sexta-feira, 29 de junho de 2012

(In)Dignitas


Ainnahd observou a movimentação dos nativos. As coisas faziam menos sentido agora do que antes. Uma Ventrue chegou com o poder de despertar o senhor das Serpentes e acabara quase o destruindo. Suteck agora estava não só em torpor como á beira da destruição. Os rituais egípcios o enviaram para o Amenti em sua alma vampírica, era o momento perfeito para Osíris destruí-lo de uma vez por todas.
Os cainitas Seguidores de Set já haviam avisado da ameaça naquela Brujah. Ela havia destruido Sobek e seu basilisco e insistiam que se nada fosse feito, ela traria mais desgraça aos seguidores do Deus Negro, mas Ainnahd não podia imaginar tanto.
A Sumo sacerdotiza do templo vermelho fora a primeira a alegar que manter o corpo do antidiluviano no Egito seria facilitar a vida de seus caçadores. A liga de Horus já estava perto demais e era uma questão de tempo até acharem o local de descanso do fundador e Deus e acabar com sua existência. Enfim os Hierophantes concordaram em remover o Deus para uma terra desconhecida onde ele uma vez governou como o Deus Jaguar e colocar os Tlacique como guardiões.
Seria possível que aquele ser que atravessara o inexistente coração do Deus fosse outro Antigo? Vedharta?
A única coisa que a bela Ainnahd sabia é que teria uma missão árdua ao tentar aplacar a fúria dos Hierophants. Nunca em milênios a existência do Deus Negro foi tão ameaçada e ela, era a única responsável.
Mas de um jeito ou de outro, aquela guerreira Brujah iria pagar. Ninguém desafia o Deus da Guerra, senhor do baixo Egito e do Duat desta forma.
Um dia, a Camarilla e sua Justicar pagarão o preço amargo do veneno desta serpente, isto é, se ela sobreviver a seus proprios irmãos até lá...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dignitas (Parte II)


Verônika se sentou no trono cansada. Parceia que a cada hora que passava naquela cadeira, suas forças se esvaiam cada vez com mais rapidez. O Dragão vermelho conseguira destruir apenas algumas casas da vila proxima ao Castelo de Dálmata, mas mesmo assim, era algo temível. Ela podia ver no rosto de Krasnaya que ela lutava contra a transformação, que parecia meio traumática, mas tão rápido quanto começou, terminou e ela voou para longe, para seu alívio e de todos os Croatas, Bretões, Hungaros e Romanos.
A carta chegou logo nos primeiros minutos da noite, mas o pesadelo a fizera saber de seu conteúdo antes de lê-la.


Ano de 1310, Thorns, Bretanha


A Vossa Majestade Lady Veronika Nevenka, Príncipe de Zagreb


É com profundo orgulho que relato nossa vitória final sobre os malditos Anarquistas. Foi realizado com sucesso o Conselho de Thorns, onde finalmente o Movimento Anarquista se rendeu e acatou as condições impostas pela Camarilla, pondo fim ao tormento de quase um século. Não teria sido possível tal rendição se não fosse a participação do poderoso Clan Tremere. O Clan Assamita sucumbiu á poderosa maldição de sangue imposta por nosso clan e foi humilhado, como vermes e cães de caça que são, voltando a sua mediocridade e seu lugar de párea entre os cainitas. Não mais beberão do sangue e das almas dos anciões, e amargarão essa vergonha pelo resto da eternidade.
Os poucos líderes que escaparam de nossa caçada e desapareceram na noite, não são capazes de reerguer a destroçada estrutura do movimento Anarquista, e ha quem diga que se limitam a uma patética igreja de sangue que se intitula O Sabbath. Tenho certeza no entanto, que muito em breve os esmagaremos com tanta força quanto fizemos com os filhos de Haquim.
Espero que vossa majestade esteja orgulhosa. Tenho certeza de que nossa amada Lady Leona estivesse entre nós, estaria muito satisfeita com tudo o que conquistamos em seu nome.


Atenciosamente


Viktor Lopan, Alastor a serviço de Lady Veronika Nevenka, Archon do Clan Ventrue e Príncipe Regente de Zagreb


As lágrimas enfim cairam.


Veronika não sabia do que eram. Emoção, alívio, dor, tristeza ou vergonha?


O ódio a consumira tempos atrás com tanta fúria que ela renegara seu sangue ancestral em nome de um amor proibido e condenado. Traira Haquim e seus irmãos, dando a chave para a humilhação e a vergonha imposta por todos os outros clans. Isso não deveria ser assim.
Mas talvez Mihaela tenha razão todos esses séculos. Ela é nada mais que uma desonrada indigna de respeito.
Talvez todo esse tempo como regente tenha feito com que Veronika entendesse que governar é um fardo que ela nunca quis, embora tenha se surpreendido com seu talento forçado. Ela entendou cada segundo da angustia de Leona com a situação do jovem Viktor Kreshmir no passado, e com o pai dele no futuro. Chegou a entender até por que aquele tzmisce amaldiçoado era necessário. Na solidão do trono, ela pensou, até um inimigo provável que se torne companhia constante é bem-vindo.


A bela Tremere guardou a carta em seus arquivos no laboratório. Leona gostará de ler quando retornar. No entanto ela tinha tomado uma decisão.


O plano dera certo afinal. Veronika tinha uma extensa lista de traidores para entregar a Leona. A começar por Vanessa e seus consortes, Fadia e sua linhagem, Gwen Tatum e o que sobrou da corja de seu senhor. mas tinha mais gente. A sempre doce Eletria, prole de Helena, conspirava para que a mãe de leona, Violette fosse principe em seu lugar, apesar de nunca ter sido provado que Violette em si agia de má fé. Veronika as enviara de volta a paris aos ponta-pés esperando uma retalhação de Lady Helena, mas a mesma não veio, pelo contrário, recebeu um pedido de desculpas da mesma, afinal a jovem Esclamonde ficara em Zagreb como "protegida" da Camarilla da Croácia caso um dia se voltasse a erguer a Corte do Amor.
Até mesmo entre seus sagrados cavaleiros, havia um vil traidor na figura do Nosferatu Tarsus, que negociava com membros do Clan Ventrue ligados a Stefanos ajuda para tomar a cidade, em troca da permissão para beber do coração do proprio Lord Mithras em pessoa. Esse Veronika usou para pagar uma dívida. Enviou uma carta falsa que o levara até o local de descanso do Matusalém, onde uma tal Madaleine se divertiu horrores brincando de lobo e rato enquanto o Nosferatu tentava desaparecer de suas vistas.
Mas a traição que mais doera até agora era a do Cappadocio. Não que Veronika julgasse justificavel, mas Marco Baldassari estava em uma situação delicada. Era um dos ultimos Cappadocios poderosos que ainda não tinha virado presa dos Giovanni, e trocou sua nova identidade entre os Ventrue de Lady Tínia por informações sobre a localização de Mithras. Com ele Veronika deixaria Leona tratar.
Na Camarilla muita coisa havia dado certo. Os outros justicares começaram a desconfiar das disputas internas entre os Ventrue e Lady Helena liderou uma investigação que chegou a um plano nefasto para destruir Lord Mithras ha mais de um século. Descobriram a ligação de Lady Tínia com Lord Montano, desvendando enfim com o depoimento de Letizia se tratar da msiteriosa Matusalem de Canterbury.
A destruição de Lady Tínia foi desvendada e chegou-se a figura da feiticeira Tiamat, ajudada por sua hoste de proles, que sequestrava em várias partes da Europa ainda não se sabe para que. Leona foi inocentada das acusações e o assunto se tornou proibido em qualquer conclave sob pena de punição severa e até expulsão da seita. Muito ainda será desvendado quando Leona retornar com toda a certeza.
Veronika foi até a janela e observou a lua cheia e brilhante. Ela sorriu se lembrando da noite em que ela e Leona se conheceram, aquela mesma lua pairava no céu e ela ainda tinha uma fé inabalável. 
Cães de caça e vermes, ela se lembrou da carta do Tremere. Outrora éramos Juizes honrados.
Veronika terminou a carta de despedida e a enviou para Vienna. Era como se livrar de um peso de uma tonelada. os cabelos vermelhos foram desaparecendo e ela sentiu o peso grotesco da maldição sobre sua vitae. mas era outra vez filha de Haquim. O pó de Veronika jazia no trono de Zagreb onde seria apenas mais um teste de paciência para Vérica.
Safiya saia do castelo para encontrar sua amada senhora e sua amada irmã. Ela passou por uma taberna, abriu o pesado sobretudo de couro que escondia suas roupas decotadas e indecentes que faziam seu amado Gabir tremer de raiva, mas nenhum dos homens sujos e perigosos sequer piscaram.
Ela saiu sorridente e saltitante.
Enfim, depois de mais de 600 anos, a Assamita sabia se Ofuscar.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dignitas (Parte I)


Aconteceu em toda a Europa. Dragões, enormes e mortíferos. Como pode ser que criaturas lendárias e malignas como essas apareçam em terras devotas ao Senhor Deus todo poderoso? Onde está a misericórdia divina? Nós cainitas somos a prova "viva" de que ela não existe. Ou será o contrário?
Roma, Stonehenge, Budapeste e Zagreb. Dragões do tamanho de castelos se ergueram e assolaram vilas com fogo, raios, gás e gelo, mas tão rápido quanto começaram a matança, levantaram voo como se sentissem uma dor desconcertante e sumiram no horizonte. Meu caminho até Zagreb foi tortuoso e cheio de problemas, mas enfim chego para trazer a paz de Deus a essa terra caótica.
Aliados morreram e agora quem senta no trono de Dálmata é uma feitiçeira, cujos meus sonhos insistem que devo confiar. No mar dos murmúrios, nenhum irmão Malkavian ouviu falar dela.
A rainha está morta e sua general também, e a guerra e o caos se instaurou com sua morte assim como em toda a Europa.
Anarquistas buscam por vingança e o sangue de Cain jorra pela noite e queima nas fogueiras. Se Deus está nos castigando, este então será nosso fim. Se os Dragões são o sinal do fim dos tempos eu não sei, mas talvez a nova príncipe fique satisfeita com minha chegada e juntos possamos observar a guerra divina. Eu sou Anatole e minha missão é trazer a luz.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Krasnaya: O Fogo do Conhecimento


Finalmente em Zagreb. Ao contrário de suas irmãs, Krasnaya era dada a falar, e muito. Seu comportamento sarcástico e doentio a fazia ser confundida com os Loucos, mas mais que suas irmãs, ela sempre se lembrava que era uma Ventrue, filha de Vedharta.
Krasnaya seguia uma profecia. Ela despertou em meio ao fogo, o que em termos cainitas a deveria ter reduzido a cinzas, mas de alguma forma o fogo não a consumia, muito pelo contrário, a dava forças.
As visões a levavam a Zagreb, a Senhora com a marca da Lua. Mas ao chegar Krasnaya descobriu que ela estava morta, destruida em seu proprio quarto. Como era possível? Se a profecia a levava até ela.


 E Então, disse Cain, nosso pai, o caminho para me encontrar está em meu mais amado neto.
 Sigam sua liderança e chegarão a meus domínios.
 Encontrarás minha marca em forma de Lua na linhagem de Vedharta e ela mostrará o caminho para minha Tumba. 
 Ao me encontrares, saberei que sois digno pelo modo como ergues a espada.
 Pois só um temente a Vedharta tem a honra de conhecer os segredos da Odissea,
 e um temente a Vedharta, é temente a mim.


A morte da Senhora havia trazido caos e fogo para a cidade. Havia uma nova príncipe, é verdade, mas esta estava envolta em revolta e traição. Krasnaya precisava agir rápido antes que suas irmãs o fizessem. Tantos anos, tantas conspirações e agora as cabeças da Hidra queriam destruir umas as outras.
Havia uma Tremere no palacio. Tremeres são sempre divertidos e sabem demais das coisas. Talvez um pouco de fogo possa chamar sua atenção. E disso Krasnaya entendia muito bem.


Belila: A Chama Branca


Lady Glaucis caminhava pelos escombros queimados do que outrora fora um palácio magnífico. Tudo poderia ser reconstruido em breve, mas seus dias desde a invasão da Corte do Inverno estavam longe de serem tranquilos.
Haviam muitos aliados de sua mãe para executar, muitos cavaleiros leais a ela que se rebelariam a primeira chance. As forjas do palácio fediam tanto a ferro frio que ela se sentia tonta só de ficar perto delas. Os gritos de ódio e as pragas dos cavaleiros e nobres ao serem executados preenchia seus ouvidos como pesadelos. Mas aquilo tudo era necessário.
Sua mãe Walleria estava cega. Ela buscava por uma terra perdida e esquecida no mundo dos sonhos enquanto as forças da escuridão avançam para Stonehenge, prestes a destruir tudo aquilo que conquistamos em milênios. Muitos dos nobres das outras cortes estavam prestes a tirá-la á força e uma guerra Faérica iria simplesmente entregar de bandeja aquilo que os Sombrios queriam.
Foi uma decisão dificil, mas ela sabia que a hora de sua mãe chegaria rápido. Uma fada velha e louca, perdida no bedlam e balbuciando coisas sem sentidos pode parecer normal para um humano, mas não para o povo Selvagem.
Os vampiros chegaram e Walleria os recebeu como seus. O povo já estava inquieto, e então Glaucis recebeu a ajuda da Corte Invernal. Ela se sentia envergonhada, mas se ela deveria ser a nova rainha, ela deveria agir como tal. Celeste chegou trazendo uma aliada. Uma vampira velha que se chamava de Belila.
Glaucis nunca sentiu uma energia tão fria e poderosa como aquela e Celeste era puro orgulho.
A Vampira veio, destruiu as defesas da mãe e partiu, dizendo buscar por um objeto que aqueles vampiros carregam. Que se danem, eles e sua mãe, que ainda conseguiu sobreviver graças a aquele Dragão infame.
Glaucis ainda não havia reunido coragem para se sentar no trono de Madeira, talvez por uma fina linha de respeito, ou talvez por medo, afinal aquela maldita pedra gigantesca com aquela carranca de Esquilo atroz continuava olhando para ela, ameaçando, repreendendo...