Ainda sinto o cheiro da neve caindo sobre o couro recém curtido, escuto as vozes dos homens saindo para a caçada, as mulheres rindo e as crianças brincando, escuto o uivo do lobo ao longe e o relinchar da égua de minha família sentindo as dores do parto. Era tradição em minha tribo, todo habitante tinha seu espírito protetor e companheiro um cavalo de uma raça selvagem das montanhas, cavalos velozes e vorazes e, ainda sim, dóceis e amáveis. Sempre que uma criança nascia era dada a ela o espírito protetor da família, um potro nascido dos espíritos ancestrais. Hvit nasceu em um inverno longo, noites e dias escuros, mas Hvit nasceu com a luz do sol escondido em seu pêlo e em seus olhos, branco como a neve ao amanhecer, reluzente como os primeiros raios de sol.
A vida era tranqüila e eu aprendi os segredos de Midgard, os deuses, as crenças e os ritos, era uma xamã, eu curava desde uma simples dor até um ferimento de espada ou presa de animal.
Quando cresci um pouco mais e meu espírito protetor começou a me ensinar os segredos das terras de Asgard, o mundo dos deuses, me ensinou a controlar os elementos através da energia que os deuses liberavam para que pudéssemos obedecê-los, me ensinou sobre as runas e como prever o futuro com elas.
Certa noite eu estava praticando meus novos poderes e minhas runas brilharam, fui vê-las e quando toquei nelas eu vi coisas horríveis. Homens vestidos de branco com cruzes pintadas de vermelho, fogueiras, gritos das pessoas que eram jogadas ao fogo, o relinchar dos cavalos desesperados e o choro das mulheres, o tilintar das espadas sendo chocadas umas nas outras e vi um homem, vestido de negro, o olhar profundo e austero, porém tinha um rosto bem jovem, suas sombras tinham vida e eu soube que aquela era o deus Loki. Quando minha visão se tornou real eu tive certeza que o grande deus Loki precisava de mim e veio me salvar para ampará-lo.
Após o extermínio da minha vila pela Igreja eu nunca mais vi Loki, eu e Hvit vagamos pelas terras nevadas e escuras e eu rezava para que Loki viesse me amparar novamente, porém Loki é um deus mal e brincalhão, talvez estivesse querendo me confundir para ser merecedora de seus ensinamentos. Eu consultava minhas runas todos os dias para encontrá-lo e elas me mostravam ele dormindo, porém minhas runas não me mostraram quando os emissários de Freya vieram me buscar e fui submetida aos ritos de passagem deles. Abraço coletivo do clã Tremere e eu como uma aprendiz inocente dos dogmas místicos. Anos a fio eu fiquei trancafiada e meu espírito protetor me pediu meu sangue para que ele jamais me abandonasse e eu assim o fiz, fiz dele escravo de meu sangue e eterno como eu. Passados anos da minha prisão eu fui solta pela pessoa que se intitula até hoje minha “senhora”, naquele dia eu honrei um apelido que ganhei quando era jovem Vit Köra, corredora branca, pois vivia fugindo de meus pais para o meio da neve e me escondia sob a pele de urso que eles haviam me dado. Eu montei em Hvit e corremos pela neve da Skåne (Escandinávia) e fugi para os impérios da Prússia. Quando já não agüentava viajar ela me encontrou novamente e me convenceu que era diferente dos outros sacerdotes de Freya e que assim que eu aprendesse os poderes que estavam designados a mim pelos deuses ela me deixaria livre para encontrar Loki. Assim eu o fiz, ela me ajudou a continuar meus estudos rúnicos e previ que Loki estava próximo porém estava com seus poderes muito menores e que seria eu a sacerdotisa que iria ajudá-lo a encontrar seus poderes que foram espalhados por Midgard por Odim em mais um de seus atos punitivos. Encontrei Loki como um da linhagem sombria criada por ele próprio que chamam de Lasombras, atendia agora pelo nome de Darius Minaev um lorde de um lugar na Prússia chamado Kiev, desde então ajudo meu lorde em sua empreitada para a reconquista de seus poderes divinos.
Agora, graças à senhora dele estamos indo até à Bretanha encontrar com os emissários de Odim em Midgard, uma linhagem que chamam de Ventrue e ajudá-los com os problemas com a própria linhagem de meu senhor.
AHauhauhauhauhauhauha muito bacana como os mesmos fatos podem ter significados diferentes para pessoas diferentes so que na mesma situação! uahuahuahuah mto bom!
ResponderExcluirIsso que da gosto de narrar "proceis" uahahahahahaahahaau
ResponderExcluirVocês nunca me deixam sossegado a ponto de me acomodar! Isso é muito bom! Vou trabalhar essas historias e agora não teremos mais só a visão ventrue dos acontecimentos...
Muito empolgado!