terça-feira, 29 de maio de 2012

Zelenye: O Veneno das Almas


Irônico. Durante séculos Roma foi sempre a fortaleza, a intransponível. Cainitas se foram e chegaram, mas a cidade era sempre intacta. Como se seus antigos senhores fossem capazes de lembrar as guerras que fizeram os bárbaros se rebelarem e enfim destruirem o império. Mas o que os Imponentes senhores Ventrue se esquecem é que nem sempre é necessário atravessar uma muralha para vencer uma guerra.
Pietro Galliard tinha em suas mãos um impasse. A mulher de cabelos verdes empurrara os guerreiros para dentro da cidade, vinda dos mares ela fez surgir uma horda de fadas brilhantes como o jade, um tom verde lúgubre que só não era mais sinistro do que ela, a nuvem. Era possível vê-la, verde, pesada e constante. O veneno invadia casas e expulsava aos gritos agonizantes todos os habitantes, como uma grande peste maior que a trazida pelos ratos. os mortais se contorciam nas ruas e casas, sofrendo vagarosamente pela doença mortal, até que as regiões mais pobres começaram a exibir cadáveres por todos os lados.
Zeleyne era seu nome, a dama Verde, ou a Mulher Absinto, como alguns mais loucos gostavam de chama-la. Ela apenas disse que se o Príncipe deixasse o trono, pouparia todos os cainitas de uma morte horrenda e lenta nas presas dos outros logo que os mortais não mais existissem e a sede fosse insuportável.
Era irônico pois nem mesmo a Camarilla seria uma opção fácil já que a Justicar fora destruida de forma absurda e Zagreb enfrneta seu pior momento. Será que os outros clans atenderiam a um pedido de socorro? Será que não se deleitariam ao ver os poderosos e arrogantes Ventrue implorando por ajuda? Será que ELE seria capaz de pedi-la?
Gente de Leona matou Tínia ou gente de Tínia Matou Leona? E Maltheas, Mithras? e os outros filhos de Vedharta? A triste constatação veio como um soco na bela face de Pietro. Que outro filho de vedharta? ELE era o único ativo...

Sinie: A Fúria dos Céus


Lord Maltheas estava a beira do frenesi. Onde estava a maldita Camarilla agora? Onde está Mithras e seu sonho patético de unir cainitas ambiciosos e traiçoeiros? Maldita hora que o Príncipe de Hamburgo resolveu aceitar o lugar que era de Hardestadt acreditando que seria uma nova chance de mostrar seu valor aos Ephoros. Este trono é amaldiçoado, assim como o de Zagreb.
A carruagem zunia pela montanha perigosamente. Um vacilo de um dos cavalos arremessaria o Príncipe, suas proles e seus lacaios mais fieis para o abismo e as águas gélidas.
ha duas semanas os ataques começaram. Fadas estranhas marcharam contra o castelo, levando consigo armas azuis e tridentes, como se tivessem vindo de algum conto submarino do deus Poseidom ou algo assim. Depois veio a mulher de cabelos azuis que fazia cair raios do céu. Cada um dos ataques deixava vilas e cainitas em chamas, e diante de tanto poder que nem mesmo os tremere eram capazes de mensurar, ele resolveu fugir.
Será mesmo que a Justicar foi destruída? ou será que ela, tão bem assessorada por Tremeres e magos, até mesmo pela Rainha das Fadas do Verão, não previu os ataques e fugiu para ficar em segurança enquanto a falida Camarilla ardia e se contorcia sob os raios na Germânia, o gás e o veneno em Roma e o Gelo na Bretanha. Não, dificilmente já que sua amada Croácia arde em chamas. O que serão essas feiticeiras? Alguma arma dos Tremere? Fadas poderosas buscando vingança? Demônios?
A Carruagem chegou ao pé da montanha já sem algumas lascas de madeira, mas o raio era grande e poderoso demais para errar seu alvo. A caixa de madeira com rodas e pano agora ardia em chamas e carne morta dos carniçais queimava ao longe, assim com alguns montes de cinzas e expressões agonizantes dos cainitas mais jovens. Lord Maltheas estava ferido demais para lutar e só pode observar por um ultimo minuto sua algoz, caminhando bela e estranha em sua direção.
"Meu nome é Sinie. Achei que gostaria de saber antes que eu lhe traga para o conforto de minha alma. É o mínimo de respeito que mereces, MyLord."
As presas se enterraram profunda e docemente em seu pescoço. Não havia dor, e sim êxtase. Era este seu fim, um beijo de água e a eternidade nadando em um oceano de almas.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Terrível Lobo de Fogo


Era difícil se acostumar com a nova forma. O ritual era estranho e ainda precisava de alguns ajustes, mas ali estava ela, em forma Crinos.
Veronika escalou o telhado do templo cinzento, cheio de palha porém resistente ao tempo. Ha 500 anos ela vira aquela construção imponente e hoje ela não passa de esconderijo para os usurpadores do trono de sua amada Zagreb e ela tinha a missão de expulsá-los, aos poucos.
Veronika caminhou até a janela que ficava logo abaixo de seus pés e se deixou cair em quatro patas. Era uma sensação estranha, mas o disfarce deveria ser impecável. Um Lupino misterioso, em chamas e sedento de sangue cainita seria perfeito para causar confusão a Fadia e seus Lupinos mercenários.
A Gangrel estava especialmente irritada depois que seus dois irmãos foram destruidos no bosque antes mesmo da tomada do trono por Vanessa. Seria um golpe pesado e deveria então ser preciso e sem falhas. O dom de Haquim garantiu o silêncio enquanto ela usava as garras para escalar as paredes de pedra irregular como se fosse uma aranha até chegar a janela, de ponta-cabeça. Aquilo era perigosamente divertido, e ela precisava se concentrar.
Além de Fadia e seu tigre haviam inúmeros carniçais, a maioria deles animais, mas Veronika havia se certificado de que a entrada seria suficientemente assustadora para espantá-los em um primeiro momento.
Ela escalou o teto, se pendurando nas barras de sustentação de uma madeira grossa e resistente, e quando se viu com Fadia logo abaixo de si caiu sobre ela com um urro gutural. Um Lobisomem em chamas que ardiam até mesmo os olhos de Veronika. Os primeiros carniçais começaram a correr em pânico quando Grigori invadiu a sala entendendo o sinal. Eram presas fáceis para suas garras, um massacre.
Fadia mostrou as garras e as presas e avançou contra Veronika com ódio, mas a Tremere fazia as chamas de seu corpo lamberem a Gangrel a cada passo e os braços da mesma já estavam em carne viva e entrando em combustão. O som era úmido e desagradável quando Grigori desmembrou com sadismo o tigre da gangrel, a fazendo urrar de ódio e sucumbir ao frenesi. Uma chuva de garras e presas avançou contra Veronika e ela sabia que mesmo naquela forma, um só que acertasse o alvo significaria a morte final.
Com um salto para trás, Veronika se colocou a uma distância relativamente segura e expulsou todas as chamas que cobriam a enorme forma crinos em direção da gangrel.
A infeliz levou horas para queimar até o pó se desfazer e as cinzas cobrirem o chão.
O Lupino em chamas sumiu na escuridão deixando rastro de fogo e cinzas enqaunto o templo cinzento ardia até o ultimo pedaço de carvão.
A Tremere agora deveria lutar contra o tempo. Ela se livrou da forma incômoda de lupino e ajeitou a bela capa que um dia pertenceu a Nichola Kreshmir para encobrir os vergalhões e as profundas marcas de garras em seu corpo.
"Preciso tomar mais cuidado. Fui ousada hoje mas da proxima vez posso não ter tanta sorte. Agora vamos ver como Vanessa se sai em mais uma noite de Leona, com mais problemas do que pode dar conta em apenas uma noite."

terça-feira, 22 de maio de 2012

Três Tigres nada Tristes


Sua irmã mais velha havia entrado no castelo ha algum tempo. Era cansativo ter de segui-la e não poder aparecer.
Lothar observava a torre da casa da Noite e imaginava como seria interessante escalar suas paredes e poder ver toda Zagreb do alto. Ele podia voar, sim, mas o morcego era uma forma desagradável e infame. Ele preferia o Tigre, como sua querida Fadia.
A pior das tarefas no entanto não era esperar com os homens o momento de avançar pelas muralhas e tomar Zagreb como o planejado. Os carniçais estavam inquietos e os Sanjayans pareciam sedentos de uma vingança de séculos, escondidos na mesma floresta que ha mais de cinco séculos os levava a uma batalha sangrenta nos campos do castelo, batalha esta que sua irmã lutou do lado oposto.
A tarefa mais infame era servir de babá da nova filhote de seu senhor, uma peste selvagem e irritante que se julgava uma tigresa astuta e feroz mas que não passava de uma gata desastrada. Lothar odiava crianças da noite, tanto que a única que teve foi parar na casa de uma Ventrue e provavelmente o odeia por isso.
A Morte da Justicar foi um presente inesperado. As movimentações já eram antigas e a chegada de Vanessa seria o inicio dos preparativos, mas agora, apenas os filhotes da Leoa estavam na toca, era a hora perfeita para três tigres tomarem o território.
A jovem Valkaria fazia barulho demais e suas patas de tigre novo faziam as folhas secas farfalharem tão alto que ele podia jurar que a ouviriam do castelo.
"Uma leozinha e duas galinhas se aproximam de forma perigosa. Posso abater?"
Crianças...Se havia uma coisa que Drakhar tinha de ruim, além da mania de Ravnos era o fraco gosto por abraçar mulheres...

terça-feira, 15 de maio de 2012

Herança e Direito


A chuva caía forte e fria quando Tatum desceu da carroça. Antigamente ela possuia uma comitiva de pleo menos dez lacaios, haveria um apenas para estender um pano sobre as poças para que ela não molhasse os belos pés e outro com uma enorme sombrinha para que nem um fio de seu cabelo de fogo fosse molhado. No entanto, depois de seu senhor ser considerado Traidor e ter sido destruido pelo próprio Lord Mithras, as coisas estavam muito, muito diferentes.
Ela não tinha a mesma sorte do irmão Laurence, aquele falso arrogante. Ele caíra nas graças do Velho ancião e de sua prole puxa-sacos de zagreb e hoje desfila como um pavão pelas ruas de Londres em seu principado de brinquedo. Ao invés disso, a caçada de sangue estava sobre seu nome e qualquer descuido resultaria em tortura e morte pelo sol.
As ruinas estavam ainda mais deprimentes. Ali, ha séculos era guardado o corpo do poderoso Vedharta, Lord Supremo e Fundador do Clan Ventrue, mas hoje apenas pedaços de pedra e mármore rachados com inscrições ilegíveis para os que não conhecem a língua perdida de Enoche e uma pequena luz avermelhada tremulando como uma vela moribunda no fundo da primeira câmara, a única ainda acessivel pela passagem que apenas ela, Mithras e seu finado Senhor Stefanos conheciam.
Ela esperava encontrar uma velha caquética e fedorenta, apoiada em um cajado torto e podre com uma grande coruja branca nos ombros, como a haviam descrito nos pergaminhos antigos, mais ao invés disso vislumbrou uma belíssima mulher, nua, coberta apenas por um fino roupão de seda transparente, de cabelos negros encaracolados e grandes e vívidos olhos azuis, ela sorriu com a chegada de Tatum e simplesmente fez um gesto para que pegasse sua mão. Então a grande Tiamat agora era uma nova mulher, bela e imponente. Que o clan Ventrue se cuide, pois sua verdadeira senhora, herdeira por direito estava apenas começando sua conquista. E ela enfim, teria sua vingança.
As duas belas mulheres desapareceram por magia, deixando um cheiro doce de mel e sementes no ar, sem suspeitar nada.
Cret enfim pode sair de seu esconderijo, e agora teria muito a quem visitar com informações.