domingo, 12 de julho de 2015
Reunindo Sombras
Gaelus e Maurus olharam para seus companheiros, todos mortos, despedaçados por alguma coisa fora do normal. Fora do normal são essas armaduras e armas velhas, Gaelus pensou, desconfortáveis e pouco efetivas. Já Maurus gostava de ostentar o status que sua herança de familia lhe dava. Nunca chegaria aos pés de um verdadeiro pretoriano, mas ninguém precisava saber disso.
Porém alguém sabia.
O Vento gélido avançou na direção dos dois únicos soldados da guarda pessoal de Lady Jokasta. Gaelus assumiu posição, a perna esquerda esticada atrás tentando firmar o corpo enquanto o joelho direito, ferido pela queda anterior tentava se dobrar levemente para proporcionar a melhor posição para o ataque, mesmo com a dor incessante. A criatura era um misto de vento, gelo, luz e gritos. Apenas o capacete espartano, seu gládio e escudo de igual procedência davam a ela uma aparência vagamente humanoide. As lâminas se tocaram, Maurus acabava de ser lançado a mais de cinco metros de altura, e tão logo atingiu o solo se esparramando pela pedra rachada como uma grande melancia com braços e pernas...
"Pensou que seus soldados seriam páreo para mim, irmã?"
A criatura vociferou em um tom grave e ecoante, como se o vento chorasse e ao mesmo tempo zombasse de quem ouvia. A Mulher apenas permaneceu parada ao lado de sua carruagem.
"De forma alguma meu amado irmão, apenas dei a você a chance de testar seu hospedeiro. Creio que não toleraria que um soldado fraco e patético fosse sua forma humana pelos próximos anos. Gaelus é o candidato perfeito, como você pôde ver. Tome-o, é seu."
O Soldado apenas sentiu frio, e uma tristeza profunda ao ver sua curta vida passar diante de seus olhos. Sua bela esposa, que com certeza encontraria outro para aquecer-lhe a cama, sua pequena irmã que provavelmente seria estuprada e morta sem sua proteção. Pensou em tudo que poderia ter sido e não foi. Mas então se lembrou de Esparta e sua glória, das guerras contra os Atenienses e das legiões de Estígia sob seu comando. Se lembrou de muitas coisas que não viveu. Pois nunca mais seria Gaelus, o soldado, e sim Solon Mavotropos, um fantasma, um morto uivante que agora estava novamente vestido de carne.
"Bem-vindo de volta meu irmão" - A bela Jokasta Mavotropos sorriu ao dizer - "Creio que apenas nós ainda não chegamos ao banquete de nosso pai, e você sabe, ele só dá banquetes em ocasiões muito especiais, essas que só acontecem de 300 em 300 anos."
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oO As coisas estão começando a ficar meio esquisitas...
ResponderExcluirUhul, Banquete! Acho que não fui convidado T.T
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