quinta-feira, 26 de julho de 2012
Fim de Uma Era (Parte V)
Aramel era puro ódio. Ela sabia que em milênios aquilo que escorrera de seus olhos eram puro fingimento. Apenas duas vezes em toda sua existência como arauto de Deus e Succubus banida ela chorou de verdade. A primeira foi quando chegou ao inferno pela primeira vez. E a segunda, quando seu amado Raziel morreu.
Morrer é um termo tão estranho para se usar para um demônio. Mas Raziel não era um demônio e sim um Damphir. Poucos sabiam de sua origem, muitos acreditavam que ele conseguira roubar os poderes de três príncipes infernais para estar onde esteve e roubar a divindade de Balbuzatta para assombrar o Mundo.
Ela tinha como missão salvar seu amado das investidas do inferno e do Céu, pois ela sabia que ele seria a chave para a reconciliação. Não mais.
A batalha acontecia de forma furiosa enquanto os lacaios da vampira instalavam a bomba em algum lugar de Grey Rose. Balbuzatta e Dark travavam uma luta adiada ha milênios e suas espadas trovejavam umas contra as outras. A zummer corp foi sendo arrasada, andar por andar, fogo e explosões enquanto o povo de Grey Rose corria para fugir da morte.
Aramel avançara contra os lacaios de Balbuzatta com ferocidade, mas eram todos muito poderosos. As irmãs de cain eram quase invencíveis, e a teriam destruido se não fosse o desgraçado.
A destruição veio dos Céus, na bela forma do anjo Laoviah...
Sua espada ceifou o corpo de Balbuzatta e atravessou o coração de Raziel quase ao mesmo tempo...Ele sorria, aliás, os dois sorriam.
Aramel nunca irá entender aquele sorriso...seria alívio? Seria para ela, um sorriso de amor e de adeus?
Dark se foi, Grey Rose também. E não é apenas um truque ou uma artimanha.
A luz verde varreu Grey Rose e Aramel apenas abriu suas asas e se deixou queimar até ser carne e ossos fumegantes.
O pequeno traidor, que entregou Dark a seu algoz depois de séculos de ensinamentos, Daizuke, profeticamente chamado de maldição, este agora fuma um charuto com o crânio do pai em uma estante de diamantes. Tacila, Shadowsoul...desaparecidos ou mortos, pouco importa.
Em breve, ele irá pagar cada centavo deste ato hediondo. Ele, Laoviah, As irmãs de Cain e quem quer que se oponha a sua vingança.
Afinal, agora, ela não tem mais a quem proteger.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Fim de Uma Era (Parte IV)
A barata deu o aviso tarde demais. Ou pelo menos Rush demorou para ouvi-lo. Estava velho demais ele pensou, seus sentidos não eram mais os mesmos e a Wyrm estava cada dia mais esperta.
Mesmo para um Andarilho do Asfalto o mundo estava andando rápido demais, a Weaver não tinha mais para onde tecer sua teia e Gaia só podia esperar pelo apocalipse.
A umbra estav cheia de garous em fuga, a energia nuclear faria do mais poderoso auron cria de fenris um grande pedaço de manteiga verde. Não havia nada o que fazer. A reserva tentou resistir, mas seus guardiões suicidas só tiveram tempo de gritar o nome de Gaia antes de virar cinzas. Em seu lugar, um caern pulsante e corrompido com o totem maldito de Hiroshima, nunca mais Gaia terá controle sobre aquele lugar.
Neste exato momento o Rei Albretch avança contra Baba Yaga, ele chora por não ter conseguido evitar a detonação e sua matilha luta com mais fúria do que ele poderia apenas imaginar.
Mas Rush Dalton é apenas um Elder entre muitos, velho, cansado e inútil. Sua seita se desintegrou com a cidade e os poucos a quem conseguiu tirar com seus dons estão traumatizados. São apenas filhotes.
Kiya ainda não tinha retornado com notícias das matilhas de Seattle e nem com a localização de Rabo-que-fede, era um mal sinal. Todos mortos?
Erika tentava consolar o pai, mas Rush havia tomado sua decisão. Quando tudo isso terminasse, ia fazer o ritual do velho lobo e partir para o Reino Tecnológico da Weaver.
Ele ouviu um dos filhotes fazer uma piada idiota, ele dizia que em Grey Rose agora só sobraram as baratas. Rush pegou o moleque pelas orelhas e desferiu um belo cascudo em sua cabeça dizendo que muitos irmãos lupinos haviam morrido naquela tragédia.
Foi então que o velho Andarilho sorriu. Onde estava o velho ragabash e seu senso de humor? Sim, só as baratas haviam sobrevivido. E Ele entendera o recado.
Fim de Uma Era (Parte III)
Ela não tinha notícias de ninguém.
Dois dias antes, Nehssa esteve no Alquimia. Investigava uma rede de tráfico de escravos em Grey Rose, como de costume e havia parado para tomar uns drinks. A vida de vigilante era desgastante e cansativa e principalmente em Grey Rose, onde ela desmantelava uma quadrilha e no dia seguinte duas surgiam em seu lugar. As coisas começaram a ficar pior com as Baratas. Esses malditos chegaram a cidade para contribuir com tudo o que ela tinha de pior e eram dificeis de pegar. Rose dizia que ela deveria desistir, que era como enxugar gelo, que a criminalidade em Grey Rose nunca iria acabar apenas por que uma fada maluca bancava o Batman na cidade, batendo em criminosos e salvando inocentes, que, segundo ela em Grey Rose não podia se ter tanta certeza assim dessa inocência.
Mas não importava, para Nehssa era tudo pelas crianças. Ela podia ver os olhos desesperados quando ela as libertava, olhos como os dela, quando aquele horror acontecia. Só o fato de saber que aquelas vítimas estavam a salvo já era gratificante.
No Alquimia ela escutou uma história engraçada sobre um poder faérico tão grande que andou pela cidade que explodiu os freeholds e espalhou quimeras por toda a parte. Ela podia ver as marcas de mordidas e patas do exército de esquilos brancos que "plopou" do balefire do Alquimia e saiu pela porta se espalhando pela cidade, pra depois desaparecerem tão do nada quanto surgiram.
No entanto tudo estava perdido. De uma só vez tudo aquilo pelo que ela lutava desapareceu. Não haviam mais criminosos para espancar, nem vítimas para salvar. Todos mortos e queimados como formigas.
Será que sua irmã e seu irmão estavam bem? E os amigos do Alquimia? Bunny, Asfin, Norah e as irmãs que andavam com ele...
A Shide pegou as chaves da moto e acelerou para o aeroporto. Ela não queria admitir mas eram lágrimas e não suor que turvavam sua visão. Aquilo tinha de ser vingado e aquelas almas tinham de receber justiça. "Se eu quisesse acabar com o crime com uma bomba atômica" ela pensou "eu mesma a teria jogado."
Fim de uma Era (parte II)
Lacasta despertou do pesadelo.
Milhares de almas gritavam em desespero, um segundo de agonia que se estendia agora no mundo dos mortos como uma grande peregrinação.
O ar frio de Bucareste trazia uma melancolia atípica até mesmo para a Romênia, até mesmo para ela.
A velha TV chamava a atenção depois de muito tempo, a poeira era tamanha que ela quase não enxergava os botões. Será que ainda funciona?
Horror, dor e morte. Lacasta cambaleou e caiu no velho sofá, atônita. Grey Rose era fumaça e cinzas e agora ela entendia de onde viria a grande marcha de novos mortos.
Durante anos, ela e sua cabala enfrentaram horrores inimagináveis e até mesmo seres de outras eras, escaparam da Tecnocracia, muitos morreram, mas muitos triunfaram. No entanto pelo visto havia sido um objeto humano que causara medo na necromante.
"Não é natural tantas mortes assim, é proibido, a mortalha se rasgará". Ela pensou.
O Corvo pousou na janela e bicou o vidro. Lacasta sorriu e o deixou entrar.
Raven chorava de forma enlouquecida e foi difícil acalmá-la.
"Temos que reunir a cabala Lacasta! Temos! Tulio, ele...o Hermetic Collisuem...Oh Céus!!!"
Lacasta fez algo que aprendera a fazer bem recentimente, e que ainda não gostava muito de fazê-lo. Ela sabia que nada naquele momento seria suficiente para acalmar a vazia. Ela apenas abraçou a velha amiga de batlhas mágicas e aventuras umbrais. E era para a Umbra que elas iriam. Talvez tenha chegado a hora de perturbar a vida colorida de Caerwin e Emilly mais uma vez...
Fim de uma Era
Barna ficou sabendo com tempo suficiente. Os contatos de Ugla sempre foram muito uteis e neste momento ele agradecia a amizade com a Nosferatu. Embora a Fraternitatis tenha se revelado um erro, sem dúvidas havia ainda um grupo forte de aliados que ainda fariam muita coisa juntos. A primeira a ser mandada para fora da cidade foi Arianna, claro, não poderia arriscar sua prole mais amada. Foi difícil convencê-la e ele teve que apelar para as amarras que ela tanto gostava.
O Tremere já sentia o clima estranho da cidade há alguns dias, havia uma ameaça maior do que o normal. Ha seis décadas eles haviam enfrentado coisas que poucos cainitas conheciam, e os demônios estavam pegando pesado, uma hora isso iria acontecer.
Segundo Ugla, uma bomba havia sido plantada na cidade há semanas e a Camarilla nem sequer tomou conhecimento. Ugla evitava entrar em detalhes mas deixou escapar que tinha algo a ver com a Russia e uma matusalém nervosa. Bem, Barna só podia pensar em uma lenda, mesmo assim preferia não fazê-lo.
Convencer Itallus a entrar no maldito avião foi a pior parte. Rebecca teve que ser persuasiva, e o Senhor da Clock Tower teve de observar sua magnífica torre ser esvaziada ás pressas enquanto o avião sobrevoava o centro da cidade pela ultima vez.
Uma semana depois, veio a confirmação em todas as redes de TV e na Internet. Um "acidente" nuclear riscou do mapa a Senhora das Meretrizes. Grey Rose é agora só passado.
Barna deixou-se levar pelas lembranças de décadas atrás, quando conheceu seus aliados e escapou da caçada de sangue. Naquela época sua amada Marle ainda estava com ele e tudo era mais fácil. Ele tinha de admitir, apesar de desgraçadamente perigosa, Grey Rose era um lugar magnifico para seres sobrenaturais, uma espécie de terra prometida que agora não passa de ruinas e nuvens de radiação.
Ele estava decidio a pelo menos descobrir o que havia provocado tudo aquilo, e com certeza, pela expressão de Itallus, ele teria ajuda.
terça-feira, 17 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Ressurgida e renovada
E cá estou eu, sentada em meu trono, a sala está vazia,
apenas eu e o crepitar das chamas nas luminárias. Os ruídos lá fora, vozes de
lacaios, barulhos dos soldados treinando até tarde, o sussurrar dos cainitas, o
farfalhar do vento nas árvores vão me devolvendo aos poucos o peso que deixei
para trás há alguns anos, suavemente ele vai sendo depositado nas minhas
costas, um peso que eu tive o prazer de dividir por algum tempo com pessoas tão
queridas e outras não tão queridas assim...
Laurence veio fazendo um trabalho muito bom como Justicar e
príncipe de Londres, ele sempre muito atento e fiel ao nosso clã, mesmo com a
traição de seu senhor, merece um lugar melhor entre nós do que apenas príncipe
em um lugar distante.
Safiya, ela merece tirar férias e ir passear em algum lugar
bonito, levar suas proles para ensiná-las sobre coisas corriqueiras que os anos
no tiram, como ver o luar, tomar boas bebidas e comer boas comidas.
Mihaela precisa de um tempo com suas proles e com seu
senhor, depois de destruirmos Belial se ele ainda tiver problemas com aquela
Baali é melhor nós o ajudarmos. Temos que dedicar um tempo à nossa família que
nos resta ou não nos restará nada.
Nystul... eu me pergunto o que ele fará agora, será que
ficará em Zagreb ou irá desaparecer como fez há alguns anos? Não acho que ele
ficará feliz vivendo aprisionado neste lugar, vivendo as mesmas rotinas e
tratando os mesmos problemas ano após ano.
Acho que minhas pequenas proles também merecem um descanso
de todo meu ciúme e chatisse, Viktor e Sebatjian cresceram presos a esse lugar,
acho que merecem férias também.
Esses anos me fizeram refletir sobre minha existência e
sobre mim, essa é a beleza de ser humano, crescer sempre e sempre, aprender
para sempre e a maior dádiva de ser um vampiro é tornar o “sempre” em real. Posso
dizer que eu voltei mais madura e com a cabeça diferente, com experiências
novas, novas perspectivas e de alma lavada.
Vedharta descansa novamente na Europa, logo ele será coroado
como se deve e colocará um ponto final nessa brincadeira de Tiamat, unirá nossa
família sob seu frio comando. Mithras acordará e dominará sua querida Bretanha,
eu tornarei a Croácia um dos países mais ricos deste mundo e o reino mais
harmônico, onde o povo estará sempre feliz, terão dinheiro e comida, vamos
começar a evoluir.
Vou colocar os Tremere sob nosso cabresto, a Camarilla
governará cada pedacinho de terra, de Portugal à Rússia e para leste até onde
os vampiros de lá nos deixarem chegar. É utópico pensar que um dia aniquilaremos
de vez a Anarquia mas é até bom, assim sempre teremos diversão para noites de
caçada.
Bom, que ecoe pela Europa meu nome e que os antigos
escondidos me respeitem e que o mais novos tremam, eu voltei e ninguém me fará
dormir, não pelos próximos mil anos. Só vou sentir falta do barulho
aconchegante do mar...
domingo, 8 de julho de 2012
Velhos Hábitos
Então foi isto. A Justicar retornou triunfante, nos pregou uma enorme peça e provou que não existe cainita ativo mais respeitado e capaz de liderar a Camarilla do que ela.
Helena sorria ao entrar no novíssimo castelo de Dálmata. A arquitetura era realmente magnífica. Uma pena que sua presença ali era para uma ocasião tão desagradável. Eletria estava sendo acusada de conspirar contra a príncipe.
A vitória contra os Anarquistas estava recente demais para arriscar uma nova crise na Camarilla e se sua prole teria que ser punida, que fosse por ela mesma e não pelos Ventrue.
Junto a Toreador estava Laurence, mais que aliviado por estar prestes a se livrar do peso de ocupar duas cadeiras tão complicadas ao mesmo tempo.
O caminho até a sala de reuniões onde Lady Leona, A Leoa Ressurgida como já a chamavam pela Europa os esperava foi longo e belo. Os lacaios faziam questão de mostrar cada novo detalhe da bela construção e para Helena, isso por si só já valera o incômodo da viagem.
Subitamente Laurence parou na entrada da sala, como se por algum motivo algo o tivesse assutado, mas Helena o ignorou.
Havia um cheiro estranho e ao mesmo tempo familiar.
Laurence tentou avisá-la, mas ela entrou na sala de audiências vazia, com exceção de uma figura sentada em uma cadeira, ao lado do Trono de Dálmata. Era um belo homem de feições duras e antigas, constituição forte e robusta. Longos cabelos negros acinzentados e olhos de um brilhante púrpura muito parecidos com os de Mithras. Mas não era ele.
Laurence imediatamente se ajoelhou, Helena demorou um pouco mais até que entendeu.
"Tenho sede Troiana, e o sangue dos traidores me apetece por demais no momento. Aproxime-se e me ofereça sua homenagem, e reze para que eu me satisfaça antes que sua vitae impura de amaranto se esgote de suas belas veias"
E ela obedeceu. Foi o primeiro Toreador que conseguiu caminhar pasmado.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Persistência
No passado não eramos mais do que um bando de ciganos, ladrões de estradas e assaltantes baratos, liderados por um cainita inteligente e explorador. Hoje somos baratas.
Você ri do nome, e isto para mim é bom. Quanto mais se subestima uma barata, mais ela escapa ilesa de seus ataques e contamina e rouba sua preciosa comida, seu precioso conforto, sua preciosa limpeza.
O nome Sanjayan hoje diz respeito ao conselho de chefes da Máfia do Leste, conhecidos em todo o Mundo por Baratas ou Bubasvava, em alguns lugares nos chamam de Bubas.
Durante anos fomos um braço poderoso da Máfia Russa e nos tempos da União Soviética, trabalhávamos nos negócios da Iugoslávia. Mas desde que nossa terra recobrou a soberania, rompemos com os Russos e trilhamos nosso próprio caminho. Sempre tivemos muitos inimigos e o momento atual não é dos melhores. Os Italianos nos encurralam, mas perderam muito na destruição da cidade, os Japoneses não se interessam muito mas nos matam assim que nos encontram. Mas nada disso importa pois somos baratas. Não importa quantas você mata, sempre aparecerão duas no lugar de uma. Sobrevivemos a tudo, ha mais de dois milênios. Sobrevivemos ao expurgo de uma Justicar e sobreviveremos a outro, e outro.
Somos Sanjayans e jamais seremos vencidos.
O Poder se ser Subestimado
O rosto dela está em todos os jornais e programas de TV. Poucos sabem que pelo menos metade do dinheiro para a compra da Zummer Corp é meu. Ok, certo, tudo em família como nossa Mãe diz, mas ás vezes seria interessante que eu levasse um pouco dos méritos pra variar.
Não me importo na verdade. o Ponos Leone, ou "Orgulho da Leoa" era um dos mais bem sucedidos cassinos de Las Vegas e como todo cassino, bebia na fonte do crime elegante.
Claro, um estelionato aqui, um assassinato ali, mas nada que fosse uma verdadeira ameaça á sociedade, apenas aos incautos e aos que se julgam muito espertos.
O que nunca perceberam, pelo menos depois de um tempo, é que diferente de meu querido pai/irmão e de minha incessante irmã eu sempre me posicionei no ponto mais arriscado do tabuleiro. Sempre me coloquei a postos para lidar com as ameaças quando elas surgiam e ser a linha de frente, enfrentando-as em seu proprio campo, colhendo experiências e dando a nossas defesas o conhecimento necessário.
Sempre agi como um cigano sem vergonha, como dizia Aletha. Claro, ou alguém mais duvidava de que mesmo depois de todos os inimigos poderosos que enfrentamos todos esses séculos, os que perdurariam seriam justamente os Sanjayans? Sempre busquei entendê-los, entender o que faziam e o que fazem. Hoje e mais uma vez me coloco diretamente em contato com eles e, se nossa família ainda não sucumbiu á máfia do leste, é por que tenho meus próprios cafajestes nas ruas.
Os dias de hoje são infinitamente mais perigosos para um vampiro do que há séculos atrás. Principalmente se você é um membro da camarilla. Câmeras, telefones, satélites. Tudo pode ser usado a seu favor, como dizia Sebastijan, mas também contra.
Hoje eu sou um dos homens mais ricos da Europa e em breve da América. Minha irmãzinha comprou seu brinquedo e eu vou ajudar a administrá-lo enquanto Sebastijan brinca de agente secreto.
Isso é pós-vida. Vivo rodeado de dinheiro, mulheres magníficas e prestígio. Não sou nada para a Camarilla e ao mesmo tempo sou tudo para quem tem bom senso.
Enfim esse aparelho de telefone desgraçado me dá a mensagem que estava esperando.
"Viktor, encontramos. A psicopata da sua irmã já deve estar caindo sobre eles, é bom que seja rápido."
terça-feira, 3 de julho de 2012
Segurança Nacional
O helicóptero fez subir uma nuvem de poeira dos escombros. Não era fácil acreditar que todos aqueles destroços foram uma grande cidade. Hoje não passa de um deserto de prédios retorcidos, metal e poeira.
O General Anastas Kreshmir tinha muitas condecorações, mas os segredos que tinha que manter para o bem da Croácia e de sua delicada paz eram as vezes incômodos demais.
Exatamente na hora marcada, o carro de Sebastjan Kreshmir apareceu no horizonte. A escuridão era quebrada pelas luzes ofuscantes da aeronave e dos farois chamativos do automóvel.
Há 16 anos, como "prêmio" por seus atos heroicos durante a guerra, o General foi enviado a uma divisão especial do exército, patrocinada por um empresário misterioso e dedicada a investigação, segundo documentos oficiais de "Ameaças Inesperadas de Origem Oculta" ou A.I.O.O.
Em menos de dois anos ele foi apresentado a seres sobrenaturais e hoje, saber da existência de lobisomens, fadas, magos e demônios era mais natural do que deveria ser. E era justamente um Vampiro que saía do carro, escoltado por agentes do serviço secreto.
Não houve muita comunicação. o Vampiro era um dos mais poderosos do Leste Europeu e pertencia, segundo fontes, a uma linhagem antiga de sua propria família, linhagem essa que governa a Instituição organizada conhecida como Camarilla. Sebastijan havia solicitado uma varredura de satélite. Ele busca algo que chama de Refúgio, mas nossas análises dizem se tratar de uma espécie de sarcófago antigo, enterrado a km de profundidade em algum lugar das ruinas da cidade.
O "Jovem" empresário sorri e agradece de forma sincera, aperta a mão do general e sai do local cantando pneus e Anastas Kreshmir agradece a Deus, mais uma vez em silêncio por mais um dia que escapa da morte certa.
Crimson Lion Zagreb
A Crimson Lion Zagreb é uma empresa Multinacional que atua no ramo de produtos Químicos, Bioquímicos e Pesquisa. Sediada na capital da Croácia, é uma das mais importantes empresas do ramo, dominando o setor em toda a Europa e expandindo seus negócios para mais de 80 países da América do Sul e do Norte, Ásia e Oceania.
No inícios dos anos 90, após a guerra que assolou o país, a Crimson Lion se destacou pela notória preocupação com a reconstrução rápida e ajuda humanitária á população croata, recebendo diversos prêmios internacionais como colaboradora e principal responsável pela recuperação econômica do país.
Nos anos 2000, deu-se o ínicio da expansão econômica da empresa, que tornou-se uma multinacional após adiquirir inúmeras empresas em todos os cantos do Mundo e em vários setores, como Moda, técnologia e entretenimento.
O Ano de 2011 é notoriamente um marco na história da companhia, pois a mesma chega ao disputadíssimo mercado de Grey Rose após adiquirir nada mais, nada menos do que a gigante dos conglomerados.
Senhoras e senhores, é com muito prazer que de forma oficial, a CRIMSON LION ZAGREB anuncia a compra da poderosa ZUMMER CORP.
Aletha di Notre Ville - Presidente executiva da Crimson Lion Zagreb
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Retrocesso
Vienna tinha neve.
Merlinda sabia que aquilo significava má sorte, pelo menos para ela.
Ela ainda estava perplexa com a reviravolta dos acontecimentos. Aquela Assamita era mais Tremere do que muitos que ela conhecia, e não podia ter se saído melhor. Esse golpe foi duro, e a matusalém Tremere sentiu.
Cheoris era silenciosa do lado de fora, embora por dentro pudessem ser ouvidos os cantigos ritualisticos e o grito dos gárgulas. Os carniçais abriram passagem e sua velha camareira pegou o casaco salpicado de neve. Mas Merlinda não foi para seus aposentos, pelo contrário. Seguiu direto para a câmara de reuniões onde Etrius e Goratrix a esperavam, com um sorriso sínico e presunçoso.
"Então, finalmente a pequena leoa acordou?"
Merlinda explicou todo o ocorrido e o sorriso contido de Goratrix quase a fez perder a razão. Mas não, ela era a amada de Tremere e a única com sanidade o suficiente para entender o que tudo significava.
"Fui derrotada, e comigo, todos nós. Todo o poder da Bretanha se perderá nas garras sujas e nas mãos infames de lobisomens, magos e fadas e nós perdemos a chance de protegermos o ultimo portal"
O Silêncio seguiu por um longo tempo, até que Etrius vomitou suas bobagens.
"Você colocou nossa segurança em um risco desnecessário senhora. Terei de enviar desculpas, pagar favores e indicar um novo justicar, que não seja um de nós, entre os sete. Caso contrário ainda é capaz que nos expulsem da Camarilla."
"FODA-SE você e sua toca de formigas assustadas Etrius! Se o portal for aberto, nós e a sua amada Camarilla seremos todos destruidos, você não compreende homem?!"
"Basta..."
Merlinda compreendeu que estava tudo perdido. A voz era séria e fria, cheia de autoridade, ela se calou e observou seu moribundo amado. Aquele ser não tinha mais muito da essência que ele tinha, carne podre e olhos perdidos em agonia.
Ela fez uma pequena reverência e pediu licença para se retirar e sem ouvir a resposta saiu da sala, as lágrimas queriam rolar depois de mais de um milênio, mas ela não permitiria.
Mithras era um tolo que não sabia do proprio passado e aqueles que o guardam eram fortes e ignorantes demais para entender a importância de tudo aquilo. Ela precisava de alguém capaz de compreender o que o Portal de Stonehenge significava. Talvez o jovem filho de Lukiahn, talvez o Rei Isaiah...Não! todos estúpidos. Ela precisava de alguém maior...
O tempo. O tempo se esgota...
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