanto mais tempo tiveres para tomar vossas providências, melhores poderão ser vossos planos para evitar um prejuizo ainda maior do que o que estás prestes a ser obrigado a receber.
Lord Mithras, como o senhor já sabe, trouxe para a noite uma jovem nobre da distante Croácia, aquela que há algumas décadas esteve em Londres mas que nos foi negada a chance de conhecê-la visto que Lord Mithras queria privacidade com sua nova criança. Pois bem, acontece que a então Lady da Croácia está a caminho de Londres mais uma vez, segundo meu avô, para uma reunião entre as proles de Mithras e que nessa reunião, entre outros assuntos, será comunicado a ela que deverá assumir o trono de um dos Baronatos de Avalon, para desta forma ajudar Lord Mithras, ao lado de meu avô, a combater os traidores e contra-atacar na Guerra dos Príncipes.
Acontece meu amado senhor, que o Baronato, o qual ela deverá assumir, é simplesmente o VOSSO!
Meu avô foi encarregado de dar ao senhor a infame notícia daqui há uma semana, e meu pai, não entendo, mas ele não parece nem um pouco indignado como eu fiquei. Como Lord Mithras ousa...quero dizer, é capaz, de destronar um de seus mais promissores netos para acomodar uma prole ainda sem experiência, especialista apenas em governar palhoças e feudos cheios de ratos?
Peço perdão pela exaltação. 
Espero que a antecipação sobre esta notícia lhe permita uma reação mais ponderada meu senhor.
Ansiosa para voltar a Canterbury para estar a teu lado, aconteça o que acontecer.


Com amor, sua filha.


Georgia Mc Pierce

Conclave


Ano de 1230, Sacro Império Romano


A vossa eminência Arcebispo Ambrosio Luiz Monsada


Nosso Senhor Jesus Cristo seja Louvado, Morte aos Infiéis.


Venho por meio desta avisá-lo de que nosso acordo está proximo de ser cumprido. Infelizmente, aquele a quem chamei de pai durante séculos mostrou finalmente os sinais da senilidade dos matusaléns e deixou de ouvir a voz da razão. Seus planos vão de encontro ao santo ofício em origem e meios e meu dever sagrado para com a cruz de Cristo me obrigam a renegá-lo, como ele, publicamente já o fez comigo.
Mithras aceita passivamente o rótulo blasfemo de deus na Terra. Uma afronta a nossas crenças. Todos sabemos que Deus esteve apenas uma vez entre nós, na forma de Jesus Cristo. O que poucos sabem porém, e que nós, da Ordem Cinzenta devemos evitar que saibam, é que Jesus Cristo foi o segundo nome deste deus, outrora injustiçado pelas falácias de um livro alucinado conhecido como bíblia. Seu nome, era Cain.
Deus escolheu nosso progenitor para que através de seu sangue, a vida eterna fosse dada aos homens e hoje, é por ele que lutamos.
Chegarei a Madri em uma semana. A essa altura, meu pai já convocou meus irmãos para contar-lhes que estou louco. mal sabe ele que Petar Kreshmir prepara uma surpresa. 
Espero poder falar com Lord Montano em breve, tenho muitos assuntos a tratar e espero que vossa eminência me auxilie nesta árdua tarefa.
Com fé em Jesus Cain Cristo, o verdadeiro imortal.


Lord Hardestadt, Paladino Negro do Feudo da Cruz Negra.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um Longo Torpor


Ano de 1230, Atenas

Ao Todo Poderoso, Monarca das Terras Britanicas, Lord Mithras, filho de Vedharta

Venho humildemente por meio desta, informar a vossa majestade que sua serva fiel e devota, Lorena Evdokia também despertou do sono negro, apenas para servi-lo. Ela já se encontra consciente e fala de forma lúcida (para uma Malkavian, como o senhor já sabe)
Apenas aguarda vossas ordens para viajar até Londres onde poderá reassumir seu cargo de conselheira e oráculo, tão apreciado por vós e Evdokia há tantos séculos.
Por meio de mim, sua lacaia, Evdokia pede pressa em vossa resposta, pois diz que teve inúmeros sonhos durante o sono negro e que todos dizem respeito a vosso destino e de vossas proles. Vosso legado encontra-se ameaçado por um traidor farsante segundo minha mestra, e senhor, que me açoite por minha petulancia se assim desejares, mas darei minha humilde opinião. Nunca, em todos esses séculos, vi Lady Evdokia tão perturbada e ansiosa. Sei que sabes que minhas impressões são relevantes quando o assunto é minha querida mestra.

Ansiosa por vossa rápida resposta com todos os preparativos prontos.

Humildemente, Alane Decasses, Governanta e Sumo sacerdotisa do Templo de Hades em Atenas.