quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Preço da Traição


Ano de 772


Ao Irmão Gophi Sanjaya


Meses atrás escrevi a ti, semanas atrás mandei um mensageiro confirmando minha ação e hoje, este pássaro traz a você a localização de meus sagrados Khuni Veva, A Onda Sangrenta. Eles chegarão em saus terras esta noite e já estarão prontos para a batalha. São lacaios de sangue treinados por pelo menos 50 anos em todas as artes de guerra e assassinato dos reinos Hindus, alimentados por 250 escravos mortais, que me cultuam como a incarnação da deusa Khali e oferecem seu sangue a meus guerreiros. Cada um dos 100 guerreiros que enviei para você seria capaz de derrotá-lo sozinho em combate, por isso tome cuidado, os receba como nobres em tuas tendas. Sei que você espera uma chance para me impressionar Sanjaya, e esta chance chega a você agora. Reuna todos os seus ladrões, assassinos e salteadores, os infames Sanjayans das Estradas e todos os aliados que puder conseguir. Sob a liderança de meus Khuni, você marchará com eles em direção ao castelo de Dálmata. Destruirá a tudo e a todos, MENOS uma jóvem criança da noite, com apenas poucas noites de abraço se meus cálculos estiverem corretos. Ela tem feições orientais como as que você viu quando veio me visitar e seria minha filha, caso eu não tivesse sido traida pelo príncipe incauto e ardiloso desta cidade. Vá, pegue o que é meu e traga até mim. Será muito bem recompensado.


Espero mesmo receber notícias de nossa Vitória.


Ásdis Jain, Rainha Bashirita da Corte de Marfim e Lady dos Ravnos Hindus.

Nunca Subestime um Predador Acuado


Fadia caminhava pelos jardins do Castelo de Dálmata com seus felinos inseparáveis. A Gangrel os considerava como partes extras de seu próprio corpo. Perder um deles, era o mesmo que perder uma mão ou pé.
Ela meditava sobre os acontecimentos na corte do Príncipe Petar na noite anterior e de como o Ventrue esteve á beira do frenesi quase o tempo todo. Ela mesma não teria resistido tanto, mesmo com todo o controle que possui sobre a besta.
Para ela, isso só significava uma coisa. Perigo.
"Nenhum cainita, por mais baixo que seja suporta tanta humilhação, mesmo sendo um covarde sem pelo menos sair em disparada num vergonhoso pânico vermelho. A não ser que saiba, no íntimo de sua alma que suportando tempo o suficiente, ele teria sua vingança e calaria a boca de todos os que o humilhavam naquela noite.
Petar é um Ventrue velho. Suas conexões são grandes e em toda sua pós vida cometeu poucos erros. Um deles foi pedir um favor gigantesco a Mithras séculos atrás e o ultimo, se envolver com um Matusalém ravnos e barganhar algo com o cigano que não podia pagar.
Agora Stefanos usa isso como chantagem, colocando o Príncipe contra a parede e o mesmo não vê saída. Na noite passada ele foi obrigado a quebrar o acordo com o Ravnos para honrar o que tinha com Lord Hannibal e com isso ficou devendo a pós vida a Lord Mithras.
Mas a tradição do domínio não existe atoa. Séculos de governo não são tão fáceis de derrubar e a fidelidade que o manteve no trono até hoje, dificilmente não será usada para defende-lo.
Prevejo derramamento de sangue nas próximas noites. E se eu estiver certa, terei que intervir. Isso significa exercício para vocês minhas crianças."


O Filhote olhou para sua mestre como se entendesse a frase perfeitamente, e miou de forma engraçada, como se quisesse no auge de sua arrogância juvenil, se incluir nos planos da Gangrel.

A Espadachim Ocidental

Conta-se que existiu um espadachim do oriente que para aperfeiçoar sua técnica e conseguir superar seu próprio irmão em batalha fez uma grande viagem para o ocidente. Todos em sua terra disseram que era loucura e que ele nunca retornaria, porém ele estava decidido a aprimorar seu estilo de luta para que um dia pudesse desafiar seu irmão pagando a sua divida e a dele com a honra. O mestre espadachim vagou atravessando a água e conheceu muitas terras, muitas línguas, muitas cores, muitas formas de estratégia e principalmente muitas formas de se lutar. Com o passar dos anos sua sabedoria aumentara muito e ele finalmente conseguira aperfeiçoar seu estilo, agora só havia dois problemas, ele não tinha adquirido recursos para voltar para seu povo e muito menos sabia como fazê-lo. Por sorte o nobre senhor local precisava de uma força militar milagrosa para que pudesse ganhar uma guerra com visinhos de posse. O oriental foi ao nobre e se apresentou dizendo que conseguia ganhar qualquer guerra, conseguia treinar qualquer um e principalmente viajar por qualquer lugar. O nobre muito interessado perguntou rindo se ele conseguia ganhar a guerra praticamente perdida e o oriental respondera que sim. Três anos depois a guerra estava ganha e o espadachim havia conseguido dinheiro, agora só precisava de homens para ir com ele derrubar seu irmão. O nobre fez mais uma proposta, que se o espadachim treinasse muitos homens então ele poderia levar alguns deles, porém como desafio, se o mestre conseguisse treinar uma mulher, ele deixaria a maioria do exército treinado ir para o oriente. O espadachim muito envergonhado disse que treinaria todos, inclusive a mulher, porém, que neste caso queria uma pequena nobre para ser treinada, pois se esta haveria de se tornar a melhor de todas as combatentes do ocidente. O nobre riu concordando e mandou a mais nova de suas seis filhas com o espadachim. Anos se passaram e ele ensinara a menina como se fosse um filho, ensinara mais do que lutar, ensinara sua própria técnica, pois percebeu que não mais conseguiria voltar a sua terra, a velhice havia lhe dominado e agora estava fadado a servir um nobre ocidental. No dia de testar a menina muitos nobres ali estavam, foi contra o campeão das tropas do nobre. Logo de início a menina já foi capaz de matar o campeão sem problemas e uma divida com o oriental agora o nobre tinha. Do lugar de honra veio um homem de olhar severo e esbaldando nobreza que reivindicou a menina diante de todos e o pai dela concedera sem protestar, o espadachim ofendido tentou ir contra, porém o homem o matou e arrastou a menina com ele desacordando-a. Quando esta acordou viu seu mestre ao lado dela, ainda jovem, como o conhecera no passado, este disse que iria ajudá-la de todas as formas, porém, ela deveria fazer-lhe dois juramentos, o primeiro, é que se fosse possível ela mataria o homem que o matou, o segundo é que se um dia ela encontrasse seu irmão, ela deveria matá-lo também para limpar sua honra. A menina concordou e o espírito do espadachim entrou na arma que ele forjara para ela, porém ela é agora não está totalmente certa do que acontecera e vai levar a vingança por seu mestre a níveis inesperados.

Infindáveis Obrigações


Ano de 772, Bucareste, Valáquia


A Minha amada mãe e senhora Darina Vavra:


Minha amada mestre, doi meu coração morto saber que ficarei tanto tempo sem vê-la. É dificil permanecer neste castelo escuro e frio sem sua presença confortante. No entanto, seus ensinamentos se mostram cada noite mais perfeitos e no comando das terras do Sabre Sangrento tenho me saído muito bem, segundo os próprios Voivods tementes a ti e a teu sangue.
Como me pedistes, fiquei atenta aos movimentos de Dimitri Obertus e confesso que não encontrei nada definitivamente comprometedor em seus atos. Ele conseguiu seu intento de tornar o herdeiro mais velho do Voivod mortal Bogdar, Jean Paul seu servo e provavelmente irá pedir a minha amada senhora a permissão para traze-lo para a noite no futuro. Devo confessar que há anos observava o rapaz, belo, imponente e atrevido, assim como seu pai, membro da Ordem do Dragão e cogitei  traze-lo para a noite eu mesma, mas nunca o faria sem sua permissão minha amada e ainda assim não o farei, ainda mais agora que um de vossos Voivods passou a minha frente.
Mas o assunto desta carta, além é claro de expressar minha alegria por saber que tudo está dando certo em vossa jornada, é avisa-la de algumas descobertas perturbadoras que fiz, trabalhando em conjunto com Dominika Janiseck, Lord e Príncipe de Viena, que aliás, merce alguma atenção de minha senhora, pois tem mostrado um talento crescente em lidar com as hordas de seres sobrenaturais que infestam aquele local.
O que descobrimos é que há uma movimentação intensa de Magos estranhos na região de Ceoris. Parece que eles construiram lá, em questão de semanas uma enorme fortaleza. Um deles parece ser velho e muito poderoso e apuramos que seu nome é Goratrix. Há rumores de que na mesma semana que os magos foram avistados pela primeira vez, alguns membros relataram o desaparecimento de suas proles sem razão aparente, todos jovens e membros de nosso Clan. Além disso, na mesma semana, Baalis foram detectados rondando o território. Alguns foram devidamente caçados e destruidos, mas não há como se ter certeza de que nenhum deles escapou.
Chego ao fim desta, esperançosa de que estes acontecimentos lhe façam voltar para casa, e se não, que possas me enviar um carta com instruções precisas de como proceder, creio que há algo de sinistro acontecendo naquela fortaleza e que precisamos tomar providências.


Esperançosa por uma resposta e dolorida de saudades, sua filha e serva, Olga Luvine

O Castelo de Dálmata


O território conhecido hoje como Croácia é habitado desde a Pré-História. No Paleolítico Médio, havia neandertais em Krapina. No início doNeolítico, as culturas Starčevo, Vinča, Sopot, Vučedol e Hvar espalhavam-se pela região. A Idade do Ferro deixou traços da cultura Hallstatt (proto-ilírios) e da cultura La Tène (proto-celtas).
Já no período histórico, a área foi habitada pelos ilírios e, desde o século IV a.C., também colonizada pelos celtas e pelos gregos. A Ilíria era um Estado soberano até a conquista pelos romanos, em 168 a.C. Após a queda do Império Romano do Ocidente , as províncias da Panônia(Pannonia em latim) e da Dalmácia (Dalmatia) passariam às mãos dos hunos, depois dos ostrogodos e do Império Bizantino. Os antepassados da atual população eslava da Croácia instalaram-se na região no século VII.
Tribos eslavas, dentre elas os croatas, chegaram ao que são hoje a Croácia e a Bósnia e Herzegovina no século VII. Os croatas organizaram-se em dois ducados: o Ducado Panônio, no norte, e o Ducado Dálmata, ao sul. A evangelização dos croatas foi concluída noséculo IX.
O primeiro governante croata a ser reconhecido pelo papa foi o duque Branimir, a quem o Papa João VIII atribuiu o título de dux chroatorumem 879.
O primeiro rei da Croácia, Tomislav, da dinastia Trpimirović, foi coroado em 925. Tomislav, rex chroatorum, uniu os ducados panônio e dálmata, estabeleceu um Estado de proporções consideráveis e derrotou o tsar búlgaro Simão I em uma das maiores batalhas da história, na fronteira dos dois reinos, na Bósnia. O reino medieval croata atingiu o seu auge durante o reinado do Rei Pedro (Petar) Krešimir IV (1058-1074).
Com a extinção da dinastia local no fim do século XI, na batalha do Monte Gvozd, os croatas reconheceram Colomano, rei da Hungria, como soberano, no que constituiu uma união pessoal, formalizada por tratado de 1102 (chamado Pacta Conventa).

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Segredo das Coisas (Parte III)


Neste Terceiro ( e por enquanto Ultimo) Manuscrito, falarei de um assunto aparentemente Óbvio e tedioso, mas que salvará sua pós vida e garantirá sua segurança em praticamente qualquer feudo que colocar os pés. Tratam-se das Seis Tradições de Cain, o que ele disse, o que nós fazemos de conta que ele disse e o que não fazer sobre elas.


Primeira Tradição: O Pacto de Sangue.


"De meu Sangue faça-se meus descendentes,Feitos a minha imagem. Minha maldição será a tua, Minha salvação será a Tua. Eu estarei antes e acima de Ti como teu Regente e Deus. Eu sou o caminho, minhas tradições, um pacto. Renuncies a Mim e Renunciarás a toda a Esperança"


Resumidamente, essa é a principal tradição, a mais seguida, a mais cobrada e a mais respeitada e ainda assim a mais distorcida. Significa que qualquer vampiro mais velho e de geração mais proxima de cain é em ordem direta, seu herdeiro, logo você, ou eu, como seres inferiores devemos obedecer e honrar essa descendência sem questionar, pois trata-se de um pacto com Cain. Note porém, que em sua fala, o Pai não diz nada sobre herança e sim afirma que ele é o único caminho.
Sabedoria: Siga, obedeça e honre os mais velhos no sangue e no torno onde quer que vá (a não ser que seja mais poderoso e sábio que ele)


Segunda Tradição: Domínio:


"Eu sou o Senhor de Nod. A Ti, pertence teu Domínio, e tu és teu mestre. E todos respeitarão a ti ou então sofrerão tua Ira. Todos prestarão a ti respeito quando nele entrarem e tu deverás protege-los quando estiverem nele. Em teus domínios tu tens o direito do sangue e da morte. Receba estas responsabilidades como senhor de teu domínio e preste o mesmo respeito nos domínios de teu irmão que esperas que exista no teu."


Esta tradição não é muito complicada de se entender. É ela que faz com que ainda existamos em uma sociedade minimamente civilizada.
Sabedoria: Preste respeito sempre. Mesmo que saiba que é mais poderoso que o lord do domínio em questão. Afinal, você nunca sabe o que ele tem escondido nos porões de seu castelo os nas florestas da redondeza.


Terceira Tradição: Progênie


"Tu só deves trazer outro para o sangue com a permissão de seu senhor ou superior, pois o abraço é a providencia apenas daqueles próximos a mim, e estes serão cobrados. Desobedeça e tu e tua progênie serão destruidos"


Esta tradição é um tanto quanto dúbia. Mais uma vez e como sempre, ela beneficia aqueles mais antigos e de sangue mais forte. Pois a eles é dado o direito de abraçar livremente, afinal dirão eles, "como eu poderia pedir permissão a eu senhor se ele está em torpor há mais de mil anos?"
Por outro lado, ela evita que saiamos pelos reinos povoando a noite com vampiros famintos e acabando com todo o alimento em nossa primeira crise de solidão.
Sabedoria: Só abrace em ultimo caso e Siga a Tradição. E no seu caso, se eu souber de algum bastardo seu matarei a ti e a ele, como disse Cain.


Quarta Tradição: A responsabilidade


"Todos os que trouxeres para o sangue, serão teu sangue até que tu os liberte. Até lá, o sangue deles e a punição deles será a tua"


Tradição justa. Segui-la é no mínimo ter bom senso. Basicamente ela complementa a terceira, ou seja, se te derem a permissão para abraçar, faça isso com o máximo de cuidado possível e se por um acaso sua prole fizer algo de errado, destrua-a você mesmo antes que o descubram e nunca, jamais se esqueça de consertar o que ela fez.
Sabedoria: Preciso dizer mais alguma coisa?


Quinta Tradição: Destruição


"É proibido para ti derramar o sangue de teu irmão. Esse direito só pertence aos mais proximos de mim. É proibido para os de sangue fraco se levantarem contra seus mestres."


Tradição inutil e largamente a mais desrespeitada. Se nem mesmo Cain a obedeceu quando matou Abel, como ele pode exigir isso de nós?
Sabedoria: Se precisar destruir alguém, apenas o faça com sabedoria. é uma questão de inteligência tentar destruir alguém mais velho e forte que você.


Sexta Tradição: O Silêncio do Sangue 


"Nunca deves revelar a aqueles de fora do sangue tua verdadeira natureza, ao fazer isso, renunciarás a meu pacto"


É uma questão de lógica. Mostrar para os quatro cantos que é um ser imortal, que só anda a noite e bebe sangue dos vivos é pedir que os agricultores, soldados e outros braços fortes se unam com tochas e estacas e resolvam banir o demônio de suas terras.
Sabedoria: Siga essa tradição como se fosse a primeira.


Aqui terminam meus ensinamentos por esta noite emu amado. Um dia testarei a ti para saber se aprendeste bem, por agora, espero que me retribuas o mimo com um dos seus. Apesar de aprecer, não estou morta para os prazeres da carne.

O Segredo das Coisas (Parte II)


Neste segundo manuscrito meu amado filho, falarei sobre uma sombra quase do tamanho dos feudos, senão maior, mas definitivamente mais perigosa. Você já me viu conversando com aquele homem pálido que carrega um incensário e fede como um cadáver mesmo a léguas de distância.
Aquele homem é Radomir Vlasac, Sacerdote Cinzento da Trilha dos Ossos.
Ele pertence a uma gigantesca sociedade, estabelecia há séculos entre os cainitas conhecida como a Ordem Cinzenta, cujos membros são conhecidos como Sacerdotes Cinzentos.
Esta sociedade está para nós, cainitas, como as igrejas estão para os mortais. Ela representa o clero, a parte espiritual dos amaldiçoados, na forma dos estudos e entendimentos das trilhas de sabedoria.
Esses cainitas são mestres em seus caminhos, compartilham séculos de devoção e estudo de suas trilhas e assim se tornam guias, até mesmo mestres para aqueles seguidores da mesma trilha e que buscam iluminação e conforto.
Obviamente, se entre a igreja dos mortais existe a vilania e a falta de vergonha, a corrupção e a mentira, imagine entre nós, seres maldiçoados a destruirmos uns aos outros até o fim dos dias?
Esses iluminados se unem a príncipes e lords de acordo com seus interesses e graças ao apoio de vampiros jovens como você, fanáticos ou desesperados, se tornam figuras de poder tão influentes quanto os governantes das terras aos quais juram lealdade. Essa meu filho, é uma forma de poder paralelo absolutamente eficaz, pois de todas as esferas de poder cainita, a Orden Cinzenta é a única capaz de depor um príncipe sem usar a força, apenas com acusações e esquemas entre seus fieis.
Falando assim, você deve estar se perguntando. Por que então eu não estaqueei e matei  Rodomir assim que o conheci, visto a vilania desses padres maliciosos? Por que não se pode generalizar. Rodomir é um exmeplo de Sacerdote confiável (até o limite de confiança plausível entre dois cainitas), ele realmente me ajudou muito no avanço de meus estudos da trilha e me provou ser digno dos benefícios que concedi a ele. Ou seja, o segredo é estabelecer uma justa troca de favores entre você e seu sacerdote, e tudo ficará bem. Seja sábio.
A Ordem Cinzenta não faz a menor questão de ser secreta, a não ser em lugares onde as trilhas que ensinam e defendem não são bem-vindas. No geral, com exceção da Trilha do pecado, todas as trilhas são representadas nos domínios do príncipe, com a trilha dele como dominante, claro, mas as outras também possuem seu espaço. Lugares mais populosos costumam até mesmo abrigar sacerdotes das trilhas menores, seguidas pelos baixo clans, como forma de diplomacia e um meio de mantê-los quietos e sob controle.
Obviamente, sacerdotes da trilha do pecado são caçados assim como seus praticantes.
Termino este segundo manuscrito com o desejo de que reflitas bem sobre a Ordem Cinzenta. Nunca seja arrogante a ponto de achar que não precisará de iluminação algum dia. Apenas saiba escolher aquele que lhe ajudará na jornada.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O Segredo das Coisas (Parte I)



Para meu querido Filho Marco Baldasari Giovanni:


Aqui estão os manuscritos que me pediste, e como tens sido um aluno dedicado e talentoso, entendi que merecestes tal mimo. Começarei por um apanhado geral sobre o Mundo que encontrarás na noite em que finalmente ficarás livre de mim e buscarás por sua própria sorte como um Cappadocio livre e promissor.Porém, Não se animes, pelos meus cálculos ainda falta mais de uma década para tal acontecimento.


Espero que meu mimo seja de muita valia meu querido.


Com amor, Lady Magdalena Szancto, da Hungria


Sobre a Queda de Roma, Cartago e a Longa Noite:


Cartago, no final das contas foi um grande erro. Deveríamos ter deixado os Brujah quietos na utopia deles, pois a cidade implodiria, fosse pelos mortais, fosse por eles ou pelos Magos. No entanto, os Ventrue não conseguem ficar sentados em seu trono e a cosseira por meter o nariz onde não são chamados é maior que qualquer coisa.
Quando a cidade caiu, a sociedade cainita era um caos, um emaranhado de crianças da noite transformadas em matusaléns por causa do amaranto impune e de matusaléns caidos em torpor pelo exagero de uso de seus poderes megalomaniacos, que nunca teriam outra oportunidade mais infame de usar sem serem caçados como o próprio demônio na Terra.
Séculos depois a vingança veio na forma dos bárbaros e Roma caiu. Simples assim. O império foi vítima de gigantismo, como em um mortal que sofre dessa doença, muitas vezes os membros grotesos e inchados deixam de ser controlados pelo corpo e acabam provocando a morte do mesmo.
Os sobreviventes das invasões bárbaras e os mais sábios fugiram para todos os cantos da Europa, sobretudo para a Terra dos Francos e para as Ilhas Britânicas e germânia.
Houve um período longo, de séculos , onde nada foi feito. Os anciões esconderam-se em seus castelos e os jovens brincavam de deus sem a interferência dos mestres. Logo haviam hordas de príncipes espalhadas em cada cidade ou vila que valesse a pena governar. A história do Mundo passava, guerras iam e vinham e os Príncipes cresciam em poder e tirania.
Até que alguns antigos resolveram acordar.


As Cortes:


A Hierarquia é bem simples. Em uma cidade com o número decente de habitantes, os cainitas sábios e com a mor a propria pós vida seguem as tradições, sobretudo a do domínio. Eles juram lealdade ao Príncipe, geralmente o vampiro mais velho da cidade ou região, pertencente a um alto clan, porém muitas vezes, sobretudo nas cidades mais estratégicas e importantes, este principe também é ligado a um Lord. Um antigo poderoso e influente que proclama um vasto territorio, geralmente reino ou país como seu domínio. E quase nunca é desafiado. Este meu querido, é meu caso. A Hungria é minha há 1000 anos.
No entanto, onde há vampiros poderosos, logo se encontra outros ainda mais poderosos. os matusaléns, em sua maioria nascidos antes de cartago ou até mesmo com lembranças da segunda cidade, que estão ativos e sofrendo de insônia, ao invés de pedirem para si os dominios que querem, viajam pelo mundo escolhendo a dedos os Lords que desejam comandar. E Esses em sua maioria, aceitam de bom grado. Afinal ter um Quarta Geração por trás de seus atos é no mínimo garantia de proteção e riqueza. O que não é meu caso, mas posso apontar a você aqueles lords em nossa região que obedecem cegamente a Darina Vavra, Prole de Mechet, fundador do clan Tizmisce. A ela se da o nome de Monarca ( ou como os lamuriosos e irritantes Toreador insistem, Matriarca.). Esses vampiros criaram Feudos para si e os nomearam de acordo com sua vontade, e assim tem sido e assim será eternamente.
Vamos a um resumo deles:


As Terras de Obertus:


Matriarca: Darina Vavra, Tizmisce
Território: Leste Europeu, Terras Slavas ( Hungria, Austria, Bulgária, Russia ocidental,Polonia)


Território Tzmisce governado pela Matriarca e sus Voivods (o que chamamos de Voivodato). Terra sem lei, sem códigos e governada pela força e pelo medo.Além disso é um dos ultimos bastiões do paganismo, sobretudo o culto a deuses malignos e ao demônio  Kupala.


O Mar de Sombras:


Monarca: Montano, Lasombra
Território: Ibéria, Scicilia, Ilhas Mediterrâneas, Bizâncio


Governado pelos Lasombra com mão de ferro, porém um lugar com política fervente e diversas guerrras civis entre seus próprios membros. Montano é um dos mais antigos matusaléns em atividade e passa o tempo todo  em um castelo de sombras conversando com ninguém menos que Lucian, o Lasombra em pessoa.


A Corte do Amor:


Matriarca: Salianna - Toreador
Territorio: Oeste das Terras Francas


Apesar de parecer um território pequeno, Sallianna é uma explêndida diplomata e transformou seu território em uma espécie de Elysium, onde todas as cortes são bem-vindas e onde se discute as pelejas, guerras e coisas do tipo. Mais uma perda de tempo dos Toreador que o resto de nós aceita sem um motivo aparente. Alguns dizem se tratar de uma maldição imposta pela própria Arikel. E eu não duvido.


O Baronato de Avalon:


Monarca: Mithras - Ventrue
Territorio: Ilhas Britânicas


Esse sim é um lugar para se estar se você gosta de estar no olho do furacão. aqui é onde tudo acontece e mais um pouco, é como Roma na época do Império e alguns dizem que em breve começará a política expansionista.


O Feudo da Cruz Negra:


Monarca: Hardestadt - ventrue
Territórios: Sagrado Império Romano (Germânia, norte da Austria, Praga)


Não apenas um vasto território como uma perigosa ideologia. Lord Hadestadt  carrega consigo a Bandeira do Cristianismo fanático por toda a Europa e se Mithras em sua Avalon pretende expandir territórios, é através dos Cavaleiros da Cruz Negra que ele terá o que pretende.


Este é o Primeiro Volume dos manuscritos minha Criança, use-o e estude-o bem, pode significar a sua própria Pós vida.

O Basilisco busca a Tarântula


Ano de 772, Reihmes, França


Minha amada Criança, Olga Luvine:


Muitas foram as noites e muitas peças para minha coleção de estátuas estarão chegando a meu castelo. Você como ninguém sabe o quanto é dificil, senão um suplício para mim estar tanto tempo longe de minhas terras, de você.
Mas creio que finalmente minha busca chegou ao fim. Depois de mais de 100 noites na trilha daquele ser infame, finalmente ela fez o que eu imaginei que faria. Me subestimou.
A quem você acha que uma quadrilha de Ravnos e seus Ciganos lacaios, residentes há séculos em minhas terras e deixados de bom grado para cometer seus crimes e assassinatos sem punição iriam mostrar o mínimo, embora dissimulado, de fidelidade? A sua Voivod Tizmisce? ou a um projeto de Baali?
Deixei que ela seguisse para Paris, achando que eu a estaria procurando ao norte, o que seria obvio, e então a espertinha iria para o norte quando eu decidisse rumar para o sul, confusa e furiosa. Pobre diaba.
Quando a comitiva de armeiros e ferreiros de Carlos Magno chegou a Reihmes, eu estava esperando por eles. Afinal ter asas é um privilégio para poucos.
Não foi dificil convencer os homens do futuro imperador de que estavam carregando entre eles um demônio vindo do inferno e logo eles me entregaram a doce Santine, devidamente estaqueada e pronta pra minha hospitalidade.
Esta carta é para avisar que talvez eu demore um pouco mais minha querida. Por favor, não se desespere. Sei que sente minha falta. Mas preciso rumar para Zagreb onde supostamente a pequena succubus iria se encontrar com um enviado de sua senhora, Aghata, A Aranha. Eu não sabia que aranhazinhas podiam gritar tão alto. Principalmente depois que fiz "brotar" mais quatro patinhas e depois as arranquei uma por uma. Logo ela estava, ao contrário da piada infame, não surda, mas falante, muito falante. Havia uma carta com a infeliz que obviamente não será entregue, e estou intuindo que algo está para acontecer em Zagreb. Os outros Voivods já relataram que Lord Hannibal está em minhas terras e nem se quer me prestou respeito á tradição do Domínio.
Espere por uma carta minha em breve minha filha e se prepare. Pode ser que ao invés de ir até você, eu ordene com igual satisfação que você venha até mim.


Saudosa de casa e de minha filha, Darina Vavra, Voivod dos Voivods.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma Nova Chance


O Nosferatu voou para longe com um ruido surdo. Seu corpo frágil por baixo dos trapos bateu com muita força na grande árvore e nem chegou a tocar o chão, apenas o pó que se espalhava com o vento frio dos cárpatos e os trapos mal cheirosos que se perdiam na terra amaldiçoada. Hannibal achou graça. Ele podia ouvir a voz outrora sinistra e cheia de ameaça no vento, algo típico dos Tzmisces para espantar os intrusos ou aterrorizar os camponeses por pura diversão. Agora essas vozes eram sussurros medrosos e cheios de vergonha, sumindo aos poucos por entre os sons da floresta.
A comitiva havia perdido metade dos lacaios. Quem imaginaria que essa região estava a tal ponto tomada pela vilania e pela falta de governo, que um matusalém e sua comitiva seriam atacados por vampiros ladrões e oportunistas em busca de riqueza, sangue e escravos.
Hannibal olhou entre os mortos. Uma de suas belas lacaias, talvez a preferida nas ultimas semanas. Cogitava dar a ela uma vida mais abastada, gostava de usar mulheres como joias. Inuteis, porém ornamentais e sinônimo de status. Ele coçou a cabeça, os lacaios sobreviventes logo trataram de se esconder pois sabiam que aquilo era prenuncio para algo monstruoso do qual talvez não saissem com vida.
O Monarca havia deixado seu refugio na Grécia apenas para buscar uma encomenda feita a sua prole mais nova, que sabe-se lá por que diabos escolhera aquele fim de mundo infestado de Tzmisces para seguir a não vida. Agora ele estava ali, furioso, na verdade o sentimento era de tristeza. mataram seu bixinho preferido, como quem perde um cão de estimação do qual gostava. Ela o divertia muito.
Perto do amanhecer havia uma clareira e dezenas de árvores retorcidas e feitas em pedaços no lugar onde antes era uma mata fechada. Animais? Longe. Comitiva? Esse sangue em suas mãos deve ser a prova de que não existe mais. Enfim, Hannibal se acalmou, satisfeito e revigorado. Sua lacaia de estimação estava vingada já que ele podia ver o pó e os trapos do resto dos ciganos, Ravnos e Nosferatu que tentaram fugir do vendaval de golpes de espada e urros aterradores. "Agora Hannibal, seu ogro, siga sozinho e sem companhia até seu destino" era o que Verica diria. Mas ele nunca deu ouvidos a ela. Faltavam algumas noites para chegar a Zagreb e dar um abraço carinhoso em sua pequena. Encontrar o príncipe borra botas que tentou patéticamente joga-lo contra Mithras e fazer tudo ser do jeito que ele queria. Com direito a prole nova, sábio orinetal especialista em guerras e talvez uma pequena balburdia para sacudir a cidade e derrubar o príncipe.
Cartago caiu há mais de um milênio, mas seu general continua vagando e buscando confusão. E onde tiver um Ventrue que possa ser empalado e deixado ao sol, lá estará Hannibal. Por hora, os dons gangrel que ele aprendera há tempos serão uteis para a viagem.

Um Grão de Areia Longe do Deserto






Ano de Nosso Senhor de 772, Lundenwic


A Petar Kreshmir, Filho de Gaius Marcellus, Filho de Tinia, Filha de Vedartha:


Venho por meio desta informar que neste exato momento estou partindo com minha comitiva das terras da Bretanha, levando comigo meu filho mais novo, algumas lacaias e provisões necessárias, visto que este pedaço do inferno que escolhestes para governar parece tão estéril quanto o solo de Cartago depois que o salgamos.
Chegarei a ti provavelmente em pouco mais de um mês levando a dádiva de meu senhor para que possa finalmente trazer sua escolhida para as trevas de seu abraço.
Se tu achaste que terias mais tempo para maquinar algum plano estapafúrdio para escapar de tua dívida pelo fato de nosso Mestre estar entregue ao sono negro há mais de 300 anos, então és mais tolo do que eu imaginava. saibas então que antes de dormir, o Monarca entregou a mim uma jarra com sua preciosa Vitae, lacrada com um selo mágico que a manteria viva e quente, para o deleite de sua nova filha.
Para conseguir isto, ele fez um acordo com um proscrito entre os sarracenos, prometendo-lhe abrigo no Feudo da Cruz Negra e salvaguarda por entre os reinos sob seu controle. Além disso, o Assamita deu ao nosso mestre sua filha mais nova, fruto de uma paixão momentânea. Não é de se estranhar que o maldito seja um proscrito e caçado entre os dele, já que os Assamitas proibem que o sangue de haquim seja dado a mulheres.
É esse ser adorável e belo que chegará até Zagreb, levando alguns pertences e o precioso líquido. Receba-a muito bem, pois ela será um presente para a futura filha de Mithras e acredite, essa fedelha pueril vale mais para ele do que eu, você e toda a nossa linhagem juntos. Se algo acontecer a ela, em menos de um mês nossos corpos em chamas arderão no sol da Bretanha como farois incandescentes.
O nome dela é Safiya Abdulhashid, mas mostre algum respeito e não a chame pelo nome. Apesar de não ser Muçulmana, a cadela parece ser capaz de reduzir qualquer idiota que a desrespeitar a pó, como todo assamita. E não se espante, ela carrega alguns apetrechos de bruxaria. sabes muito bem que Meu pai gosta das exóticas não é? 
Quando ela chegar, significa que estarei a pouco menos de uma semana de meu destino, infelizmente sua terra fria e grosseira.
Espero que não faça nenhuma besteira.


Atenciosamente, Stefanos Mc Pierce, filho de Mitrhas, Filho de Vedartha.

Provações da Besta


Petar olhava para a lareira. Por muitas vezes naquela semana, desejou caminhar na direção dela e deixar que o fogo do Arcanjo Rafael consumisse sua carne morta para todo o sempre, mas, bem, a lareira não era tão grande para seu tamanho, ele não iria querer perder apenas alguns membros.
Tudo o que o velho e arruinado príncipe podia fazer era olhar para o velho perdigueiro, trazido para a imortalidade em um ato estúpido de misericórdia poucas semanas depois de seu abraço. Ao invés de um cão velho se arrastando e morto há 400 anos, agora ele tinha um cão velho que se arrasta agonizante e imortal com 400 anos de idade.


"Sabe Boris, o que um rei mais teme em sua existência? Ser Morto? Não, o sangue de meu senhor me fez imortal assim como o meu fez a você. Ser aprisionado? E por um acaso os dons de Cain deixariam que eu morresse de fome ou sede? Uma punição severa certamente, mas não aterrorizante.
O que um rei mais teme meu bom Boris, é ser deposto, e viver para testemunhar isso. Nesse caso, a imortalidade que meu senhor me deu só serviria para levar comigo a vergonha de ter jogado nas latrinas o nome e a nobreza que herdei por toda a eternidade. É ser motivo de piadas nos salões dos Voivods, da Corte do Amor e do Feudo da Cruz Negra por toda a eternidade. Então Boris, você um perdigueiro dos bons, que nunca falhou em seu dever por anos a fio, que sempre usou seus melhores dons para agradar e orgulhar seu mestre. O que você faria? DIGA! Não, você não pode dizer nada, pois você como um cão, reconheceria a derrota, viraria sua barriga para cima e mostraria submissão e obediência.
Devo buscar o sol meu amigo? Pode dizer o que acha. Você não só acha como sabe que eu seria covarde demais para isso. Se não tenho vergonha suficiente para entrar na lareira, quem dirá no sol, algoz cruel de todo cainita?
Meu dever me chama velho amigo. Lord Mithras enviou um de seus filhos para cá afim de se fazer cumprir nosso acordo. Mal sabe ele que Lord Hannibal estará aqui em pessoa também. Hoje, meu amigo, finalmente tomarei uma decisão dificil, que deveria ter tomado há 400 anos. Se vão me tirar do trono, que eu pelo menos tenha o direito de arruiná-lo antes."


O príncipe se levantou e afagou seu velho perdigueiro pela ultima vez e com a mesma mão que o afagava, em um movimento bruco lhe quebrou o pescoço. Misericórdia que ele não terá com seus inimigos, que ele nunca teve para si mesmo.

domingo, 26 de junho de 2011

Desejo e Dever


Ano de Nosso Senhor de 772, Zagreb, Reino da Hungria




A Vossa Majestade Petar Kreshmir, Mais antigo do sangue de Vedartha, senhor dos Domínios e príncipe de Zagreb:


Venho por meio desta informar a Vossa Majestade que conforme vosso consentimento, foi trazida para as fileiras de servos leais de Cain uma alma jovem e promissora.
Como manda a tradição da Progênie e do Domínio, rogo a vossa majestade a permissão para que possa, o mais breve possivel receber em vossos aposentos a lacaia, devidamente presa pelo sangue a mim, para que ela possa, assim como eu, jurar lealdade a vos e ao castelo de Dalmata, e assim estar livre para prosseguir seu treinamento nas fileiras gloriosas do Clan Brujah.
Desejo ainda, avisar a vossa majestade que se trata de uma mortal de traços estranhos e habitos estrangeiros, apesar de seu nascimento comprovado em vossas terras e de vossos antepassados. Rogando assim que não vos surpreenda quando chegarmos eu e ela a vossa presença.


Desejosa por vossa benevolente resposta.


Vossa Serva, Verica Jankovic.

sábado, 25 de junho de 2011

A Aranha e o Basilisco

Ano de Nosso Senhor de 772


Minha amada Mestre e Senhora:


Primeiramente gostaria de relatar meu profundo divertimento por escrever a data desta com a frase acima. Como se meu senhor não fosse tu, e somente tu, aquela que tece as teias da morte por aqueles que vagam incautos pela noite e não temem o calor do fogo.
As tropas de Carlos Magno marcham ferozes em direção á Germânia e eu, aqui em Paris, indo na direção contrária. Não sei se estou no caminho certo, mas só sei que o Basilisco me persegue há 100 noites e há 100 noites eu escapo de seu hálito maligno. Incontáveis foram os vossos servos mortais que agora são estátuas infames espalhadas pelas estradas e vilas no caminho. Todos deram sua vida para salvar minha não vida e creio que foram um sacrifício digno de vossa satisfação.
Hoje, acredito que Vavra (eu sei, não devo citar nomes, mas temo por sua segurança minha amada e saber este nome pode significar a linha entre mais uma noite e a morte final) tenha perdido minha trilha, ainda mais depois que subornei os ciganos e seus mestres ravnos para confundi-la com suas magicas cretinas e idiotas e segui para esta cidade bela contrariando a lógica para que ela se confunda ainda mais.Isso me dará tempo de chegar até meu destino. Por meus cálculos, parto daqui a duas noites direto para a germania, retomando o caminho correto, protegida por uma caravana de armeiros e ferreiros que seguirão o Rei. Essa segurança me foi garantida graças aos dons da noite que tão docilmente me ensinaste minha soberana, e de lá, sigo para o norte. Seu vassalo Bastash estará me esperando nos domínios croatas e de lá seguiremos para o local combinado onde tudo será feito. Mal posso esperar para ver com meus olhos sua beleza mais uma vez, minha senhora, meu amor. Que esta carta sirva como um lembrete de que estou bem e que a amo muito.


Sua serva e filha, Santine.