quarta-feira, 27 de junho de 2012
Dignitas (Parte II)
Verônika se sentou no trono cansada. Parceia que a cada hora que passava naquela cadeira, suas forças se esvaiam cada vez com mais rapidez. O Dragão vermelho conseguira destruir apenas algumas casas da vila proxima ao Castelo de Dálmata, mas mesmo assim, era algo temível. Ela podia ver no rosto de Krasnaya que ela lutava contra a transformação, que parecia meio traumática, mas tão rápido quanto começou, terminou e ela voou para longe, para seu alívio e de todos os Croatas, Bretões, Hungaros e Romanos.
A carta chegou logo nos primeiros minutos da noite, mas o pesadelo a fizera saber de seu conteúdo antes de lê-la.
Ano de 1310, Thorns, Bretanha
A Vossa Majestade Lady Veronika Nevenka, Príncipe de Zagreb
É com profundo orgulho que relato nossa vitória final sobre os malditos Anarquistas. Foi realizado com sucesso o Conselho de Thorns, onde finalmente o Movimento Anarquista se rendeu e acatou as condições impostas pela Camarilla, pondo fim ao tormento de quase um século. Não teria sido possível tal rendição se não fosse a participação do poderoso Clan Tremere. O Clan Assamita sucumbiu á poderosa maldição de sangue imposta por nosso clan e foi humilhado, como vermes e cães de caça que são, voltando a sua mediocridade e seu lugar de párea entre os cainitas. Não mais beberão do sangue e das almas dos anciões, e amargarão essa vergonha pelo resto da eternidade.
Os poucos líderes que escaparam de nossa caçada e desapareceram na noite, não são capazes de reerguer a destroçada estrutura do movimento Anarquista, e ha quem diga que se limitam a uma patética igreja de sangue que se intitula O Sabbath. Tenho certeza no entanto, que muito em breve os esmagaremos com tanta força quanto fizemos com os filhos de Haquim.
Espero que vossa majestade esteja orgulhosa. Tenho certeza de que nossa amada Lady Leona estivesse entre nós, estaria muito satisfeita com tudo o que conquistamos em seu nome.
Atenciosamente
Viktor Lopan, Alastor a serviço de Lady Veronika Nevenka, Archon do Clan Ventrue e Príncipe Regente de Zagreb
As lágrimas enfim cairam.
Veronika não sabia do que eram. Emoção, alívio, dor, tristeza ou vergonha?
O ódio a consumira tempos atrás com tanta fúria que ela renegara seu sangue ancestral em nome de um amor proibido e condenado. Traira Haquim e seus irmãos, dando a chave para a humilhação e a vergonha imposta por todos os outros clans. Isso não deveria ser assim.
Mas talvez Mihaela tenha razão todos esses séculos. Ela é nada mais que uma desonrada indigna de respeito.
Talvez todo esse tempo como regente tenha feito com que Veronika entendesse que governar é um fardo que ela nunca quis, embora tenha se surpreendido com seu talento forçado. Ela entendou cada segundo da angustia de Leona com a situação do jovem Viktor Kreshmir no passado, e com o pai dele no futuro. Chegou a entender até por que aquele tzmisce amaldiçoado era necessário. Na solidão do trono, ela pensou, até um inimigo provável que se torne companhia constante é bem-vindo.
A bela Tremere guardou a carta em seus arquivos no laboratório. Leona gostará de ler quando retornar. No entanto ela tinha tomado uma decisão.
O plano dera certo afinal. Veronika tinha uma extensa lista de traidores para entregar a Leona. A começar por Vanessa e seus consortes, Fadia e sua linhagem, Gwen Tatum e o que sobrou da corja de seu senhor. mas tinha mais gente. A sempre doce Eletria, prole de Helena, conspirava para que a mãe de leona, Violette fosse principe em seu lugar, apesar de nunca ter sido provado que Violette em si agia de má fé. Veronika as enviara de volta a paris aos ponta-pés esperando uma retalhação de Lady Helena, mas a mesma não veio, pelo contrário, recebeu um pedido de desculpas da mesma, afinal a jovem Esclamonde ficara em Zagreb como "protegida" da Camarilla da Croácia caso um dia se voltasse a erguer a Corte do Amor.
Até mesmo entre seus sagrados cavaleiros, havia um vil traidor na figura do Nosferatu Tarsus, que negociava com membros do Clan Ventrue ligados a Stefanos ajuda para tomar a cidade, em troca da permissão para beber do coração do proprio Lord Mithras em pessoa. Esse Veronika usou para pagar uma dívida. Enviou uma carta falsa que o levara até o local de descanso do Matusalém, onde uma tal Madaleine se divertiu horrores brincando de lobo e rato enquanto o Nosferatu tentava desaparecer de suas vistas.
Mas a traição que mais doera até agora era a do Cappadocio. Não que Veronika julgasse justificavel, mas Marco Baldassari estava em uma situação delicada. Era um dos ultimos Cappadocios poderosos que ainda não tinha virado presa dos Giovanni, e trocou sua nova identidade entre os Ventrue de Lady Tínia por informações sobre a localização de Mithras. Com ele Veronika deixaria Leona tratar.
Na Camarilla muita coisa havia dado certo. Os outros justicares começaram a desconfiar das disputas internas entre os Ventrue e Lady Helena liderou uma investigação que chegou a um plano nefasto para destruir Lord Mithras ha mais de um século. Descobriram a ligação de Lady Tínia com Lord Montano, desvendando enfim com o depoimento de Letizia se tratar da msiteriosa Matusalem de Canterbury.
A destruição de Lady Tínia foi desvendada e chegou-se a figura da feiticeira Tiamat, ajudada por sua hoste de proles, que sequestrava em várias partes da Europa ainda não se sabe para que. Leona foi inocentada das acusações e o assunto se tornou proibido em qualquer conclave sob pena de punição severa e até expulsão da seita. Muito ainda será desvendado quando Leona retornar com toda a certeza.
Veronika foi até a janela e observou a lua cheia e brilhante. Ela sorriu se lembrando da noite em que ela e Leona se conheceram, aquela mesma lua pairava no céu e ela ainda tinha uma fé inabalável.
Cães de caça e vermes, ela se lembrou da carta do Tremere. Outrora éramos Juizes honrados.
Veronika terminou a carta de despedida e a enviou para Vienna. Era como se livrar de um peso de uma tonelada. os cabelos vermelhos foram desaparecendo e ela sentiu o peso grotesco da maldição sobre sua vitae. mas era outra vez filha de Haquim. O pó de Veronika jazia no trono de Zagreb onde seria apenas mais um teste de paciência para Vérica.
Safiya saia do castelo para encontrar sua amada senhora e sua amada irmã. Ela passou por uma taberna, abriu o pesado sobretudo de couro que escondia suas roupas decotadas e indecentes que faziam seu amado Gabir tremer de raiva, mas nenhum dos homens sujos e perigosos sequer piscaram.
Ela saiu sorridente e saltitante.
Enfim, depois de mais de 600 anos, a Assamita sabia se Ofuscar.
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Eis que a farsa começa a se desfazer!! Go go triunfar!!!
ResponderExcluirMuito BOM! Da-lhe SAFFFFFF! o//
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