sábado, 23 de julho de 2011

Consertando Erros


Ano de 1011, Londres


Ao Monarca do Feudo do Mar de Sombras, Montano, Filho de Lucian


Mesmo tendo nossas diferenças, o admiro por seu bom senso e visão do Mundo a seu redor. Em vossas terras, é soberano não é atoa, as sombras são teus domínios e tolos são aqueles que o desafiam em teu território.
O Motivo desta carta é cumprir com o combinado há 600 anos, quando sucumbi ao pedido do sono negro e descansei minha alma atormentada. Mesmo em meu sono negro, estive ciente de tudo, exatamente tudo o que aconteceu nesses seis séculos, e pude perceber que não interferistes nos negócios de minha família e que levastes para seus cuidados o traidor que previ as atitudes desonradas e infames. Tu, como eu, caminhas na trilha dos Reis e sabes que mesmo adversários como nós (abomino o termo inimigo, somos todos filhos de Cain e por consequência irmãos) devem se unir em tempos dificeis. As hordas do inferno rastejam entre as fileiras de seus principais inimigos, os seguidores do Deus Hebreu, hoje supremo. mas tu sabes assim como eu que ele nem sempre foi assim. A crença no Deus cruxificado é fruto dos devaneios mortais que pela primeira vez teve o vislumbre de que poderia haver um Deus que se sacrificasse por eles e em nome deles. Tolos infelizes. Não sabem que os verdadeiros deuses estão magoados, e que mesmo adormecidos ainda travam sua batalha milenar. Nós, assim como cain, somos peças nessse tabuleiro de xadrez divino e tu, assim como eu sabe que os enviados do Inferno são os jogadores mais obscenos desse embate.
Isso, meu irmão, fez alguns de nós acreditarem que os deuses são eles. na verdade, sou Eu, és Tu, e muitos outros antigos como nós. Isso é bom? sim, ótimo. Mas quando cainitas minimamente influentes começam a realmente acreditar nisso e criam cultos chamados de Heresias Cainitas, bem, a coisa fica bem preocupante. Resumidamente, eles acreditam que Cain é na verdade cristo, e que seu sangue, aquele mesmo do tomai e bebei, é na verdade o de Cain, o que trás a vida eterna. Envio junto a esta carta um mapa, com pontos assinalados onde estas heresias foram vistas e vejo, assim como poderás ver, que muitas se encontram em vossos domínios. Teremos tempos dificeis. O papa em breve declarará seu ódio insano pelos muçulmanos e teremos uma guerra sem precedentes. Os Baali, demônios e sabe-se lá quem, se aproveitarão. Eu sugiro, que se prepare antes de cumprir com o resto de vossa parte do acordo e substituir a mim, no sono negro. Serão longos 600 anos e acredite, se eu não tivesse tomado providências, teria despertado em meio ao caos.
Para terminar minha incômoda carta, peço que envie Petar Kreshmir para o lugar combinado há 600 anos. Existem pessoas queridas a mim que merecem uma boa vingança.


Atenciosamente, Lord Mithras, Príncipe de Londres e Monarca do Baronato de Avalon, Filho de Vedharta, Filho de Enoch, Filho de Cain.

domingo, 10 de julho de 2011

Menssagem ao Senhor


Para meu amado senhor Hannibal

Meu caro senhor, venho por meio desta carta lhe pedir um veredicto sobre um assunto que possivelmente será de vosso interesse. Vossa serva Gaal esta pedindo permissão para partir em uma jornada na busca de uma corte feérica onde supostamente nesta estará à rainha das fadas. Sua humilde intenção segundo ela é encontrar alguma forma de ajudá-lo contra vossa perseguidora. Com esta justificativa eu não teria visto problemas nesta jornada, porém Gaal veio a mim confessar estar apaixonada por um homem de mesmas origens que ela. Skalibur é o nome da criatura a qual ela se afeiçoara e o conhecera longe de minhas vistas na farmácia hermética e sempre o encontrara durante o dia para que eu não desconfiasse. Sempre vi Gaal como uma serva leal e sincera, porém depois deste fato minha noção para com ela mudou totalmente. Reconheço que sou dura quanto a estes assuntos voltados a honra e palavra, por isso gostaria de um veredicto de meu amado senhor e de antemão já me desculpo com o senhor por minha incompetência em cuidar de vossa serva, espero humildemente pelo meu merecido castigo. Tenho plena confiança que logo o verei novamente e tenho também tal confiança nas ligações de minha irmã para que lhe encaminhe esta carta com discrição e rapidez.

De sua humilde filha Mihaela Mac.

Luzes da Cidade

Ó doce Croácia, do parapeito do Castelo de Dálmata eu vejo Zagreb crescer, ano após ano, geração após geração, pessoas novas e pessoas velhas...
O meu castelo, o meu exército, meu povo... Somos um reino unificado e eu devo tudo àquelas pessoas simples lá embaixo, um rei não governa sem seus súditos, ensinei Viktor bem quanto a isso, um rei benevolente e sábio, mas ninguém sabe o quão mimado e cheio de caprichos ele é por trás da pessoa mais importante: o Duque de Dálmata, agora, Sua Majestade Real o Rei da Croácia. Assim como Carlos Magno ele só não é Rei ainda devido à falta de apoio do Papa, mas tenho minhas pretensões de fazer uma generosa doação à Sagrada Instituição da Igreja Católica Ortodoxa Romana e pedir um pouco mais de atenção às nossas súplicas de Reino.
Nichola é um pai dedicado e seus filhos o admiram, cheio de sabedoria, Viktor herdou dele a mente sóbria para as decisões que cabem a ele, racionalidade e o desejo de governar um lugar de paz. Eu os admiro e acho bonita a convivência que têm um com o outro, Viktor aceitou a sua posição de carniçal, alguém fadado a uma imortalidade mais frágil que a do pai, mas com vantagens que invejam a maioria dos cainitas.
Estou me delongando a admitir para mim mesma, estou feliz por ter me tornado a Lady da Croácia, devo ter orgulhado meu pai, que me ajudou tanto, e meus irmãos. Espero ter orgulhado os próximos a mim, Mihaela, Safyia, Wanessa e os antigos dessa cidade.
Petar escapou por um triz, Balaz foi muito corajoso enfrentando-o em um duelo de vontade e fico feliz de ter um aliado forte como ele. Juntos formaremos um bloco coeso, um governo justo e marcharemos contra a tirania de Vavra e seus Voivods, limparemos aqueles que se colocarem em nosso caminho, cada Sanjayan pagará com a não-vida o que fizeram a Zagreb até que eu possa sentir o sangue do próprio escorrendo pelas minhas mãos.
Nós ergueremos bandeiras do nosso reino por onde quer que passemos, mas lógico, com a sabedoria que não se mexe com quem está quieto até que ele dê uma razão para tal. Meus próximos planos estão além do leste europeu, quero apoio de fora e vou apelar para meus irmãos, Baronato de Avalon e Feudo da Cruz Negra, quero o apoio deles contra a Voivod, não preciso de homens, preciso de influência, vou atrás dos inimigos delas e junto com Balaz vamos comprar o apoio deles, lutaremos juntos pela queda dela. Quero fazer de meu amado pai Mithras o vampiro mais orgulhoso dessas terras, quero dedicar minhas vitórias ao Deus na Terra, levantar sua bandeira junto da minha...
Ah Viktor, tão jovem e inocente, não sabes que perigos a sua vida já correu, meu querido, e meu coração se atormenta sempre que você é exposto a eles. Tenho um carinho por ti... desespero em lembrar que você marchou com aqueles homens e que sua frágil existência esteve em perigo com aqueles abomináveis seres do abismo, estive preocupada e queria ter estado ao seu lado, para que nada lhe acontecesse...
Nichola, meu amado, somos tão velhos um quanto o outro e ainda tenho medo que você cresça mais que eu, estou prendendo ele nas mesmas correntes que a Viktor, medo da solidão e da traição. Eu, que vivi meus dias antes de Zagreb como um prostituta suja, sozinha e humilhada, fugindo do homem mais importante da Europa, passando pelos piores pesadelos que alguém poderia imaginar e, de repente, eu vi Nichola e seu manto de pele, servindo a Petar como um excelente conselheiro, os olhos brilhavam de admiração e preocupação e eu naquele momento o quis ter para mim, meu coração estava acelerado e eu perdi meus sentidos, só conseguia olhar para ele, minha cabeça não formulava nenhuma palavra  e eu decidi que naquele dia eu teria aquele homem para mim, nunca tinha sentido aquele sentimento e depois de dez anos acho que a única coisa que atrapalha que esse sentimento me cegue é a presença de Viktor... Eu amo Nichola para todo o sempre, mas o meu carinho por Viktor segura esse amor para que ele não entre em “frenesi” e tome o controle total.
Devo guardar esse segredo o mais fundo na minha alma, jamais revelar ele a ninguém, nem a mim novamente, eu não me perdoaria se causasse uma guerra entre pai e filho, principalmente meus amados Nichola e Viktor, vou apenas continuar fazendo o que eu sempre faço e me preocupar mais com meu Duque Nichola.

Estudos e Avanços


Ainda não entrava na cabeça de Gaal que ela tinha exatos 120 anos de idade. Nunca poderia imaginar que com a vida que levava e as ameaças que sofria, que passaria dos 30.
Sua senhora e patrona, Mihaela Mac havia trazido salvação, dignidade e vida eterna. Seria ela uma deusa? Seria ela um dos sinais de Elohna, antiga deusa dos bosques a qual seus parentes do povo belo falavam?
Beber sangue e jurar fidelidade era um preço baixo demais para as vantagens que ela recebia, sentia-se abençoada e disposta a qualquer coisa para servir sua deusa.
Porém sua tarefa mais difícil lhe fora dada há 50 anos atrás. Quando chegou aquele belo homem de traços fortes e antigos, ao qual sua deusa reverenciava. O que ele só podia concluir que se tratava de um Deus ainda maior daquele panteão.
Ela deveria pesquisar e descobrir uma forma de defender o deus dos ataques mágicos de outro deus maligno, já que Hannibal era um guerreiro e magia não era sua especialidade.
Indo muitas vezes á farmácia da Ordem de Hermes, ela conheceu um belo homem de nome Skalibur, ele possuia cabelos azuis e se dizia membro de uma antiga casa Hermética há décadas extinta chamada casa Mirinita. Essa casa era formada, segundo ele, exclusivamente de pessoas como ela, "Kináem", ou "Tocados pelos Belos" e por isso sua magia era estranha e imprevisivel. Os dois começaram a estudar juntos e logo um romance natural e forte ja havia começado, sem que ambos percebessem.
Cinquenta anos depois, o amor entre os dois magos era pulsante e ardente e era chegada a hora de confessar suas escapadas diurnas a sua senhora e deusa.
Os planos de Skalibur de buscar pela Corte do Esquilo Atroz, uma antiga lenda que diz que uma vez encontrada, essa corte permite visitar a Rainha das fadas, seriam perfeitos para suas pequisas e a busca do tão desejado feitiço de proteção que seu senhor Hannibal precisa.
Ela caminha em direção ao refugio de sua amada deusa, e reza aos espíritos que ela não a puna.

O Levante de Obertus


Ano de 882, Bucareste, Valáquia


A Lord Baláz Zsiga, Lord do Império Hungaro


Venho por meio desta informar que li, e reli vossa carta com cuidado e atenção, inúmeras vezes.
A ofensa que recebi de Olga Luvine, prole de Darina Vavra foi a gota dágua para mim, e creio que para vários Voivods sob seu comando. Aquela matusalém provou que não se interessa por mais nada a não ser seus próprios planos e metas, deixando o voivodato e seus aliados, como eu, ao sabor do vento, sofreno derrotas e insultos de todas as partes, além de permitir que os ciganos e bandidos sanjayans infestem nossas estradas e terras impedindo que o progresso chegue aos nossos domínios e pior, fazendo vista grossa para a infiltração baali que ocorreu nas ultimas décadas, como se ela mesma, antes uma feroz caçadora desses malditos seres infernais, agora fosse um orgulhoso membro desta infame linhagem.
Por isso, respondo a sua interessante proposta com um Sim. Como prova de minha fidelidade e interesse verdadeiro, parto em uma semana para vossas terras afim de discutirmos os termos do acordo. Já adianto porém que, a mim apenas a Valáquia interessa. Não tenho a fome de poder insana que vavra possui a ponto de achar que sozinho, conseguiria governar a parte leste de um continente inteiro.
Minha comitiva chegará a Budapeste em uma semana e espero encontrá-lo com todos os detalhes adiantados, sabes que meu sangue não suporta muito tempo longe de minhas terras e imagino que tu e vossa aliada, Leona de Notre Ville, Lady das Terras da Croácia precisam de tempo para formularem uma estratégia interessante depois de minha partida.


Atenciosamente, Dimitri Obertus, Voivod da Valáquia

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O Presente do Dragão


Ano 782, Rijeka, Panônia


A Vossa Majestade Príncipe de Zagreb, Leona de Notre Ville


Antes de mais nada, venho por meio desta pedir minhas sinceras desculpas pela demora em agraciá-la com uma prole minha, para compor vosso conselho, como havia ficado decidido na noite em que vossa majestade assumiu o trono de Zagreb. Isso aconteceu pois queria escolher, dentre minhas várias proles, a que mais se qualificasse para servi-la, logo depois deste tempo e muitos testes, cheguei a meu querido filho Yakov Horvat.
Este jovem foi trazido para a noite há poucos anos, mas é promissor em todos os aspectos. Creio que dentre seus maiores dotes, está seu conhecimento profundo da mente humana, seu comportamento e as formas de manipular os desejos e medos dos mortais a vosso favor. Yakov também tem um conhecimento da natureza crescente e um talento em lidar com animais e predadores.
Segundo a tradição da responsabilidade, coloco meu filho inteiramente a vosso dispor e o encaminho a Zagreb ainda esta noite para que possa passar por vossa análise e aprovação. Quanto a mim, ainda ficarei algumas semanas em meu castelo resolvendo as questões pendentes e ao mesmo tempo investigando alguns pontos estratégicos dos príncipes das cidades e vilarejos menores espalhados pela região da Panônia afim de planejarmos uma unificação gradativa e a formação de um poderoso exército, como vossa Regente Wanessa Lionheart assim me ordenou.


Esperançoso de vossa aprovação de meu singelo presente, agradeço vossa atenção.


Atenciosamente,Borna Mihovil, Senhor do Castelo Bonarta em Rijeka, Panônia

10 anos de Provação


Ano de 782, Budapeste, Hungria


A Vossa Majestade Regente do Trono de Zagreb, Wanessa LionHeart, filha de Petar Kreshmir, Filho de Gaius Marcellus, Filho de Tinia, Filha de Vedartha


Venho por meio desta, parabenizá-la e a Vossa Aprendiz e futura Príncipe Lady Leona pelos 10 anos completados a frente dos cainitas de Zagreb.
Durante séculos, vosso infame senhor governou tal terras com descaso e monotonia, acomodado a seu trono, não conseguia observar que no resto da Europa as coisas evoluíam e mudavam de forma rápida.
Todos sabemos que o Voivodato é uma espécie de governo duvidosa, centrada na figura de 6 tiranos cruéis governados por um ser que sendo gentil e polido, pouco se diferencia de um demônio em forma e atitude.
Sei que vossa majestade buscou nestes 10 anos, corrigir os erros de vosso senhor e é com satisfação que atesto que conseguiste. Em 10 anos, corrigiste os erros de um século.
A sociedade cainita de Zagreb hoje é um lugar equilibrado e onde a lei se faz cumprir, mas creio que vosso maior feito foi, provar a Vavra que um de seus aliados, considerado Lord de toda a região Croata, era na verdade um baali corrompido entre os Tzmisce (embora eu, se me fosse perguntado, não saberia dizer a diferença entre um clan e outro) e forçado a Monarca a tomar uma atitude drástica e destruir seu vassalo, deixando sua reputação entre os seus ainda mais abalada, já que há 10 anos sua prole mais querida a apunhalou pelas costas e até hoje a voivod não deu conta de encontrá-la e destrui-la.
A credibilidade de Darina Vavra anda muito baixa, e creio que é neste momento que teremos uma grande chance de mudar as coisas de forma definitiva nessa região.
Peço encarecidamente, agora chagando ao real motivo desta carta, vosso apoio político e bélico para uma empreitada ousada mas, que com certeza trará frutos para nosso amado clan Ventrue.
Desejo marchar para Bristitz e reivindicar, se preciso for tomar, o trono daquela cidade das mãos dos Tizmsice, reivindicando assim o título de Lord da Hungria, se puder contar com vossa ajuda, em troca eu estaria muito propenso a apoiá-la e a vossa Aprendiz a reivindicar o Título de Lady da Croácia, visto que o trono foi deixado vazio por Bastash e os Voivods ainda não se decidiram quem designar para o cargo.
Sei que meus planos são deveras arriscados e ousados Milady, mas se tiver o apoio necessário, será lucrativo para todos os envolvidos.
Aguardo vossa resposta e espero ancioso pela oportunidade de combinarmos a noite e a hora para selarmos nosso acordo.


Atenciosamente, Baláz Zsiga, Príncipe de Budapeste, Filho de Gwen Tatum, Filha de Stefanos Mc Pierce, Filho de Mithras, Filho de Vedharta.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pensamen...


Provável que nenhum deles entenda o que sou e o que é honra para mim, ter que andar próxima a uma assassina desonrada vai ser problemático, mas farei sem reclamar pela minha Daimiô, bem, mas antes tenho que ensiná-la a ser uma. O primeiro passo já foi dado, agora ela já tem terras, possui guerreiros por ela e é muito corajoso, agora só falto elevar sua honra e sua sabedoria ai sim será uma grande Daimiô. Eu entendo que a política é cheia de nuanças que muitas vezes não se pode jogar limpo sempre, porém os motivos pelos quais se joga sujo e a forma de se jogar sujo devem ser realmente necessárias e honradas. Tenho certeza que os senhores da terra de meu sensei também envenenam pessoas, também assassinam pessoas, porém a forma como deve ser feito após eles mortos é muito importante, honre-os mais, pois não foi capaz de vencê-los de modo mais justo, isso quer dizer dar um enterro muito digno a essas pessoas que foram mortas por necessidade tão grande que não poderia ser de outro jeito. Como diz meu mestre, todos os Daimiô possuem ninjas por de traz de sua grande cadeira para realizar o necessário assim como todo senhor possui seus samurais na frente de todos para realizar o que é honrado. Um não deve interferir no trabalho do outro assim mantendo equilíbrio entre as forças do próprio Daimiô. Bem, já me cansei de falar para mim mesma sobre como minha senhora deve ser, agora vamos falar de Safiya. Eu pessoalmente não esperava que ela fosse traiçoeira o bastante para não ligar para a honra, pessoas assim não percebe, mas sua palavra, seus atos, sua honra é tudo que mostra o que são. Segundo Vanessa ela ainda tem que aprender algumas coisas sobre ela própria, então terei paciência e assumirei sobre ela apenas o que vi até agora. Jurou lealdade a minha Daimiô e cumpriu seu dever com honra durante o combate e fora dele muitas vezes. É talvez ela mesma não saiba que tem um lado dela que é honrado. (risos)
Aquele tal laço de sangue, ainda bem que consegui explicar a minha senhora por que não queria fazê-lo, afinal eu não me importo de tomar o sangue de Leona, olha lembrei! Tenho que usar mais o nome dela mentalmente senão vou acabar esquecendo de novo e isso não é muito honrado é? Bem, meu sensei nunca falou sobre esquecer o nome do próprio Daimiô, mas vou me esforçar para não fazê-lo novamente. Voltando ao assunto, o problema não era tomar o sangue de Leona e sim o dos outros e ainda por cima ver Leona tomar o nosso. Bem, pra mim isso é uma grande bagunça, pois eu sirvo a Leona, não a Safiya e sei lá mais que entraria nisso e Leona não serve a nós então isso é meio insanidade eu acho. (carinha de deboche) Mas bem, agora devo me concentrar em ficar forte e aprender o máximo possível com Verika, afinal não poderei permitir que a Ventrue me ensine coisas de Brujah, posso? Dificilmente, porém vou deixar que ela o tente, pois vou ser ensinada por Verika também, ou pelo menos pretendo se Verika quiser me ensinar. Quanto a Hannibal, pra mim ele é um bastardo maldito que me largou um dia depois de abraçar-me e me jogou para longe me dando a seus inimigos. Por acaso existe maior rejeição neste mundo do que dar sua filha a seus inimigos para que façam com ela o que quiserem? Não consigo imaginar nenhuma maior, porém se Leona se tornar o que sonho que ela se torne e realmente continuar nos tratando da forma que o faz hoje estarei satisfeita, não com Hannibal e sim com minha senhora. Quanto a ele, eu o amo, sim, sou uma burra que ama quem me jogou aos “leões” e ainda não entendo porque o faço, mas se puder escolher não quero vê-lo nunca mais. Verika é um amor, prefiro pensar nela como quem me transformou por enquanto e dar a ela o respeito que daria a ele. Pronto, já está amanhecendo e acho que vou dormir no meio da “meditação do novo” que sensei exigiu que fizéssemos quando acabássemos de arrumar o quarto. Droga, ele vai ficar furi... (sono)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Imortalidade ou o Fim


Anno Domini 772, Kiev


A Elgene Lopan, Primus Maximi da Casa Tytalus em São Petersburgo


Querido aluno, Mestre Trianoma morreu.


É com pesar que escrevo esta carta a ti, visto que fazes um excelente trabalho no comando da casa Tytalus nesta região gélida e perigosa a qual muitos chamam de Russia. Eu e tu bem sabemos os perigos que enfrentamos e os inimigos que derrotamos para estabelecer nosso santuário em tais terras, e sei, segundo teus relatos que pelo menos tais esforços tem trazido lucros e compensações para nossa casa.
O que aconteceu há duas semanas infelizmente coloca tudo o que conquistamos em risco meu amado aprendiz, pois acabou de ser assinado um tratado entre todas as casas, maiores e menores, onde por unanimidade votou-se pela criação de uma grande ordem, chamada agora de Ordem de Hermes.
Acontece que o idealizador desta criação é ninguém menos que Tremere, aquele mesmo das terras de Viena. Nós dois sabemos que nossas casas não são muito amigas há algum tempo, desde que eu descobri algumas ligações estranhas de Tremere e seus aprendizes, sobretudo o Infame Goratrix, com forças obscuras, sobretudo vampiros na Transilvânia. Nosso Mestre Trianoma, já sabendo do ocorrido, com certeza votaria contra tal idéia, mas misteriosamente, ele veio a falecer dias antes da votação e seus aprendizes diretos, Tremere, fundador da casa Tremere, e Tytallus, nosso fundador foram permitidos a votar por ele.
Não sei meu querido, o que acontecerá agora. Sigo para Viena para observar o que os outros magos tem chamado de fortaleza de Ceoris, aparentemente o santuário erguido por Tremere para sua casa e seus aprendizes. Chegou a meus ouvidos que um clan de vampiros locais, conhecidos como Tzmisce, está observando o local desde sua construção e vem investigando o desaparecimento de membros de suas famílias, cada vez com mais frequência.
Espero que as mudanças ocorram de forma tranquila meu jovem. Há muito se fala que a Viss está acabando e que nossas formas de manter a imortalidade estão ficando cada vez mais fracas. Eu mesma não deveria exibir este rosto e este corpo que tanto elogias (e que ruborizando digo que sente muito a falta de tuas mãos) dada minha idade cronológica. Se vistes como eu deveria me parecer agora, com certeza teus galanteios seriam para qualquer coisa, menos a mim...
No entanto, Tremere e os seus são defensores ferrenhos de que se deve encontrar uma solução, talvez na alquimia, para nossa mortalidade, eu acho arriscado, apesar de confessar que minhas vaidades femininas dizem o contrário.
Termino esta carta desejando boa sorte e pedindo para que rezes aos deuses por minha segurança. Tenho saudades de ti e desejo de todo meu coração retornar para aquecer a ti neste frio inverno de Kiev o mais rápido possível.


Com amor, Ludmila Snezhana, Oraculi Domus da Casa Tytallus

Do Caldeirão para a Fogueira


Melissa sabia que seu destino estava traçado desde o momento que abandonou seu senhor sozinho para enfrentar os Lasombra. Afinal, ele havia contraído aquela dívida antes de abraça-la e definitivamente não era dever dela ajudá-lo a pagar.O Maris Obscura seguia rumo a Bercelona enquanto a jovem e temerária Toreador usava seus dotes de sedução para cravar uma estaca em seu senhor e fugir para a fronteira com a ajuda de Hajanne, outra renegada, porém uma talentosa guerreira Assamita.
Os ares da França eram completamente diferentes, a Corte do Amor era um lugar onde ser um cainita era infinitamente mais fácil. As intrigas pareciam mais brandas e elegantes, sem as ameaças e a truculência dos Lasombra da Ibéria e o governo de Lady Salianna parecia justo e imparcial. Quem dera...
Cada habitante de Paris se afasta instintivamente de qualquer cainita, mesmo que esteja bem disfarçado, dada a decadência e a degeneração dos Vampiros da cidade. Eles abusam de seus poderes de presença e atraem hordas de jovens e meretrizes para banhos de sangue em festas regadas a luxuria, sexo e perversão. A tradição do silêncio não existe aqui e não é atoa que os caçadores encontram em Paris um terreno fértil para sua cruzada sagrada.
Para Melissa, no entanto, não existiria paraiso maior na Terra. Foram semanas de luxuria sob o olhar reprovador da recatada Assamita, mas mesmo ela não podia resitir ao cheiro de pecado no ar. Mas mesmo elas sabiam que suas noites de prazer e sossego estavam contadas. O Rei Carlos Magno havia deixado a cidade em estado de alerta com sua marcha para a Germânia, haviam soldados para todos os lados e junto com os nobres interessados em apoiar ( e depois participar da divisão dos saques) o rei chegavam também cainitas de toda a Europa, buscando pela benevolência de Lady Salianna e um pedaço de status na Corte do Amor. E entre eles haviam os lacaios de Gonsalo, seu a essa altura furioso senhor. Já Hajanne sabia pelas cartas do Lacaio pelo qual se apaixonara e assim despertara a ira de seu senhor, que Anack já havia escolhido outra para seu lugar e que a havia mandado para a Croácia servir a uma Nobre cujo lacaio descreveu como "A futura nova Monarca das Terras Eslavas" e que havia colocado assassinos e mercenários atrás de sua ex- preferida.
Era hora de partir mais uma vez, Melissa arrumava a grande mala cheia de vestidos e joias que roubara do castelo de Gonsalo e seguia para a carruagem da família St Clair. Eram nobres com origens germânicas e temendo represálias do Rei seguiam com tudo o que tinham para a região da Borgonha. Lugar perfeito para decidir o rumo da proxima aventura.
Melissa sabia que não se livraria de seu senhor assim tão cedo e assim como Hajanne, já começava a planejar um modo de destrui-lo para todo o sempre. Mas para isso precisaria de proteção e aliados. Um bom desafio que sua beleza e malícia teriam que enfrentar.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Enquanto isso na Transilvânia...


Ano de 772, Bucareste, Valáquia


A Dimitri Obertus, Voivod das Terras da Valáquia


Meu querido amigo. Venho através desta expressar minha profunda tristeza pelo ocorrido nas ultimas noites. Não só minha tristeza, mas também minha fúria.
Tu, como eu, sabes o quanto nós cainitas, sobretudo o Clan Tizmisce, valoriza e investe tempo e recursos naqueles mortais que uma noite, vencidos pela solidão ou por nossos planos resolvemos trazer para a noite, para a família, para o sangue eterno. Passamos décadas observando seus hábitos, qualidades de defeitos, para enfim tomar a decisão de dar-lhes nossa dádiva.
Mas assim como também sabes que até cain se equivocou, diga-se de passagem, muitas vezes ao escolher seus filhos. E infelizmente nesta noite maldita, percebo que chegou minha vez.
É com vergonha que venho lhe dizer que Olga Luvine, outrora digna de ser chamada de prole por mim e minha família, agora encontra-se na condição de caçada de sangue.
Sei que o que ela lhe fez é imperdoável, pois tu tinhas contigo um mortal importante, sucessor do trono Valáquio e que te trarias muitos frutos, como Lacaio e futuramente prole. Mas Olga não soube deixar para trás os humores femininos de quando seu coração ainda batia e se encantou pelo rapaz, fazendo dele sua criança da noite de forma ultrajante, insultando a ti, teu domínio e a mim, e meu feudo.
Acredite, sentirei mais dor do que ela quando a capturar e aplicar a sentença máxima de nossas leis e fazer-se cumprir a tradição da responsabilidade. Só posso lhe dizer que teu ex-lacaio será entregue a ti para que resolvas o que fazer com ele, assim como a mucama mortal que Olga transformou em lacaia a pedido de Jean Paul, de nome Emanuelle.
Peço que aguardes minhas notícias e fique tranquilo, pois por séculos, o Voivodato é conhecido por sua justiça e por minha imparcialidade.


Atenciosamente, Darina Vavra, Voivod dos Voivods

Limites e Bom senso


Ano de 772, Zagreb, Dalmácia


A Lord Hannibal, Eterno General das Tropas de Cartago e nas horas vagas, meu senhor:


ONDE VOCÊ ESTÁ COM A CABEÇA???


Meu querido senhor, peço desculpas pelo tom rude e desrespeitoso desta carta, mas como tu mesmo sempre disseste, sou tua consciência e quando estamos muito equivocados, nossa consciência GRITA.
Não sei exatamente quais são seus planos, mas ter que ficar repetindo para a pobre infeliz que o senhor abandonou com uma noite de abraço que "Ele tem planos para você" ou "ele não abandonou você, fique tranquila" já está me enchendo a paciência. Não por ela, que é um doce de menina, aparentemente ingênua mas com um espírito guerreiro capaz de superar a nós dois se fosse dada a ela a chance. 
O que não entendo, é por que deixaste a pobre sozinha e sem treinamento. Não é de seu feitio agir como um gangrel e abraçar alguém para simplesmente abandoná-la e deixar que aprenda por si mesma.
O que não entra em minha cabeça é algo ainda mais infame, Por que diabos o senhor DEU sua mais nova prole para uma fedelha Ventrue? VENTRUE!
Perdão. Tive que parar de escrever por alguns minutos, beirei o frenesi e tive que descontar em algo. Agora estou mais lúcida para continuar, mas nem por isso menos irritada.
Sei que o senhor tem milênios de idade, foi e é um grande general e quase derrubou o império romanno sozinho. Mas é que a idade dos séculos as vezes pesa, falo isso pois os meus já me cansam e as vezes me pego ignorando fatos que há 100 anos não passariam por minha astúcia. Sim, estou chamando a ti de velho se é o que pensas e acho que um sono lhe faria bem. Amo a ti mais que tudo e sabes que não o insulto ao dizer isso.
Mas o motivo maior dessa carta é um aviso. Mesmo sabendo que posso vir a ser punida, quem dirá até destruida por ti por essa afronta, mas de forma alguma, nem sobre minhas cinzas, permitirei que Mihaela seja submetida a um laço de sangue com aquela fedelha aspirante a borra botas real. Já não me chega ter sido vassala daquele covarde por séculos, agora terei de ver minha protegida e irmã lambendo as botas de uma franga que não sabe nem mesmo segurar uma espada?
Seja lá qual for o acordo que fizeste com Mithras, peço que imponha a ele juizo e respeito Mylord, pois acredito piamente que o senhor não sabia deste detalhe sórdido.
Se eu não obtiver respostas vossas ou a suspensão do tal laço, marcharei contra o castelo de Dálmata, erguerei todos os ventrue, inclusive a fedelha em uma grande estaca e me sentarei no trono até alguém digno de governar Zagreb se apresente. Tu sabes que tenho todas as lideranças dos Baixo Clans sob meu controle e seria fácil fazer com que me ajudem.
Peço, com todo o amor, que não julgues mal meu tom nesta carta, sabes que sou assim, e nem se sinta ameaçado por ela. Só estou pondo em prática tudo aquilo que me ensinastes durante séculos.


Com amor, sua serva e filha, Verica Jankovic

Oferendas à Rainha


Ano de 772, Zagreb, Dalmácia


A Magnífica Lady Magdalena Szancto, Senhora da Hungria:


Recebi vossa carta com um inconveniente atraso minha senhora, visto que alguns acontecimentos, previstos por mim, finalmente se fizeram presentes e mesmo previstos, não me deram o tempo necessário para tomar providências, tampouco para um mensageiro chegar a mim com suas palavras.
A situação em Zagreb está insustentável. Durante séculos, Petar Kreshmir governou a região com a minha sabedoria e sua força política, mas a presença constante de matusaléns de poder incomparavel minou sua autoridade e ele, sabiamente preferiu salvar a pós vida visto que a prole de Mithras, Stefanos, trouxe a Zagreb uma cria dos Francos, disposto a fazer dela a governante do castelo de Dálmata, o que ficou claro para mim e para o Príncipe desde o início.
Petar confabulou com forças de fora do reino e forjou um ataque ao castelo, usando isso para fugir em direção ao oeste, sabe-se lá para onde e com quem. Eu, junto com seus outros conselheiros, permaneci aqui e terei de esperar a benevolência da "Nova senhora" que provavelmente passará por um treinamento rigoroso antes de se sentar no trono.
Em uma reunião rápida, decidimos pelo óbvio. Dar o apoio incondicional á nova Príncipe, e como forma de garantia e de fidelidade, ofertar alguma coisa a ela, uma paródia do encontro dos reis magos com o menino jesus. Eu, após pensar cuidadosamente, resolvi recorrer a sua benevolência minha progenitora, e lhe sugerir que, já que meus serviços diretos aqui estarão comprometidos, que mantenha seus contatos aqui através de meu irmão mais jovem e sedento por aventuras, Marco Baldássari. A senhora o tem elogiado repetidamente a meus ouvidos e seria, por que não, uma forma de testar todos os ensinamentos que destes a ele, oferecendo-o como servo de Lady Leona, para auxilia-la, talvez no futuro, como conselheiro e senescal, como eu fiz durante séculos.
Espero que minha amada mãe não tenha se sentido ofendida com a sugestão, e aguardo uma resposta rápida, se possível através de uma alma penada, para que eu possa ser a primeira a oferecer algo interessante a nova Príncipe e quem sabe, cair em suas graças. Penso em seu bem e no bem de todo o Clan Cappadocio da região.


Atenciosamente, Jasmina Dragic, Senescal e Regente do Principado de Dálmata

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pagando Dívidas


Ano de 772, Zagreb, Dalmácia


A Stefanos Mc Pierce, Filho de Mithras, Filho de Vedartha


Como havia prometido, escrevo para ti para resumir os acontecimentos das ultimas noites após vossa partida. Devo antes considerar que fiquei com meu coração partido ao saber que não pudeste me esperar e que ficarei mais longas noites sem tua companhia. Sinto falta de nossos momentos e sei que não devo deixar que nosso amor caia no conhecimento público. Seria fatal para mim e para ti, mas as vezes isso é mais forte do que eu.
Mesmo que tu e Lord Mithras digam o contrário, me sinto infinitamente envergonhada pelos atos de meu senhor. Sei que ele estava sob muita pressão mas sua covardia e traição não me deixam descansar enquanto eu mesma não envia-lo para a morte final. Petar renegou tudo aquilo que me ensinou, e isso eu não posso perdoar, sendo quem sou. Minha suspeita varia de algo desagradável, como uma variante infame do caminho dos Reis, conhecida como Via Tiranys até a mais trágica, influência de baalis. mas isso não é assunto para esta carta.
A filha de Mithras está intacta. Parece que a Brujah e a Assamita encarregadas de defendê-la fizeram seu trabalho de forma impecável, assim como Lady Vérica, que sem saber também contribuiu. Ela parece mais interessada naquilo que se tornou e receptiva a meus ensinamentos. No entanto meu amado, devo dizer que a ideia do laço entre as três não foi muito bem recebida pela Brujah, obviamente, que se sentiu insultada. Não contava que ela tivesse ideais de honra tão rígidos e terei que contornar a situação para o bem de Lady Leona. Logo, essa parte do processo terá que ser adiada.
Para terminar, embora eu ache que me repreenderás por isso, tive que trazer para noite o Duque de Dálmata, Nichola Kreshmir, outrora lacaio de meu senhor, ferido mortalmente na batalha contra os sanjayans. Sua importância política é grande demais para permitir que morra neste momento e pelo que pude observar, fez por merecer o abraço. Além do mais, Lady Leona ficou encantada com os dotes do nobre, e isso com certeza será um incentivo enorme para ela e seus aprendizados.
Termino esta carta esperançosa de que nos veremos em breve.


Sempre tua.


Wanessa Lionheart, Cavaleira Sacerdote Cinzenta Caminhante da Trilha dos Reis

Linhas Tortas


A Chuva não parecia incomodar Sir Baz. Na verdade o cavaleiro gostava de sentir a água escorrendo por seu rosto enquanto pensava, dava a sensação de que lavava os pensamentos e os deixava mais puros.
Há alguns anos, ele havia passado pelo ducado de Dálmata e conhecido seus monarcas, O Duque Nichola e sua bela esposa, a jovem Krisztianne.
Desde aquele dia ele sabia que ela era especial. Como ele, ela era tocada pelos arcanjos e em breve sua revelação seria anunciada e os anjos abririam suas asas e a fariam saber que é uma guerreira de Deus.
Sua carta foi a confirmação de suas suspeitas e agora, o cavaleiro rumava para Zagreb com a missão de purificar o castelo e acalmar sua donzela.
Um cavaleiro tem, em nome de Deus, direito ao alívio do amor? Não é a uma donzela que em essência ele jura proteger e defender? É proibido para ele desejar do fundo de sua alma uma bela jovem promissora que em um lampejo de iluminação foi levada pelos braços do arcanjo Gabriel e sobrevoou o campo de batalha onde seu marido revelava sua danação? E se o marido for um demônio? O amor de um cavaleiro seria então, pecado ou salvação?
A Chuva não parecia forte o bastante para lavar tais pensamentos e ele os obrigou a ir embora. Confiaria sua sorte amorosa a Maria, mãe de Deus, virgem imaculada. Se ela desejar que ele tome a pobre coitada como esposa, assim ele o fará, se não, ele se contentará apenas em tomá-la como aprendiz e ensiná-la os fundamentos da fé e os pilares dos arcanjos, em nome de Deus.

domingo, 3 de julho de 2011

Dormindo com o Demônio


Ano de Nosso Senhor de 772, Zagreb, Dalmácia


À Sir Baz Emired, Pobre Cavaleiro da Paixão da Cruz de Acre


Venho por meio desta pedir desesperadamente sua atenção a nossa causa, valoroso e santo Cavaleiro. Há meses venho percebendo mudanças nas atitudes de meu Marido e senhor, o Duque de Dálmata. Suas manobras com o exército do castelo, e a movimentação das tropas de apoio espalhadas pelo reino me preocuparam desde o início, mas como não se tratavam de meus assuntos, nem tampouco queria ofender meu amado esposo com minhas intromissões, sofri calada ao vê-lo voltar para o castelo tarde da madrugada depois de visitar a Casa da Noite.
Nunca me foi permitido, mesmo como Duquesa, nem a nossos filhos, seus herdeiros, entrar naquele prédio sinistro, onde os barulhos e atividades só acorrem após o pôr do sol, e quando eu o perguntava sobre aquilo, ele ficava irritado e por vezes chegou a me bater, se arrependendo depois, como se a simples menção ao lugar significasse um risco a minha segurança e a de meus filhos. 
Nichola chegou a cogitar que eu e as crianças nos mudássemos para o castelo de meu pai, um rico Conde em Budapeste, mas há poucos dias ele subitamente mudou de ideia, animado e empolgado com algum acontecimento estranho, que segundo ele mudaria nossas vidas.
Noite passada, nobre cavaleiro, houve um infame ataque do grupo de ladrões das estradas conhecidos como Sanjayans, que, embora eu, ignorante nos assuntos de guerra, ainda percebi se tratar de um número absurdo de guerreiros. Segundo um dos conselheiros, passava de mil os soldados do inimigo. A batalha foi longa e angustiante e temente pelo destino de meu marido, o desobedeci e fui ao parapeito mais proximo, observar o conflito. Para meu terror, o campo de batalha estava repleto de seres medonhos, capazes de proezas incríveis e assustadoras, eles bebiam o sangue dos guerreiros que matavam e pareciam cada vez mais sedentos, tanto do lado do inimigo quanto do nosso. Qual não foi minha surpresa quando vi meu amado esposo, com apenas um golpe de sua espada, arremessar um soldado inimigo, armadurado, como se fosse um boneco de palha. Hoje pela manhã, me trouxeram meu amado marido moribundo, mortalmente ferido, os médicos me desenganaram e disseram que me preparasse, pois o Duque de Dálmata não passaria desta noite.
Em prantos comecei a planejar uma rota de fuga para mim e as crianças, visto que não me deixariam sentar ao trono nem tampouco respeitariam minhas palavras. Os homens da família Kreshmir lutariam pelo trono e eu e meus filhos possivelmente seríamos veladamente assassinados.
Qual não foi minha surpresa quando um dos conselheiros veio até mim, dizendo que o Senhor Jesus Cristo, Misericordioso e Todo Poderoso havia operado um milagre e que Nichola havia subitamente melhorado e que sua vida estava salva.
Sir Baz, estou aterrorizada. Muitos dos que estão no castelo agora são os mesmos monstros sangunários que vi no campo de batalha, e temo que meu marido, que deus me perdoe, tenha se tornado algum tipo de escravo do demônio.
Sei que o senhor e vossos soldados são conhecidos por levar de volta para o inferno, bruxas, demônios e outros seres malignos pela força da palavra de Deus e pela lâmina de vossas espadas, e que sabes que o que vi não foi apenas fruto de minha mente horrorizada. Por isso imploro pela vida de meus filhos que venha nos salvar. Que seja rápido pois temo por minha vida, ou coisa pior.


Desesperada por vosso auxilio, Krisztianna Kreshmir, Duquesa de Dálmata.

Lucros d'além Mar


Ano de Nosso Senhor de 772, A Bordo do Maris Obscura


Ao todo poderoso Lord Montano, Monarca da Corte do Mar Sombrio


Estou neste exato momento chegando ao território da Croácia, a caminho dos limites de Zagreb, para cumprir a missão que Vossa Majestade tão benevolente me incumbiste.
Esperarei, acompanhada de meus oficiais, a chegada da comitiva de Petar Kreshmir, a essa altura, ex- príncipe de Zagreb, afim de levá-lo para Veneza, fazendo assim cumprir o acordo feito entre Vossa Majestade e o ex-príncipe Ventrue. 
Ao longe é possível ver a fumaça e sentir o cheiro do sangue e das cinzas da batalha da noite passada, os ravnos foram facilmente vencidos pelas defesas do castelo de Dálmata e creio que Sanjaya não dará as caras tão cedo, aquele rato covarde.
O Ventrue armou bem seus planos, escapou de ser deposto e destruido e se for inteligente, aproveitará a chance que o senhor dá a ele, fornecendo proteção e asilo em terras Lasombra em troca de informações e senescalia contra vossos inimigos. Enquanto isso, já escrevi aos Cappadocios de Veneza, aqueles estranhos Necromânticos que chamam de Giovanni e eles cuidarão para que Petar seja bem recebido e bem cuidado.
Venho através desta, também relatar que seu amado navio está em perfeitas condições, cada noite mais belo e imponente, as águas são escuras e mortais para os que cruzam seu caminho. 
Assim que deixar o Ventrue em solo Veneziano, navegarei para a Espanha onde encontrarei mais um de seus lacaios, o Toreador Gonsalo e sua prole Melissa. Cobrarei dele a dívida que tem com o senhor e trarei para o Maris obscura o fruto de tal cobrança, seja o pagamento devido ou a bela Melissa devidamente amarrada às Velas.
Honrada por poder servir a Vossa Majestade e aguardando novas missões.


Paloma Escamilla, Capitã do Maris Obscura

sábado, 2 de julho de 2011

Doce Amargura


Ano de 772, Zagreb, Croácia


Meu amado senhor:


Com a glória do Deus Mithras cheguei a meu destino sem contratempos. Tudo aqui é confuso e frio. Tenho saudades da época que era viva e jovem, sentia o sol do deserto na pele e o calor me animava para as tarefas do dia. Não era uma vida fácil, mas eu era feliz.
No entanto, Ahura Mazda tinha planos para mim, planos especiais e importantes que eu, como uma serva temente não poderia ignorar nem recusar. E esses planos vieram a mim através de tua vitae, meu pai.
O poder de Haquim, juiz e o mais próximo de Ahura me fez um ser mais calmo e sábio. Nestes cinco anos, aprendi mais do que aprenderia em toda minha vida, ainda mais escondida entre os ultimos praticantes do Zoroatrismo, fugindo dos Muçulmanos, os odiando mas ao mesmo tempo temendo.
Mal sabem os infiéis, que enquanto seu deus Alah é apenas uma lenda, os meus estão entre nós. Mithras é real, eu toquei nele graças ao senhor e isso significa toda a minha pós vida. É reconfortante saber que se serve a um Deus real, e sendo assim, nem o medo da destruição é motivo para desistir de minhas tarefas.
Como me foi ordenado, encontrei a escolhida. Ela é a mais bela flor da Europa, digna dos desejos do Deus na Terra. Seu comportamento, porém, ainda está aquém do que se imagina correto. Os cainitas impuros a fizeram penar por meses e anos de angústia e humilhação, seu corpo foi violado inúmeras vezes em troca de ouro e suas idéias foram corrompidas pelos pensamentos vis e malignos dessas terras frias, onde Kupala reina. Ela precisa ser purificada meu senhor, e eu tentarei dar meu melhor para isso.
Mas por hora, devo seguir meu dever sem exitar. Não sabes o alívio que é poder expressar minha fé nesta carta ao senhor e minha alegria por servir ao Deus Mithras. Sei que devo ser discreta quanto a isso nesses tempos do deus usurpador judaico, mas minha fé me dá forças para orar em silêncio. Como disseste, eu serei, um dia, a espada de Mithras e por enquanto, hei de vingar o Deus supremo, Ahura Mazda, das impurezas que os demônios lançam sobre os homens.
Enquanto escrevo para ti, outra alma é trazida para a escuridão, um Brujah que os outros consideram tão poderoso quanto Mithras. Espero que este não seja um inimigo pois talvez apenas o Deus possa enfrentar. No mais o sono do sol já se apodera de mim, como pode perceber pela caligrafia.
Esperançosa por nosso próximo encontro.


Com amor, Safiya Abdulhashid Ibn Anack

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sombria primeira noite.

Acho que ainda não consigo acreditar, desde mais cedo eu me comportei de forma normal e adequada...
Eu estava naquele quarto frio e apertado, onde eu e as outras meninas ficávamos enjauladas durante a noite, não necessitava de nenhuma tranca, se você fugir o frio te mata, se você ficar ele também te mata, mas pelo menos aqui eu tinha comida.
Félix... um tipo esquisito, veio me buscar, me levou para tomar banho e disse que eu iria me encontrar com o rei... no mínimo haviam descoberto quem eu era e iriam me entregar numa bandeja de ouro para meu pai e o estúpido príncipe da França, foi o que eu pensei... era muito pior...
Vossa Majestade Petar Kreshmir pode ser o homem mais bonito e mais assustador que você poderia conhecer, ele não falava coisa com coisa e fazia citações como se pudesse ver o futuro, o que eu não esperava era que ele já sabia do meu futuro muito antes de mim...
Stefanos Mac Pierce e Safia... sangue de Mithras, filha de um deus na terra, neta de Vedharta e etc, etc, etc... Baboseiras, mentiras, medos e vampiros... Criatura da noite eu me tornei e nunca senti tanto medo, todos me olham com frieza e me chamam de criança, beijam meus pés e mostram serventia enquanto batem em minhas mãos para que eu aprenda direito.
Deus na terra Mithras, meu pai, que eu não sei como se parece e nem mesmo uma carta me mandou... pai... mataram minha família, aquele príncipe truculento não aceitaria perder jamais e aposto minhas moedas que ele estava diretamente envolvido, mas não entendo, como saquearam minha casa se minha mãe permanecia lá... Benevolência do nosso senhor Petar... acredito...
Cada ruído, os gritos da mocinha de armadura nos jardins do castelo, posso ouvi-los, assim como posso ouvir o sussurro das criadas na cozinha e o estalar da pedras do castelo... estou com tanto medo...
Não é um pesadelo ruim... Mithras guiou meus passos até esse lugar, permitiu que eu passasse pelos piores tormentos da minha existência e o prêmio por isso é ser um monstro noturno, sanguessuga e com poderes incríveis... não sei... todos sabem minha vergonha e falam dela como se eu me orgulhasse... se ela soubesse como é ser mal-tratada como eu fui, certamente a teoria dela sobre vergonha seria diferente... eu me senti humilhada quando ela disse aquilo, mas entendo que não foi a intenção dela, nos conhecemos a pouco e para ela deve ter sido humilhante ser dada a mim como um brinquedo é dado a uma criança, mas vou ser boa para ela, ela é agradável e animada e me ajudou um pouco com meu medo... e estar encolhida contra a parede enquanto os uivos da morte ecoam lá fora me faz querer ela por perto... Talvez eu devesse dor...

Um Rei Prevenido vale por Mil


O castelo de Dálmata esconde em seus vários prédios, os segredos do poder de uma Família. Nichola Kreshmir, Duque de Dálmata, sabe muito bem que os barulhos vindos da Casa da noite, nome dado ao prédio próximo á queda d'água não são estranhos, nem a movimentação de criados mal educados. Ele sabe que o patriarca de sua Família, Petar Kreshmir, primeiro de seu nome e progenitor de toda uma linhagem secular, reside ali, há mais de cinco séculos. Durante o dia, Nichola governa com respeito e reconhecimento, sendo o nobre mais bem visto em toda a região e ganhando até mesmo a simpatia da igreja e seus representantes. Seu sonho é que seu ducado, junto ao de outros nobres da tribo croata, um dia seja reconhecido como reino, e que ele, ou seus descendentes sejam coroados como reis. Porém a noite, ele nada mais é do que um vassalo fiel e satisfeito do sangue poderoso do Ventrue que governa os cainitas de zagreb.
Esta noite porém, é uma noite diferente. Uma movimentação anormal perturba seu senhor e ele, antes de sucumbir ao sono do sol, mandou uma de suas lacaias com o sinal de que seu plano, há meses forjado e explicado aos mínimos detalhes, fosse colocado em prática. Agora era hora de mostrar que era merecedor da dádiva eterna, da imortalidade. Mil soldados bem armados, entre eles lacaios fieis e cainitas jovens em busca de ascensão estariam preparados para a batalha e ao longe, a carruagem preparada para seu mestre, e o navio esperando por ele e suas crianças da noite. Esta seria a noite perfeita, e Nichola Kreshmir não poderia deixar escapar esta oportunidade. Antes um Duque imortal, do que um rei velho e  moribundo.